Centenas de sacolões, kits de limpeza, colchões e caixas d’água que foram doados pelo governo federal através do Ministério da Integração, o SESC Solidário e a Fecomércio, para vitimas da enchente histórica que atingiu sete cidades do Acre, encontram-se abandonados em um barracão, às margens do Rio, no Projeto Vila Nova, no Assentamento São Luiz do Remanso, município de Capixaba, distante 77 km da capital. A primeira remessa foi entregue no dia 20 de março pela vice-governadora Nazaré Araújo. Alguns produtos como massa de milho, vencem no dia 28 de junho. O caso será levado ao conhecimento do Ministério Público.
O flagrante foi dado pelo vereador Diego Paulista (PSDB) no barracão da dona Raimunda e seu Raildo, no projeto de assentamento São Remanço. Sem saber o que fazer com centenas de sacolões e kits de limpeza abandonados em seu barracão, a família resolveu pedir ajuda da Câmara de Vereadores.
“Dona Raimunda e o seu Raildo não têm culpa de nada, são mais de 130 sacolões armazenados de qualquer jeito. Tem produtos com data de vencimento no dia 28” disse o vereador Diego.
A caminho da colocação, o vereador constatou que várias famílias não receberam as doações. No vídeo gravado e postado em seu facebook, Diego denuncia que 500 colchões, que também foram entregues em operação emergencial, não chegaram ao destino correto.
“Será que o prefeito está deixando para entregar isso somente na época de campanha?” Questiona o vereador.
Durante exposição do relatório de perdas e danos apresentado em audiência pública promovida pela AMAC, o prefeito Otávio Vareda, que é do PCdoB, falou da urgência em atender cerca de 252 famílias atingidas pela forte cheia do Rio Acre e criticou o que chamou de “burocracia do governo federal”.
Estranhamente, Vareda foi o único que não utilizou slide com o projeto de Perdas e Danos que foi elaborado pela Associação dos Municípios do Acre. No pouco tempo que dominou a oratória disse que necessitava de R$ 154 mil para atender as vitimas e anunciou a entrega de um KIT MISTURA. Segundo o prefeito, em parceria com fazendeiros do município, faria a entrega dos sacolões acompanhados de carne.
O OUTRO LADO:
Durante toda tarde a reportagem tentou falar com o prefeito Vareda. Por volta das 16 horas a telefonista da prefeitura informou que o mesmo encontrava-se para o Projeto Hortigranjeiro e que não tinha horário para voltar.
A mesma atendente nos encaminhou para falar com a secretária de Assistência Social, a esposa do prefeito, dona Sebastiana Cabanelas. Em contato por telefone, a secretária ficou de retornar a ligação para a redação do ac24horas, o que não aconteceu até a edição desta matéria.
Já no início da noite, após a intervenção de assessores do governador ligados à Secretaria de Articulação Politica (SAI), a coordenadora da Defesa Civil em Capixaba, Telma Castelan, se colocou à disposição para esclarecer os fatos.
OS KITS ABANDONADOS
Telma afirmou que os 130 sacolões são sobras de duas entregas de um total de 500 cestas básicas – doadas pelo Acre Solidário – que atenderam 294 famílias “da divisa de Capixaba com Xapuri e divisa de Capixaba com Senador Guiomard”, assegurou à coordenadora. Na divisa entre Capixaba e Senador Guiomard, ela acrescentou que até famílias do Seringal Mocó foram contempladas.
OS 470 COLCHÕES
A coordenadora confirmou que 470 colchões – e não 500 como denunciou o vereador – encontram-se armazenados no município de Capixaba. 70 deles foram doados pelo governo federal e outros 400 (sendo: 200 de casal e 200 de solteiro) foram doados pelo SESC Solidário.
CAIXAS D’ÁGUA
A coordenação também confirmou o armazenamento de Caixas d’água, um total de 250 doadas pela FECOMÉRCIO.
Telma disse que além de atender a comunidade de Capixaba recebeu ordens da
Defesa Civil Estadual para contemplar com a entrega de sacolões, famílias do Projeto de Assentamento Moreno Maia.
FALTOU A CARNE
O esclarecimento da coordenação de defesa civil do município, desmentiu o prefeito Otávio Vareda, que em audiência pública com a presença de deputados e senadores da Bancada Federal, no auditório da Federação do Comércio, para fazer média, afirmou que entregaria os kits com alimentação acompanhados de carne para os ribeirinhos. A carne, segundo Vareda, seria doada por empresários do município, o que não ocorreu.
Ainda segundo Telma, o município aguarda um pedido de complementação do PDR para doação de mais sacolões que atendam as 294 famílias. “A previsão é que na próxima segunda-feira estaremos descendo o rio e retornando com toda logística de atendimento. Vamos zerar todo o estoque”, garantiu a coordenadora.
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