Texto: Dulcinéia Azevedo
Fotos: Valcemir Mendes
Acometido de uma grave desnutrição, ele foi desenganado pelos médicos aos três meses de vida. Aos pais foi dado um único conselho: pegar um avião e viajar para o Rio de Janeiro. Na década de 50, a cidade maravilhosa era a única dotada do suporte necessário para tratar casos do tipo, o que necessariamente não significava a cura.
O problema é que dado o quadro avançado da doença e a debilidade do bebê, o óbito poderia ocorrer durante o deslocamento. A mãe não pretende arriscar e num misto de desespero e fé faz uma promessa. A criança adormece durante a reza e no outro dia, milagrosamente, acorda curada.
– Sem saber da promessa da minha mãe uma vizinha foi na minha casa e disse: ‘’não precisa viajar. Seu filho está curado’’. Minha mãe chorava de alegria e decidiu guardar todas as latas de leite que eu tomei a partir daquele dia para registrar em fotografia. A promessa que ela fez nunca me contou, mas Deus lhe concedeu a graça-, narra o hoje doutor.
O caso é verídico e aconteceu no município de Xapuri, distante cerca de 175 km da capital acreana. A fé dessa mãe não salvou apenas o seu filho recém nascido da desnutrição, mas assegurou que milhares de outras crianças viessem a este mundo por intermédio de suas mãos abençoadas.
Estamos falando de Eduardo José Soares Hadad, ou simplesmente Dr. Hadad, o ginecologista obstetra que já realizou mais de 15 mil partos no Acre, dos quais pelo menos mil estão na segunda geração, ou seja, ele fez o parto das mães ou dos pais e agora faz de suas filhas.
Eduardo Hadad é acreano de Xapuri com descendência libanesa e portuguesa, nascido em 22 de abril de 1953. É o segundo filho do total de cinco biológicos (três homens e duas mulheres) do casal José Haddad e Valdomira Soares Haddad. ‘’Depois minha mãe adotou mais duas meninas e um menino, um delas já faleceu’’, complementa.
O pai era comerciante e arrendatário de oito seringais na princesinha do Acre e também professor e dispunha de condições financeiras necessárias para dar boa educação aos filhos. Ambos lecionaram no Colégio Divina Providência, um dos mais tradicionais da cidade. Todavia, José Haddad, com apenas 20 anos de idade assumiu a provedora do Hospital de Xapuri e a esposa acabou largando a sala de aula para ajudar o marido na loja e se dedicar a educação dos filhos.
– No Líbano a pessoa aprende a fazer conta ainda pequena, então meu avô paterno colocava botões para a gente separar e fazia questão que a gente freqüentasse a loja para aprender a negociar-, conta.
O pai de Eduardo ficou 46 anos a frente do Hospital de Xapuri. ‘’Até 1985 o hospital era dominado pelas irmãs, mas era meu pai quem sustentava. A loja dele era do lado do hospital e mesmo quando ele mudou para Rio Branco e sempre ia em Xapuri só para visitar’’, lembra.
O menino Hadad foi educado de acordo com a doutrina cristã e atuou inclusive como coroinha numa época que a missa ainda era rezada em latim.
O ensino primário foi cursado no Colégio Divina Providência, em Xapuri. Em Rio Branco, tem passagem registrada pelo colégio Nossa Senhora das Dores, conhecido Colégio dos Padres. O Cientifico foi cursado no Colégio Acreano, na época do temido professor Raimundo Gomes.
– O colégio Acreano era a casa dele também. Ele tirava dinheiro do bolso para manter a estrutura. Lembro ter participado de um abaixo assinado para ele permanecer na direção. Era muito criticado, mas um excelente educador-, registra.
A influência de Dom Giocondo Maria
A influência de Dom Giocondo Maria Em Rio Branco, o então adolescente Eduardo Hadad sofre grande influência do trabalho realizado pelo saudoso bispo Dom Giocondo Maria Grott. Ao observar o trabalho humanitário do religioso, ele toma uma decisão: se não for médico vai ser padre.
