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Após criticar Pan, Veja lança campanha para Rio 2016

Por
Manoel Façanha

Pouco dias depois de criticar os Jogos Pan-Americanos de Toronto, o portal de publicidade do grupo Abril apresentou ao mercado de anunciantes a cobertura digital da Rio 2016.


O novo serviço da Veja, promete “lançar uma edição exclusiva em seu aplicativo (para smartphone e tablet) que trará mensalmente reportagens sobre os Jogos no Rio de Janeiro, além de especiais sobre as Olimpíadas passadas”.


O lançamento no site voltado ao mercado publicitário, o Publiabril, foi feito no último dia 17 de julho, por meio de um texto.


A matéria da revista que critica o Pan, publicada na edição com data de 11 de julho, com chamada de capa (o critério jornalístico de levar à capa o assunto é duvidoso pois o texto é simplório), se centra na inexpressividade, segundo a publicação, das marcas alcançadas na competição e a ausência de estrelas do esporte – posteriormente, a TV Record, detentora dos direitos de transmissão dos Jogos de Toronto, rebateu a matéria mostrando superações de esportistas brasileiros para chegar até a competição.


Dois dias antes de lançar o seu serviço digital, o redator-chefe de Veja, Fábio Altman, e o colunista Augusto Nunes, debateram o Pan no canal de tv na web da publicação, o TVeja, por intermináveis 25 minutos. A competição poliesportiva também foi questionada.


A realidade é que a Veja aproveitou os Jogos Pan-Americanos que tanto critica para lançar seu produto na plataforma eletrônica à Olimpíada. O momento, de fato, é ideal, já que o tema megaevento esportivo está em evidência, graças principalmente as transmissões da TV Record.


Vale destacar que o Grupo Abril, que controla a revista Veja, anunciou recentemente que se transformou em “startup”, conceito entendido na vida prática como início de operação de negócios essencialmente na internet – o que reforça o lançamento da iniciativa de oferecer conteúdo da Olimpíada do Rio por meio de aplicativo para equipamentos móveis; aliás, o mercado publicitário aguarda uma enxurrada de projetos editoriais voltados a Rio 2016, parte expressiva na web, com disputas ferrenhas por anunciantes; só na televisão, três emissoras de canal aberto – Globo, Band e Record – estão autorizadas a transmitir ao vivo o megaevento.


Não se pode afirmar se a ação da Veja com relação ao Pan de Toronto (que apesar da queda de interesse, tem inquestionável relevância ao esporte brasileiro) foi articulada visando desmerecer a cobertura esportiva de rivais e valorizar a sua da Olimpíada pela internet – principalmente perante o mercado publicitário -, ou seguiu a prática editorial de sempre: desqualificar pessoas e instituições com argumentações inconsequentes.


De qualquer forma, os dois casos são reprováveis na mídia.


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Manoel Façanha

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