Sindicalista afirma existir plano para executar mais quatro agentes penitenciários

Uma mensagem que começou a circular pelos grupos de WhatsApp no final da tarde desta quinta-feira (18), de autoria do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Acre (Sindap) faz um alerta a categoria sobre um suposto plano para executar agentes penitenciários em Rio Branco.

De acordo com a publicação, o presidente do Sindap, Adriano Marques afirma que um “salve geral” foi dado por integrantes da facção criminosa PCC que estão no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves, em Rio Branco.

“A Diretoria do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado do Acre -SINDAP/AC, no uso de suas atribuições legais, comunica aos servidores penitenciários que um Salve Geral para matar agentes penitenciários saiu hoje da unidade Antonio Amaro Alves, todos os servidores penitenciários devem redobrar a atenção”, publicou o sindicalista.
Na publicação, Marques alerta ainda para que os agentes redobrem a atenção na movimentação da rua antes de entrar ou de sair de casa, não ficar bêbado em locais desertos, além de evitar locais com grandes aglomerações.

“O estado de alerta tem que ser exercitado sempre na vida do operador de segurança pública, vale para os mais desavisados pensarem como farão para sacar sua arma em caso de emboscada, pensar onde colocar sua arma, observar a movimentação da rua antes de entrar e sair da sua casa, não ficar bêbado em locais desertos ou com grandes aglomerações, exercitar noções básicas de segurança”.

Por telefone a reportagem entrou em contato com o sindicalista que explicou como ficou sabendo do “salve geral. De acordo com Adriano Marques, um agente penitenciário foi alertado por um servidor administrativo sobre a existência de uma interceptação telefônica, onde os presos ligados ao grupo criminoso determinavam a execução de agentes em retaliação a uma revista geral realizada no ultimo dia 12 de junho e da suspensão de algumas regalias existentes na unidade prisional.

“Esse salve é em decorrência da suspensão de algumas regalias e também por conta de uma revista geral que foi realizada na unidade no último dia 12 de outubro. Um agente foi alertado por um servidor do quadro administrativo do Iapen. Primeiramente esse agente me passou a informação por mensagem de texto via sms e depois falamos pessoalmente”, explicou Marques, enfatizando ainda que “Como sempre a direção do Iapen/AC vai negar que existe crime organizado nas unidades prisionais e que não sabe nada sobre o ‘salve geral’, o Sindap montou equipes para realização de rondas no apoio aos demais agentes que trabalham na unidade prisional”.

A reportagem também falou com o delegado da Polícia Civil Alcino Junior, um dos responsáveis pela desarticulação da organização criminosa no Acre. Junior disse que a versão de “salve geral” é fantasiosa e que não existiu nenhuma ocorrência dessa natureza, além de achar estranho que um servidor administrativo ou até mesmo o sindicalista tenha tido acesso a qualquer tipo de interceptação telefônica, que é de caráter sigiloso e exclusivamente dos setores de inteligência dos órgãos de segurança pública.

“Duvido muito que ele ou qualquer outro servidor tenha tido acesso a interceptações por ser um instrumento sigiloso de competência exclusiva dos setores de inteligência dos órgãos de segurança pública. Não existe nada de verdadeiro nessa informação, pois se tivesse existido, já tínhamos providenciado a transferência do servidor para outro local, como já fizemos no passado com outros”, comentou o delegado.