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Discursos de Del Nero e Marin viraram peças tragicômicas

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Manoel Façanha

No dia 16 de abril deste ano, Marco Polo Del Nero tomou posse na presidência da CBF. O discurso oficial do executivo na cerimônia de transmissão de cargo tornou-se hoje peça tragicômica.


“Quero iniciar falando do presidente José Maria Marin, um companheiro constante, um amigo fraterno, um conselheiro inteligente, um homem que, em pouco mais de 3 anos de gestão, construiu uma nova Confederação Brasileira de Futebol como teve a oportunidade de sintetizar nas suas palavras”, disse na abertura do discurso.


Marin encontra-se preso desde 27 de maio na Suíça, um mês e meio depois dessa fala de Del Nero. Sua família acusa o atual presidente de abandono do “companheiro e amigo fraterno”.


Mais à frente, no mesmo discurso, Del Nero trata da seleção brasileira: “Estamos retomando o caminho das vitórias com a nova Comissão Técnica, comandada pelos experientes campeões do mundo Dunga e Gilmar Rinaldi. Estamos invictos: 8 jogos e 8 vitórias.”


O entusiasmo de Del Nero transformou-se em pessimismo no dia 27 de junho, data da melancólica desclassificação da seleção brasileira frente ao Paraguai, nas quartas de final da Copa América, no Chile.


“A Confederação Brasileira de Futebol convida a sociedade a participar de uma nova etapa na vida das entidades de administração e dos clubes de nosso país. Uma fase de transparência, abertura e muito debate.”


A palavra “transparência” usada no discurso de posse de Del Nero também caiu por terra, depois de a CBF ter os seus contratos com patrocinadores e de direitos de transmissão colocados em suspeição pela justiça dos Estados Unidos. Nada até o momento foi explicado com clareza sobre as operações colocadas em dúvida pela Justiça – e o presidente da entidade máxima do futebol brasileiro não sai mais do Brasil com medo de ser preso.


A fala de Del Nero na cerimônia de posse é ainda repleta de ressalvas a Medida Provisória 671, que deve seguir em breve para assinatura da presidência, depois de tramitar no Congresso Nacional e receber emendas de interesse da CBF.


José Maria Marin também caprichou em seu discurso de despedida na presidência da CBF. Disse certa altura: “O campo administrativo, impõe-se registrar a aquisição e reforma do prédio em que, hoje, se encontra sediada a CBF. Esse é o maior legado de nossa administração”. O nome de Marin foi retirado da fachada da nova sede por ordem de Del Nero, depois que os escândalos na entidade vieram à tona.


No discurso de despedida, um mês e meio antes de ser preso, Marin referiu-se a Del Nero dessa forma: “E é assim que hoje me despeço da Presidência da CBF, transmitindo-a ao meu irmão e estimadíssimo amigo Marco Polo Del Nero…”. Marin ainda disse antes de exaltar o “amigo”: “Ninguém ignora que ‘a vida se renova a cada instante’. Com a CBF não poderia ser diferente”.


Será que foi uma premonição?


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Manoel Façanha

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