Uma luz no fim do túnel
A conversa que tive ontem com o senador Jorge Viana (PT) restabeleceu a esperança que tinha perdido depois da trapalhada dos deputados federais na votação da Reforma Política. A forma como a comissão de senadores, integrada por ele, pelos senadores Renan Calheiros (PMDB) e Romero Jucá (PMDB), de abrir primeiro a discussão com personalidades políticas e entidades organizadas da sociedade é o caminho correto, que os parlamentares federais não seguiram. Já conversaram com a presidente Dilma, com ministros do STF, vão conversar na próxima semana com os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso, com a Ordem dos Advogados do Brasil, CNBB, e formar um pool de apoio para que, enfim, possa de concreto acontecer uma Reforma Política que atenda o eco do povo nas manifestações de rua. Querem chegar no dia 17 de julho com vários pontos acordados e votados no plenário do Senado. Para isso está havendo uma afinação grande com o presidente da Câmara Federal, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) para garantir que as medidas decididas sejam aprovadas.
Custo de campanha
A diminuição dos custos de campanha é um dos pontos que será trabalhado. Para Jorge Viana tem que acabar com penduricalhos como placas e outros adereços, reduzir o tempo da propaganda política e as campanhas pasteurizadas pelos marqueteiros na televisão, que tiram a essência do candidato. Para ele, o candidato tem que falar mais do seu programa, acabando com a maquiagem de efeitos especiais. Lembra que um dos itens mais caros de campanha é o pagamento dos marqueteiros e agências de publicidade, ficando o candidato num plano inferior. “Isso tem de acabar”, dispara Jorge Viana.
Mais inserções
Defende ainda que diminua o tempo dos chamados blocões no horário eleitoral e se tenha mais inserções ao longo do espaço destinado aos candidatos. Temos que diminuir o tamanho do horário do rádio e televisão, que por serem longos se tornam mais caros numa campanha, diz Viana.
Um banco e uma banca
Lamenta Jorge Viana que, hoje, o candidato para se eleger tem que ter um banco e uma banca de advogados. Um banco para financiar a sua campanha (refere-se ao financiamento pelas empresas) e uma banca de advogados para judicializar o resultado eleitoral caso venha perder a eleição. Vai defender que seja criada uma norma que estabeleça na legislação eleitoral que, assim que se dê a cassação de um candidato, seja feita de imediato uma nova eleição. Cita o exemplo de Sena Madureira, que teve ao longo de 4 anos vários prefeitos por conta de recursos. Este foi um dos assuntos discutidos com ministros do STF.
Coligações proporcionais
Na visão do senador Jorge Viana (PT) se for conseguido a diminuição do custo de campanha e o fim das coligações proporcionais já se terá chegado no meio do caminho de uma boa Reforma Política. Defende também que os partidos políticos já registrados sejam obrigados a ter 50% dos seus diretórios definitivos, hoje a maioria só tem as chamadas comissões provisórias. Outro ponto que defende é que haja um teto para financiamento das campanhas.
Com Dilma roussef
Jorge Viana considerou a conversa que a comissão de senadores teve com a presidente Dilma como muito promissora, porque ela passará a ser uma aliada na Reforma Política. Durante o encontro com a comissão de senadores que vai conduzir a Reforma a presidente disse que já tinha jogado a toalha e perdido a esperança de se fazer uma Reforma Política verdadeira, mas que agora ganhou um novo ânimo.
Por projeto de lei
Diferente da Câmara Federal, os pontos da Reforma Política a serem implementados deverão acontecer através de Projeto de Lei, que não exige quorum qualificado como uma PEC, mas maioria simples. Isso é possível e foi um dos assuntos discutidos com os ministros do STF.
Farra dos partidos
Outro assunto que será pauta de debate na comissão do Senado será criar mecanismos que impeçam a proliferação de partidos, e que fortaleçam os existentes. Hoje existem 32 partidos e há outros 30 em tramitação para serem criados. Daí defender que 50% dos diretórios de cada partido sejam definitivos, acabando com a facilidade das chamadas comissões provisórias. E mudar também o critério de distribuição do Fundo Partidário.
Política regional
O senador Jorge Viana considera um erro político o PT abrir discussão este ano sobre a chapa do prefeito Marcus Alexandre, no tocante ao nome do vice. É um debate para o início do próximo ano. Na sua visão não será uma discussão simples a escolha do nome do vice. Para ele, quem deve discutir agora a sucessão municipal são os partidos de oposição. Uma discussão agora na FPA é criar problema para o prefeito Marcus Alexandre, que se debruça para resolver os problemas deixados na cidade pela última cheia do Rio Acre. Na hora certa senta o prefeito, o PT, o Tião Viana, os aliados e todo mundo discute e resolve. Não é o momento certo.
Erro maior ainda
E considera um erro maior ainda se ficar fazendo projeções para candidaturas de 2018, quando primeiro tem que se pensar em o prefeito Marcus Alexandre chegar ao final do mandato bem situado na aceitação popular e ganhar a eleição. Não se pode atropelar o processo político, pondera, dizendo que tudo tem o seu tempo certo.