É Deus quem vai determinar.
– Então eu passando ali na igreja eu via Dom Giocondo de batina. O trabalho que ele realizada, o amor que ele tinha pelas pessoas, aquilo me tocava, eu precisava fazer algo também e sabia que a forma de fazer isso ou era sendo médico ou padre-, explica.
De acordo com Dr. Hadad, com a finalidade filantrópica, o hospital Santa Juliana foi idealizado e construído por iniciativa do bispo Dom Giocondo e confiado à direção das irmãs Servas de Maria Reparadoras. O bispo infelizmente morreu num desastre aéreo em Sena Madureira em 1971.
Muito dedicado aos estudos, Hadad consegue o primeiro emprego aos 18 anos de idade. Foi contratado pela Empresa de Telefonia do Acre S/A – TASA. ‘’Fiquei lá por dois anos, então decidi que estava na hora de cursar faculdade, porém, aqui só tinha Direito, e a solução era ir estudar em outro estado.
A primeira opção de Hadad foi o estado de São Paulo. Prestou vestibular e conseguiu aprovação para Medicina na Faculdade Bragança Paulista. A vitória, entretanto, não foi completa. A faculdade era muito distante e Eduardo morava em Bragança Paulista. O deslocamento era caro e cansativo.
– Para permanecer tinha que alugar um apartamento para morar próximo a faculdade, Aí desisti. Tentei na Universidade Pública de São Paulo,(USP) não deu, decidir ir para Belém, no Pará conta.
Curso de Medicina em Belém-PA
Na capital do Pará, apesar de não ter conseguido aprovação de primeira, Eduardo se sente em casa. Vai morar numa república e se junta a vários outros acreanos que estão e Belém cursando não apenas Medicina, mas outros cursos como Engenharia e Direito.
– Cheguei lá e fiz vestibular. No primeiro não passei, fiquei esperando alguém desistir, mas não aconteceu, então no segundo eu passei. Foi o momento da decisão, Deus decidiu por mim, minha vida era a Medicina -, diz orgulhoso.
O jovem Eduardo estava decidido a dar o melhor de si e aproveitar cada segundo vivido na faculdade. Ele praticamente morava na instituição e se oferecia como voluntário sempre que necessário, era uma espécie de residência médica não oficial.
O primeiro parto
– Era uma paciente de terceira cesariana, um pouco obesa. O medico chefe mandou que eu ajudasse um colega. Por alguns minutos, o professor esteve ao meu lado e dizia ‘’vai Eduardo está indo bem’’.
Quando terminou, eu o procurei para conferir se estava tudo certo, mas ele tinha saído-, relata.
Segundo Eduardo, ao perguntar ao médico por que ele tinha deixado a sala no meio da cirurgia, o mesmo respondeu:
– Quando eu vir você fazendo a incisão, eu pensei, ele está muito seguro, está tudo bem, ai sai-, elogiou o professor.
O médico ainda fez alguns plantões em clinicas pediátricas, porém, o seu talento mesmo era para obstetrícia. ‘’Criança não sabe dizer o que tem, então optei por obstetrícia e cheguei a monitor’’, revela.
Missa em homenagem as almas dos cadáveres
Hadad tinha sede de conhecimento e não se contentava apenas com as aulas praticas na faculdade. Ele ia por conta própria ao Instituto Médico Legal de Belém aprender a dissecar cadáver.
– Naquela época, os corpos que as famílias não reclamavam ficavam no IML como indigentes. Eu pegava os órgãos e eu mesmo preparava para usar nas aulas e muitas vezes saia para ensinar, até mesmo a filha do próprio diretor da faculdade eu ensinava -, revela
Com uma base católica forte, conhecedor do evangelho de Jesus Cristo, Eduardo faz uma promessa, de seis em seis meses mandaria rezar uma missa em homenagem às almas que ajudaram a ele e a vários colegas a se tornarem médicos e salvarem vidas. A tradição é mantida até hoje.
