Jogos regionais são comuns no mundo, dão visibilidade a modalidades esportivas “esquecidas” do público e oferecem oportunidades para uma faixa de atletas no circuito internacional de competições. Mas o Brasil já deu mais atenção aos Jogos Pan-Americanos.
Jogos reunindo várias modalidades esportivas em um País, durante um determinado período de tempo, se realizam em todas as regiões do mundo. Além do Pan, há, por exemplo, Jogos Asiáticos e Jogos Pan-Africanos. Existem outros mais específicos, como os Jogos da Commonwealth (nações que pertenciam ao Império Britânico), Jogos do Mediterrâneo (países banhados pelo Mar Mediterrâneo) e Jogos do Pacífico (reúnem nações do Sul do Pacífico).
Aqui, na América Latina, mais dois eventos multiesportivos são organizados: Jogos Centro-Americanos e do Caribe e Jogos Sul-Americanos. O Brasil participa deste último, mas eles são tratados com desprezo pela mídia brasileira, embora o País tenha liderado o pódio no último evento, ano passado, no Chile.
O Pan também tem perdido audiência por aqui. Inicialmente, por que o Brasil está se tornando uma potência dos Jogos Olímpicos, o mais difícil e competitivo de todos eles, passando o torcedor a considerar a Olimpíada “a competição que vale”.
Segundo, por que a grande imprensa brasileira tem dedicado cada vez menos espaço aos Jogos Pan-Americanos. Troca de emissoras na transmissão (Globo pela Record), diminuição da cobertura internacional, foco em esportes com anunciantes (e faturamento) mais garantidos (futebol e vôlei) e desinteresse em abrir novos registros esportivos – apesar de estarmos a um ano dos Jogos Olímpicos no Rio – são alguns dos motivos do jornalismo diminuto na área.
Isso tudo, no fundo, é um problema para os esportes no País que ainda capenga no desenvolvimento e na divulgação. Os Jogos Pan-Americanos, com a queda de atenção aqui no Brasil, deixa um vácuo para essas modalidades esportivas com dificuldades de progressão no País, como remo, ciclismo, polo aquático, saltos ornamentais, nado sincronizado e algumas provas de atletismo e luta.
Como cobrir essa deficiência? A ação parte essencialmente das federações desses esportes, de criar mecanismos próprios para vencer barreiras de crescimento e atrair apoiadores. No Brasil, onde as estruturas tradicionais se voltam cada vez mais para poucos segmentos esportivos por questões financeiras, somente a interferência de associações esportivas atingidas pode mudar esse rumo, partindo para soluções criativas e alternativas a essa cruel realidade.
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