Oposicionistas trocam farpas por CPI da 364

Apesar de propor a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostos superfaturamento e desvio de recursos das obras da BR-364, o bloco de oposição na Aleac ainda não se entende sobre a proposta. Mesmo sem citar nomes, Gehlen Diniz (PP) questionou os oposicionistas que ficam em cima do muro. Afirmação assimilada por Jairo Carvalho (PSD), que rebateu as criticas por não ter assinado o requerimento de Luiz Gonzaga (PSDB).

Gehlen Diniz questionou com veemência o posicionamento político de Carvalho, que chegou a participar de um evento promovido pelo governo do Acre, ocupando uma cadeira no palanque de autoridades. “O político tem que ter lado, não pode ficar em cima do muro. Admiro o posicionamento do deputado Nelson Sales, que escolheu um lado, pediu para retirar a assinatura, mas não se posicionar sobre qual lado deve ficar é uma atitude de covardia”, diz Gehlen.

Jairo Carvalho disse que estava surpreso com as declarações do progressista. “Não sei se estão soltando indiretas para mim. Eu não estou em cima do muro, sempre deixei claro que só devo satisfação do meu mandato para as pessoas que me elegeram, para meu grupo político. Não assinei e nem pretendo assinar, porque tenho para mim que a CPI é algo que tem que ser levado com seriedade. Primeiro que nem fui informado desta comissão”, ressalta o deputado.

Carvalho criticou ainda o que ele classifica como falta de organização da oposição. Ele afirma que o bloco não se reúne para discutir os temas que serão abordados. “Se querem criar uma CPI, devem reunir o bloco. O cidadão cria e vem me pressionar. Peraí meu irmão, não é assim não. E tem mais uma, quer dizer que, se eu não quiser votar na matéria, eu estou vendido pelo governo? Eu não aceito pressão. Faço oposição da forma que entendendo que devo fazer”.

Ele deixou nas entrelinhas do discurso, que poderá abandonar a oposição. “Se não me quiserem na oposição tudo bem, mas se é por causa de um voto, não sei para onde vocês vão me mandar. Tenho lado, eu sou oposição, mas voto com minha consciência. Não sou marionete de ninguém”, disse Jairo Carvalho, ao receber convites dos deputados da base de governo para sair do bloco de oposição e fazer parte da base de sustentação do governo petista.

Num aparte, Gehlen pediu que o colega o respeitasse. “Quero dizer que os deputados de oposição são pessoas sérias. Quando vossa excelência diz que faltou seriedade pode ter certeza que por parte do deputado Gehlen Diniz não foi. Vossas excelência não pode colocar todos no mesmo saco e dizer que falta seriedade. Portanto, respeite os deputados de oposição que são pessoas comprometidas com as propostas que são apresentadas aqui”.