Foco errado
Jorge Viana vê como um foco errado ficar se dando mais destaque à troca de acusações entre oposição e base do governo na Assembléia Legislativa que ao trabalho que o governador Tião Viana vem tendo para criar uma agenda positiva num tempo de grave crise econômica. Não que o debate político não mereça espaço, mas acho que os esforços de divulgação deveriam se concentrar nas atividades do governo do Tião, defendeu o senador Jorge Viana (PT).
Crise braba vai começar
Sobre as prefeituras alertou Jorge Viana que, a crise econômica vai piorar nos próximos meses. O que houve até aqui foi uma queda na projeção de receitas, daqui em diante vai acontecer é uma queda real, deixando em maiores dificuldades, principalmente, os prefeitos do interior.
Prefeitos aliados
Jorge Viana considera muito grave a situação econômica da prefeitura de Sena Madureira. Cita dois exemplos de prefeitos que estão bem encaminhados e precisando de pequenos ajustes. O prefeito de Feijó, o Merla, conseguiu recuperar as finanças municipais, mas falta fazer política, explorar seus feitos, o que não tem feito, reclamou Jorge. O prefeito de Tarauacá, Rodrigo Damasceno, faz política e enfatiza as suas realizações, mas precisa melhorar em alguns pontos administrativos, avaliou o senador petista.
Eleição em rio branco
O senador Jorge Viana considera como sendo um grande erro de avaliação ficar se projetando que o prefeito Marcus Alexandre vai se reeleger com facilidade. Cita os últimos resultados eleitorais em que a diferença a favor dos candidatos a prefeito da FPA na Capital foi apertada. Para ele, a oposição não está morta. Tem ainda o problema do desgaste do PT e a crise econômica nacional que tem os seus reflexos no Acre. Será uma eleição dura como sempre foi, prevê.
Pontos levantados
As notas acima foram os pontos levantados na conversa de ontem com o senador Jorge Viana.
Fundamentalismo religioso
Mudando de assunto. Está chegando à beira da hipocrisia e do fundamentalismo religioso alguns Pastores evangélicos querer ficar ditando normas de conduta pessoal da sociedade, como se aqui fosse um Estado teocrático ou a extensão dos seus cultos. O corpo de uma pessoa lhe pertence e ela faz o que bem entender. Eu não vou à Parada Gay. Mas, nem por isso vou querer queimar na fogueira e criticar quem vai e quem tem a sua preferência sexual. Quem quiser ser evangélico que vá para os seus cultos. Quem quiser ser gay, que seja gay. Vamos parar com esta história de querer ser palmatória do mundo.
Também se preparando
Quem também está se preparando para ser candidato a vereador de Rio Branco no próximo ano é o Rodrigo Beirute (PRP), já estando em fase de organização da sua candidatura, montando bases de apoio nos bairros. Poderá ser apoiado pelo ex-deputado Chico Viga.
Praticamente desfeita
Está praticamente desfeita a possibilidade de uma coligação nacional entre PPS e PSB. No Acre também não ia dar certo, o PPS caminha com a oposição e o PSB integra a base do governo. E assim ficarão na eleição municipal.
Câmara federal
Está completamente descartado a Perpétua Almeida (PCdoB) ser candidata à prefeita de Cruzeiro do Sul na eleição do próximo ano, pela FPA. Vai disputar uma vaga na Câmara Federal, com boa chance, em 2018.
Ampliando espaço
Quem quase não tem tido tempo para participar de todas as atividades para as quais é convidada em Sena Madureira é a publicitária Charlene Lima, tem dia de participais de seis eventos com boa presença popular. Charlene é a única coisa nova na eleição para a prefeitura de Sena, no próximo ano. Falta só definir por qual partido ela será candidata.
Ou melhora ou é derrota certa
O PT não tem nenhuma esperança de que o prefeito do Bujari, Tonheiro (PT), seja reeleito, por ser um dos mais fracos da atual safra de gestores do interior. Já pensa em novo nome para lhe substituir, caso não dê a volta por cima.
Agenda positiva
O governador Tião Viana esteve ontem em Plácido de Castro, junto com o secretário da SEAPROF, Nil Figueiredo, entregando tratores, caminhões e implementos agrícolas aos produtores rurais. Nestes tempos de bicudos de crise econômica é um feito positivo.
Pressionando
Uma fonte próxima ao prefeito James Gomes revela que ele está sendo pressionado pelo senador Sérgio Petecão (PSD) para que lance sua mulher Marfisa Petecão (PSD) à prefeita de Senador Guiomard. James tem relutado, por Marfisa não ter identificação com o município.
O maninha não resistiu
O radialista da Difusora Acreana, o famoso Ilson Maninha, foi enviado à Brasiléia para cobrir a queda de um avião, que vitimou o secretário do Governo Wanderley Dantas, José Castro de Araújo. Ao chegar ao local do desastre foi acionado pelo radialista Estevão Bimbi para um flash aos ouvintes. E disparou no seu vozeirão: “vamos trazer o repórter especial Ilson Maninha, diretamente de Brasiléia”. Do outro lado da linha só soluços entrecortados: “não estou conseguindo me conter caros ouvintes é triste, muito triste, não consigo parar de chorar”. E dito isso, o Maninha aumentou o choro e desmaiou. O Bimbi não conseguiu o furo de reportagem e o Ilson Maninha pegou uma suspensão de 15 dias. E nunca mais foi escalado como repórter especial.