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Quem deu o segundo tiro no Delegado Carioca?

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Delegado Carioca morreu no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco

Que o tiro de espingarda, calibre 20, disparado por Elivan Verus, na noite do dia 14 de dezembro de 2014, foi o que matou o delegado Antônio Marques Melo, 22 dias após este dar entrada na UTI do Hospital de Urgência e Emergência em Rio Branco, isso não resta dúvidas. O assassino confessou o crime na sede da Delegacia de Polícia Civil, mas, 195 dias após o trágico acontecimento, um fato chama atenção do advogado que foi nomeado pelo juiz para proceder à defesa do réu: Por qual motivo não ficou esclarecido nas 227 páginas do processo quem deu o segundo tiro no delegado Carioca?

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A reportagem teve acesso exclusivo ao laudo técnico feito pela própria Policia Civil onde os peritos afirmam que da espingarda, alimentada por retrocarga, calibre 20, usada por Elivan Verus, na noite do crime, só foi feito um único disparo, sendo que o delegado de Polícia foi atingido por dois projéteis.


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Para o advogado essa prova técnica fortalece a tese do seu cliente que afirmou durante interrogatório policial ter agido, neste caso apenas, em legítima defesa, depois de ouvir disparos efetuados em sua direção.


Sem entrar no mérito se deveria ou não ter ocorrido à reprodução simulada dos fatos, Carlos Vinicius acredita que esclarecer de onde partiu esse segundo tiro que quebrou a perna do Delegado Antônio Carlos é fundamental para imparcialidade do julgamento.


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Advogado levanta questionamentos sobre quem seria o autor do segundo disparo

“Esse tiro foi dado em que posição? Foi por trás, foi pela frente? Foi antes do tiro dado por Elivan ou depois? A arma do delegado disparou acidentalmente no momento em que ele caiu? Essas coisas deveriam ter sido esclarecidas.” acrescenta a defesa.


O advogado acredita que a falta de esclarecimentos sobre quem efetuou os seis disparos, as informações com relação às posições de cada elemento na cena do crime, revela falhas imprescindíveis em uma investigação complexa como a que envolve o seu cliente.


Ele também chama a atenção para as testemunhas do momento em que foram efetuados os tiros. Segundo o advogado: “apenas o acusado, Elivan Verus, um agente de policia civil e um agente de policia militar viram o momento do disparo de arma de fogo que matou o Delegado”, afirmou.


“Será que é verossímil a alegação de que Elivan desceu do carro atirando no delegado, como consta no Inquérito Policial, mesmo este estando de posse de uma espingarda de cano longo de manuseio não tão rápido e simples?” Ou será que houve uma troca de tiros e nesta o Delegado Carioca infelizmente foi atingido?” Volta a questionar o advogado.


Para Vinicius seu cliente não é de forma alguma um inocente que está sendo injustiçado até porque os crimes praticados por ele chocaram a sociedade xapuriense. “Tanto a menina Janaina (adolescente assassinada de forma brutal), quanto o delegado (que morreu defendendo a sociedade xapuriense) foram vitimas de uma tragédia que o tempo não vai apagar nunca” comentou.

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Ele prossegue afirmando que não é pelo fato de Elivan Verus ser um elemento perigoso que não terá o direito sagrado de defesa assegurado pela constituição, e nem por isso deve ser condenado de forma sumária sem que sejam debatidas amplamente as provas produzidas no processo.


Mas garantiu que fará um júri “com o devido respeito à imagem do Dr. Antônio Carlos, que era um profissional íntegro, probo e ético, respeitando a dor de sua família, principalmente de seus pais e de sua esposa, por sua perda prematura, e principalmente e com os olhos voltados para o debate das provas juntadas ao processo”.


O OUTRO LADO:
O promotor que trabalha no caso, Dr. Bernardo Siterman Albano, não atendeu a nossa reportagem durante toda a tarde de ontem. Através de sua assessoria informou que se manifestará somente na manhã desta terça-feira (30).


Nilton Boscaro

Boscaro afirma que o projétil partiu de uma pistola ponto 40, mas não revelou quem foi o autor.

O delegado Nilton Boscaro – que presidiu o inquérito – concordou em fazer uma pausa em seu trabalho, na sede da Secretaria de Policia Civil do Acre, no início da noite de ontem (29), para ajudar a esclarecer os fatos.


Com relação à elucidação do segundo tiro, que quebrou a perna do delegado Carioca, Boscaro afirma que o projétil partiu de uma pistola ponto 40, mas não revelou quem foi o autor. “Possivelmente um policial civil ou militar que estava na hora da troca de tiros”, acrescenta.


A Policia Civil mantém a tese de que Elivan foi quem primeiro disparou contra o Delegado. “Depois desse disparo os policiais atiraram e não acertaram Elivan, infelizmente uma das balas atingiu a perna do Carioca que estava muito próximo do criminoso”, acrescentou.


Sem classificar a complexidade do caso, o presidente do Inquérito diz que ouviu o acusado nos autos onde o mesmo confessou que efetuou um tiro contra o delegado com o objetivo de fugir e não ser preso. “É um motivo de qualificadora, uma tentativa de o elemento manter a impunidade do crime antecedente de homicídio contra a enteada e a ex-companheira” comentou o delegado.


Sobre a reconstituição do crime – Boscaro esclareceu que na condução do inquérito não foi deslumbrada nenhuma necessidade para uma reconstituição do crime. Ele estranhou que a defesa também não tenha solicitado essa produção de provas e que somente agora, horas antes do julgamento, esse questionamento tenha vindo à tona. Por último assegurou que os próprios depoimentos estavam claros e circunstanciados com o relatório do réu que elucidou a dinâmica do evento.


O julgamento – O juiz Luiz Gustavo Alcalde Pinto preside o Tribunal do Juri a partir das 9 horas desta quarta-feira, 01 de julho, data em que o delegado Antônio Carlos completaria 35 anos. A previsão é que acusação e defesa utilizem todos os tempos de tese, replica e treplica. No total, onze interrogatórios estão previstos para acontecer. O julgamento não tem horário previsto para terminar.


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