Ante de concluir o curso de Medicina e voltar para o Acre, Eduardo Hadad, se casa em Belém com Marly Hadad. A união dura até hoje e resultou em três filhos: Bruna, Brendha e Bruce.
De volta prá casa com o diploma nas mãos
Com o suado diploma de médico nas mãos, Eduardo Hadad volta para a terra natal e vai trabalhar na maternidade Barbara Heliodora com plantões também no Pronto Socorro de Rio Branco.
– Naquela época só existia a parte da frente e o braço direito da maternidade, ai ela se tornava aquela beleza. Aquela ala até o Hospital da Criança quase não foi modificada, as lajotas inclusive são originais, e algumas pelas foram mandadas para restauração em São Paulo.
Segundo Dr. Hadad, as lajotas foram reconhecidas por Dona Silvia, mãe do governador Tião Viana e do senador Jorge Viana, ambos do PT.
– A Dona Silvia, mãe do Tião e do Jorge, esteve aqui visitando e reconheceu as lajotas da época que ela teve seus filhos, todos eles nasceram aqui-, registra.
Relatórios médicos revelam esquema de prostituição em RO
Final de 1991. Os médicos que prestam serviço para o estado entram em greve. Como médico e oficial da Policia Militar, doutor Eduardo recebe a determinação para garantir o atendimento na maternidade Barbara Heliodora, local que já estava bastante familiarizado. Outros colegas médicos da PM foram deslocados para o Pronto Socorro.
– Eu comecei a observar meninas de onze, doze anos de idade ganhando neném. Então eu decidir fazer uma espécie de interrogatório com elas. Ao falar sobre trabalho, sempre elas diziam que trabalhavam como domésticas em Porto Velho, em Rondônia, e que as patroas não queriam elas com crianças e que elas vinham ter no Acre para dar as cranças-, informa.
O interrogatório se tornou uma praxe até que uma das garotas decidiu falar a verdade. Contou que havia sido enganada, induzida por oferta de trabalho e sido levada para se prostituir nos garimpos de Porto Velho. O médico encaminhou seus relatórios ao juizado da infância e da juventude e denunciou o caso na imprensa.
A partir da repercussão na mídia, uma Comissão Parlamentar de Inquérito foi instaurada na Assembléia Legislativa e uma força tarefa foi até o estado de Rondônia fazer o resgate das meninas.
Juíza Maria Tapajós solicita
acompanhamento das vítimas
Somente o resgate das meninas não era suficiente para encerrar a questão. Elas precisavam ter acompanhamento clinico psicológico e social. Era necessário identificar as causas que levaram essas garotas a ingressar num esquema de prostituição.
– Eu tinha o levantamento das adolescentes por faixa etária, no período compreendido entre 1991, quando começaram aparecer os primeiros casos, até 2001. Ao conversar com as adolescentes pude perceber que a desagregação familiar, a ausência dos pais e até mesmo a falta de estudo, são fatores que contribuíram para a prostituição dessas menores-, esclarece.
Foi com base nesses relatórios e atendendo ao pedido da juíza da infância e da Juventude, à época, doutora Maria Tapajós, já falecida, que o médico, então diretor clinico da Maternidade Barbara Heliodora implanta um programa de controle familiar, com atenção especial as menores.
– Eu dava assistência prá elas. Elas vinham na maternidade, iam ao meu consultório, eu andava com o carro cheio de remédios, ai eu me dediquei a cuidar e mantenho isso até hoje. Cheguei a ser ameaçado por causa desse trabalho com as menores, mas ficou so na promessa-, diz.
