Mulher recebe diagnósticos errados e acaba na UTI do HC, em Rio Branco

O serralheiro Daniel dos Santos Marques, de 39 anos, denunciou que a esposa dele, a doméstica Mariselda Roque Crispim, de 37 anos, pode ter sido vítima de três erros médicos, ao procurar por quatro vezes as unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Tucumã e 2º Distrito, e o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (HUERB), em Rio Branco, capital do Acre.

Segundo contou o marido, a mulher estava sentido muitas dores no corpo e apresentava febre na quarta-feira, dia 2 de junho. Preocupado, o homem decidiu levar a esposa para à UPA do Tucumã. Lá, o primeiro diagnóstico médico apontou que Mariselda estava com Dengue e que era necessário apenas ingerir Dipirona, para minimizar as dores e a febre.

Dois dias depois, disse Daniel “a gente teve que voltar na UPA. A minha mulher estava pior e o remédio não estava mais fazendo efeito. Quando eu cheguei lá com ela, o médico disse novamente que eram os sintomas da Dengue, e que a febre e as dores eram normais. Aí, então, eu resolvi procurar a UPA lá do Segundo Distrito, porque eu nãoa reditei que era Dengue”.

Mas, foi na Unidade de Pronto Atendimento do 2º Distrito, que funciona 24 horas, que Daniel ficou mais surpreso. No hospital, “o médico disse que minha mulher só estava com uma infecção intestinal, ou era no estomago e que não precisava muita preocupação que a medicação ia ajudar. A gente voltou para casa”, completa.

Mesmo assim, Daniel diz que os diagnósticos não deixam a família satisfeita e que persistindo os sintomas, o casal resolveu voltar, no dia seguinte, à UPA do 2º Distrito, para ouvir outro médico. Lá, um dos profissionais avaliou a mulher e disse que poderia ser Leptospirose [doença causada por uma bactéria chamada Leptospirapresente na urina de ratos]. Depois disso, a ncaminhou para o Pronto Socorro da capital, que fica no Bosque.

“Mas, quando a gente chegou no Pronto Socorro, os médicos disseram que não era Leptospirose coisa nenhuma. O que minha mulher tinha era um problema no fígado, mas resolveram pedir exames e deixaram ela interdana lá no corredor mesmo, agente ficou foi no corredor”, denuncia Daniel. “Quando os resultados saíram, um dos médicos olhou e já mandou ela para a Emergência e depois para a UTI” do Pronto Socorro.

Segundo o marido, Mariselda permaneceu no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (HUERB) por cerca de três dias. Após isso, começou a apresentar problema nos rins, e precisou ser transferida para o Hospital das Clínicas (HC), também em Rio Branco. “Quando a agente conseguiu a vaga aqui, o pessoal do Pronto Socorro nem queria que a gente viesse, porque eles falaram que a Mariselda não aguentava a transferência, mas a gente fez uma confusão lá e eles acabaram mandando”, afirma.

A paciente está internada, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), “em estado gravíssimo”, apresentando “suspeita de infecção por leptospirose”. Mariselda está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Hospital das Clínicas. Ela está entubada. O serralheiro acredita que a mulher está nessa situação por conta da demora em perceber o real motivo dos sintomas da mulher. “Se eles não tivesse dado tantas doenças para ela, tenho certeza de que minha mulher não estaria tão mal assim. Ele me mandaram de hospital em hospital igual fizeram com o rapaz do Exército que morreu”, acredita.

Para supostamente tentar minimizar a gravidade do problema, a Sesacre informou que vai abrir “um processo administrativo para averiguar se houve erro” na hora de atender a mulher nos hospitais públicos da capital. “Agora, se minha mulher morrer, vou processar o Estado. Espero que isso não aconteça com outras pessoas, e que se aconteceu, ou está acontecendo, que as pessoas denunciem e não deixe esses médicos impunes. A Secretaria precisa fazer alguma coisa, as pessoas estão morrendo, e o governo não faz nada para resolver esse caos”, finaliza chorando.

NOTA DA REDAÇÃO: Assim como Daniel fez uma denúncia sobre o atendimento prestado à esposa dele, você também pode fazer a sua. Envie agora mesmo sua denúncia para o e-mail contato.ac24horas@gmail.com ou ligue para um de nossos repórteres (clique aqui e veja). O ac24horas acompanha os casos que leva aos leitores.