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Crica: parte da história do PMDB morre com o Armando Dantas

Sempre respirou política. Sua vida era dedicada ao PMDB. Mas é uma luta que passou antes pela direção da Casa do Estudante Acreano, as refregas estudantis, esticou pelo MDB, e teve papel de destaque na eleição do primeiro governante eleito no Acre após a Ditadura, Nabor Junior. O seu papel era um dos mais importantes de uma campanha, traçar as estratégias das candidaturas majoritárias e proporcionais, gerir os recursos e montar as chapas que disputariam as eleições, tarefa que executava como poucos. Nunca quis ser candidato. Era um turrão na defesa do PMDB. Mas para quem o conhecia mais de perto era um bonachão, um grande contador de causos de bastidores, que como não escreveu se perderam com ele. Era quem coordenava as campanhas do deputado federal Flaviano Melo (PMDB), de quem era uma espécie de alma gêmea. Se eu colocava no Blog do Crica uma nota que criticava o seu PMDB, a ligação era inexorável: “Crica, coloque a versão do Glorioso”, termo como tratava o PMDB. Nos últimos anos, mesmo sofrendo de insuficiência renal e tendo que se submeter às constantes hemodiálises, não deixava de dar plantão na sede do PMDB, aonde chegava com dificuldades. O Armando Dantas é um sério desfalque para a política acreana. Vai deixar uma grande lacuna no PMDB. O Armando Dantas sabia tudo da história da política do Acre, porque começou a militância no tempo da ditadura militar com figuras como o advogado Abel Alves e Aluisio Bezerra. Foi um dos fundadores da Tendência Popular, segmento progressista dentro do PMDB, que contestava os caciques tradicionais. Participou dos governos da oposição, mas sem deixar de ser um contestador. Foi oposição no tempo em que todos temiam ser. Em nome da minha família quero levar à esposa Luza, aos filhos Erick Venâncio, Armando Junior, os sentimentos pela passagem do Armando, que no outro plano foi se encontrar com Raimundo Melo, Edson Cadaxo, Geraldo Fleming, Josué Fernandes, Francisco Taumaturgo, Ruy Lino, João Borborema, Ninja, Omar Marques, Biraba e tantos outros que lutaram pela democracia. Descanse em paz, meu amigo Armando Dantas.


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