Caso Sandra: namorado prova aborto
e mata testemunha de Jeová
Como médico obstetra, Eduardo Hadad, não se depara apenas com lágrimas de emoção, provocadas todas as vezes que traz uma criança ao mundo. Histórias tristes, com desfecho trágico também são registrados, como o caso da jovem Sandra, uma menor testemunha de Jeová, que deu entrada na maternidade do Hospital Santa Juliana, em estado grave, após a realização de um aborto clandestino.
– O namorado era casado e provocou o aborto. A família acreditava muito nele, mas eu perguntei e ela disse que tinha sido ele que tinha provocado. Ela disse que ele tinha utilizado um ferro parecido uma colher, a situação dela era muito grave, a infecção se espalhou pelo sangue rapidamente, era necessária transfusão de sangue-, lembra.
No meio da emergência surge um dilema: as testemunhas de Jeová são contra a transfusão de sangue, mas a vida da jovem depende do procedimento.
– O doutor Donald que acompanhava a paciente chegou prá mim e disse questionou: ‘’Doutor o que eu faço, o pai da paciente não aceita transfusão?’’. Eu fui então falar com ele, e ele disse que deixava a responsabilidade para ela, mas ai já era tarde demais, e a jovem morreu.
O caso teve grande repercussão na mídia e o namorado responsável pelo aborto foi denunciado, julgado e condenado pelo crime que cometeu. Eduardo confidencia nunca ter esquecido a triste expressão da jovem vítima da sua própria inocência.
Médico convence paciente a desistir de
aborto autorizado pela Justiça
A experiência do médico, a sua crença religiosa e o seu respeito à vida, acima de tudo, foram determinantes para evitar que uma paciente que teve um aborto autorizado pela Justiça, desistisse do procedimento.
A gestação, segundo a jovem, teria sido fruto de um estupro, razão pela qual o aborto encontrou amparo judicial.
– Ele estava com quatro, cinco meses de gestação. Perguntei: você te certeza? E prosseguir, metade dessa criança é do estuprador, mas a outra metade é sua! E ela permanecia indiferente. Então, falei, olha sou diretor eu não faço, a minha crença religiosa não me permite e a lei me ampara, mas se tiver outro médico que queira fazer, pode fazer-, disse com o coração entristecido.
Para reforçar seus argumentos, o medico se comprometeu em fazer todo o acompanhamento pré-natal dela, caso aceitasse o bebê e a encaminhou para uma conversa com a psicóloga. Para felicidade do médico, a paciente mudou de idéia, e quando ganhou a criança voltou para agradecer, informando que o suposto estuprador na verdade era um ex-namorado e que estava tudo bem.
Cirurgia cardíaca no Pronto Socorro
Na década de 80, quando Hadad retornou ao Acre, os médicos que atuavam no Pronto Socorro de Rio Branco eram obrigados a improvisar e recorrer a ajuda divina para salvar vidas.
O médico registra o caso de um criminoso que deu entrada na emergência com uma facada no coração, que provocou corte em um dos ventrículos. Estavam de plantão ele e o doutor Queiroz. Diante a gravidade da situação, decidem operar e tentar salvar a vida do fora da lei.
– Então operamos. O sangue ia lá no teto, Salvamos. No dia seguinte passei em visita, e para a minha surpresa, o paciente, já bastante falante, disse: doutor quero alta para acertar as contas com quem fez isso comigo. .Disse, esquece isso, Deus já lhe deu a salvação, por garantia deixei mais uma semana internado-, conta bem humorado.
O milagre de Iza Bruna
No ano de 1994, o obstetra testemunhou o milagre da menina Iza Bruna Vieira de Souza. Ela nasceu com má formação cerebral, diagnosticada como “meningoencefalocele occipital de grande porte”, o que na pratica, lhe dava a aparência de duas cabeças.
A direção do hospital não queria deixar a imprensa filmar, querendo preservar a dignidade da criança recém nascida, todavia, a avó liberou a filmagem, com o seguinte argumento: ‘’deixa eles filmar, que depois eles vão filmar melhor’’.
