O senador Jorge Viana (PT) comemorou nesta terça, 12, na tribuna do Senado, a possibilidade da construção da Ferrovia Transoceânica. O anúncio da obra orçada em R$ 30 bilhões deverá ser feito pela presidente Dilma Rousseff (PT), em junho, durante a visita ao Brasil do primeiro ministro da China, Li Keqiang. O investimento será uma parceria entre os governos brasileiro, chinês e peruano. O primeiro trecho da Ferrovia deverá ser licitado, em breve, entre Goiás e Lucas do Rio Verde (MT). No traçado original, a Ferrovia passaria por Rio Branco e seguiria para o Peru por Assis Brasil. Mas Jorge Viana está pedindo alteração da rota para que seja feita pelo Juruá, acompanhando o traçado da BR 364 e, entrando no país vizinho por Cruzeiro do Sul e Pucallpa.
Justificativas do senador acreano
No seu discurso Jorge justificou a construção. “Mas que ferrovia? É mais uma promessa? Eu penso que não. Eu dei uma entrevista ao jornalista Nelson Liano, em 2010, antes de ser eleito senador, antecipando o fato. Na Amazônia e no Brasil não tem nenhum sentido ferrovia não ser prioridade. Todos os países continentais do mundo trabalham com ferrovia, um meio de transporte prioritário.”
A função da estrada de ferro
O senador acreano explicou ainda que a função da Ferrovia Transoceânica será para vender alimentos produzidos no Brasil através dos portos peruanos do Oceano Pacífico. A concretização do projeto beneficiaria todo o sul da região amazônica. E abriria um mercado forte com os países asiáticos e da Costa Oeste dos Estados Unidos.
Considerações sobre o tema
O fato da existência da BR 364 não impede a construção de uma ferrovia. Seria um caminho de integração regional mais efetivo. A manutenção de uma estrada de ferro é infinitamente mais barato do que de uma rodovia.
Investimento jogado fora?
O questionamento que o Governo vai enfrentar será em relação aos investimentos da BR 364 entre Sena Madureira e Cruzeiro do Sul. Certamente vão dizer que jogaram fora R$ 1,8 bilhão. Mas na prática uma ferrovia federal poderá ajudar, inclusive, na manutenção da via terrestre. Sem falar que essa Ferrovia levará tempo para sair do papel. Enquanto isso, a BR 364 continuará a ser essencial para o Acre, se conseguirem fazer a sua manutenção. O atual estado da rodovia é desastroso.
Problemas ambientais
O senador Jorge Viana está tão entusiasmado com a possibilidade da Ferrovia Transoceânica que já teve audiência com a ministra do meio-ambiente, Izabella Teixeira. Está antecipando os problemas ambientais que surgirão para aprovação da obra.
Muita política e falta de gestão os problemas do Acre são…
Parafraseando o escritor Monteiro Lobato que dizia: “muita saúva e pouca saúde os problemas do Brasil são”. Durante o encontro dos profissionais de saúde com os deputados na ALEAC, nesta terça 12, um problema ficou claro. Centenas de concursados da área esperam para serem contratados. Enquanto isso, nos últimos 15 dias o atual Governo nomeou mais 140 cargos de confiança.
Política mais importante
O fato é que a maioria desses cargos de confiança tem a função de fazer política. São muito pouco úteis na prática para a gestão. Numa momento de crise econômica um desperdício de recursos. Atendem os aliados políticos, mas deixam áreas essenciais desguarnecidas.
Cobre a cabeça e descobre os pés
Não adianta filiados de partidos “nanicos” satisfeitos e milhares de pessoas descontentes. Sem falar no discurso da oposição que a cada dia ganha mais simpatia da população. Não há como esconder problemas na saúde pública do Acre.
Reflexos eleitorais
Todo esse massacre nacional contra o PT e, os problemas pontuais no Acre antecipam uma tragédia eleitoral para a FPA, em 2016. Se quiserem reverter o quadro serão precisos ações efetivas que se reflitam no dia-a-dia das pessoas comuns. Mídia não ganha eleição.
Ação partidária
O PMDB está investindo em ações nos bairros de Rio Branco através dos grupos de mulheres e de jovens. Agora, vai criar mais um núcleo partidário para a melhor idade. Atrairá esse pessoal, que naturalmente já tem simpatia pelo partido, para novos trabalhos sociais.
Candidatos no balde
A cada dia surge na oposição mais gente disposta a disputar as eleições à prefeitura da Capital, em 2016. Bocalom (DEM) já disse que poderá voltar, como sempre. Márcio Bittar (PSDB) faz os seus movimentos nem tão silenciosos. O senador Petecão (PSD) já avisou que se for mais de uma candidatura da oposição poderá lançar a esposa, Marfisa Galvão (PSD). O PMDB se mobiliza para ter candidatura própria e tenta convencer a deputada estadual Eliane Sinhasique (PMDB). Sem falar no PRB que poderá entrar no jogo com o deputado federal Alan Rick (PRB). Os desgastes naturais do PT há muito tempo comandando o país, o Estado e a prefeitura são os maiores incentivos aos sonhos dos oposicionistas.