NARCISO MENDES*
O preço da liberdade é a eterna vigilância.
Por se acharem livres de toda e qualquer peia moral e por não terem a menor preocupação em causar prejuízos a terceiros, inclusive as suas correspondentes sociedades, outro não tem sido o comportamento dos libertinos, afinal de contas, eles agem como se detivessem uma liberdade que simplesmente não existe e que vivem num mundo que também não existe. A propósito, Abraham Lincoln, ex-presidente dos EUA, assim se pronunciou: àqueles que negam liberdade aos outros não a merecem para si mesmos.
Se os libertinos não existissem sequer precisaríamos de tantas leis e de tantos regulamentos, até porque, a grande maioria delas, e deles, visa, preferencialmente, conter suas recorrentes devassidões, posto que, sem tais instrumentos, a vida em sociedade tornar-se-ia impraticável. Daí os freios e os cabrestos impostos àqueles que se imaginam donos de ilimitadas liberdades.
Não por acaso, e em toda a história da humanidade, aqueles que melhor se expressaram e muito fizeram em favor da liberdade, de antemão, se preocuparam com àqueles que, em seu nome, viriam desrespeitar a liberdade dos outros. Vejamos a seguir o que está expresso na própria declaração dos direitos humanos: a liberdade consiste em poder fazer o que não prejudica a outrem.
Oportunamente, destacamos a liberdade concedida aos trabalhadores e aos seus respectivos dirigentes sindicais, tanto os da iniciativa privada quanto os do setor público, sempre que exercitarem o direito de greve. Nada contra o referido direito, conquanto seja exercido com responsabilidade, afinal de contas, determinados serviços, por suas próprias naturezas, excepcionalidades e essencialidades, são sempre prestados pelo próprio Estado, quando não diretamente, sim indiretamente.
Lamentavelmente, temendo enfrentar as corporações sindicais, nosso Congresso Nacional, continua se omitindo em regulamentar o princípio constitucional que trata sobre o direito de greve dos servidores públicos, no que tem causado sérios prejuízos a nossa sociedade, sobretudo, àqueles que mais necessitam dos serviços públicos nas áreas de saúde, educação, segurança.
Como estamos enfrentando um dos momentos mais delicados da vida política e econômica do nosso país, diria até, uma das mais graves crises de nossa história, por certo, não será se estabelecendo uma corrida entre preços e salário que conseguiremos superá-la, até porque, em isto acontecendo, inevitavelmente, voltaremos aos velhos e maus tempos da hiperinflação, ou algo ainda pior.
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