Na entrada do centro cirurgico, a avó recomenda a Hadad ‘’doutor trate dela como se fosse a sua filha. Primeiro eu acredito em Deus, depois da madre Paolina e também no senhor que ela vai ficar curada’’.
– Aquele pedido da avó já me deu responsabilidade. Chega o neurocirurgião Carlos Emílio e alerta ‘’Eduardo ela vai ficar sequelada, isso se não morrer. Começa a cirurgia, a menina tem três paradas cardíacas, quando terminou deu outras, mas até que estabilizou-, descreve.
O que Eduardo Hadad não tinha visto nem os demais integrantes da equipe médica, é que no momento das paradas cardíacas a avó colocou uma foto da madre Paolina na mão da criança, e esta não soltou mais. Era o indicio do milagre.
A menina foi batizada no próprio Hospital, dentro do balão de oxigênio, e logo se recuperou. O nome Iza foi dado em homenagem a avó, devota de madre Paolina, e o sobrenome Bruna, em homenagem ao médico Eduardo Hadad, por ser esse o nome da sua filha mais velha.
A cura foi atestada pelo Santo Padre e, no dia 19 de maio de 2002, o Papa João Paulo II canonizou Santa Paulina, reconhecendo suas virtudes em grau heróico: humildade, caridade, fé, simplicidade, vida de oração, entre outras
Drama pessoal, vencendo um câncer na próstata
No final de maio de 2014, as palavras de agradecimentos de uma paciente, durante um plantão no hospital Santa Juliana, soaram como um sinal de alerta aos ouvidos do bom doutor Hadad.
– Ela disse doutor, eu estava pedindo a Deus que o senhor fizesse o meu parto, porque o senhor já fez da minha família quase toda. Desejo que o senhor tenha muitos anos de vida e que ainda venha a pegar muitos meninos. Aquelas palavras mexeram comigo, alguma coisa me dizia faz exame-, observa.
Ele conta que anualmente faz exames gerais, sempre no mês de janeiro ou fevereiro, e já era maio e ele não tinha feito. As palavras daquela mulher ficaram martelando na sua cabeça. Dois plantões depois, ele está em jejum quando chega o rapaz do laboratório para coleta de sangue, decide fazer a coleta e tem o primeiro indicio de um possível câncer na próstata.
-O resultado revelou uma alteração, o colega disse, toma antibióticos 15 dias e repete, fiz, mesmo resultado. Partir para a biopsia. Fui acometido de infecção. Passei duas semanas na UTI. Quando o médico que fez a biópsia veio falar comigo e disse EDUARDO, veio aquela escuridão! Eu disse, já sei, deu câncer-. detalha.
A partir daquele momento era uma luta contra o tempo. A primeira providencia foi viajar para o hospital AC Camargo, em São Paulo, onde ia ser realizada a cirurgia. ‘’Eu sentia que tinha ainda uma luizinha no fim do túnel. Não deu desespero. As pessoas vinham conversar comigo preocupadas e eu dizia seja o que Deus quiser, seja feita a vontade dele e não a minha. Enquanto ele permitir estarei aqui ajudando a quem precisa de mim-, diz em tom sereno.
A cirurgia aconteceu no dia da semifinal entre Brasil e Alemanha. Quase duas horas de procedimento. ‘Eu só ouvia o pessoal comentando o Brasil perdeu de sete a um, mas eu só tinha o que comemorar, estava vivo, lutando’’.
Trabalho ajuda na recuperação
A cirurgia foi um sucesso, desencadeando apenas um processo de incontinência urinária temporário, o que já havia sido previsto pelos médicos, e considerado normal no pós-operatório. O único inconveniente, no caso, seria usar fraldas, caso quiser sair de casa.
Outro ponto negativo foi o atestado fornecido ao medico, onde ele era apontado como inválido. Eduardo não aceitou. Pediu nova avaliação da junta médica e demonstrou está apto a voltar ao trabalho.
– Eu vou trabalhar mesmo de fralda, anunciei. Assim fiz, trazia três, quatro fraldas para trabalhar. Eu tinha na minha cabeça que precisava ajudar a quem precisa, o que me gratifica é isso, é para isso que e tornei médico, são 33 anos de trabalho que não se
pode jogar fora assim-, justifica.
O drama pessoal do médico não parava por ai. No mesmo ano, ele perdeu a mãe, uma tia, e no início de 2015, uma sobrinha foi vítima de desastre de carro, provocado por índios no Mato Grosso.
– Ai sempre tem aquele prá chegar e dizer, Eduardo, tudo isso, será que você não fez alguma coisa e está pagando? Eu digo, não, Deus não castiga ninguém, Isso é provação. Se você cai e levanta ai vem o inimigo e toca em outras coisas que você ama, Eu tenho fé em Deus e sempre faço as minhas orações. Ele é que está no controle de tudo-, testemunha.
Ajudar a quem precisar
Eduardo Hadad é oficial médico da reserva da PM, diretor clinico do Hospital Santa Juliana, atende em seu consultório particular as segundas, terças e quintas e tira plantões na maternidade Barbara Heliodora.
– Eu me sinto mais satisfeito em atender pelo Sistema Único de Saúde, o SUS, que particular. Aquele muito obrigado, aquele abraço, é demais, isso eu quero ter até o último minuto de vida-, assegura, acrescentando que não deseja ser político, apesar dos muitos convites que já recebeu.
Rede Cegonha, parto humanizado – Apesar do drama vivido, Eduardo não reclama, e ainda acha tempo para registrar os acontecimentos positivos registrados no de 2014. Um deles foi a inauguração da Rede Cegonha Madre Paolina do hospital Santa Juliana.
A rede foi inaugurada em março, dois meses antes do diagnostico e do câncer. É o chamado parto humanizado, a paciente escolhe a onde vai ganhar o seu bebe, na cama ou na banheira, tem ainda a bola o cavalinho para paciente fazer exercício, com direito a acompanhante.
– Convidamos aquelas mulheres que ainda estão no pré natal para conhecer, é importante para perder o medo de hospital, tudo pelo SUS-, assegura. O medico registra ainda os grandes avanços na área de cirurgia torácica, reconhecendo os esforços da cirurgiã pediátrica Fernanda Lage e do cirurgião torácico Everson Beltrano, com o suporte da UTI neonatal do santa Juliana.
Brendha Hadad, o ‘’xodó’’ do papai
A carreira artística de Brendha começou ainda na infância, a contragosto do pai, mas que acabou cedendo diante seu jeitinho conquistador.
– Ela foi Miss Brasil Mirim aos 12 anos. Eu disse minha filha você vai para Londrina, ninguém conhece papai, você tanto pode ganhar como pode perder. Ela disse papai eu vou ganhar, e ganhou-, registra orgulhoso.
Na volta, conseguiu a garantia do pai de que teria permissão para tentar a carreira de atriz fora do estado quando completasse 18 anos. No dia do aniversario, não perdeu tempo e cobrou a promessa de uma forma bem inusitada.
– Eu parabenizei, levei-a para comprar o presente, um carro, ela agradeceu, mas nem se empolgou com o presente só queria saber da promessa e foi logo me perguntando:
– Pai se eu fizer um teste e passar, o senhor vai deixar eu ir para o Rio tentar carreira artística?
– Claro, minha filha – respondi.
– Pois eu já fiz e já passei – anunciou.
O teste ao que Brendha se referia era para a Minissérie Amazônia, sua estréia na Rede Globo de Televisão, onde ela fez outros quatro trabalhos. Atualmente ela é contratada da Rede Record de Televisão com estréia prevista na novela os Dez Mandamentos.
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