A obra é estimada em R$ 30 bilhões. Pelo desenho original, a Transoceânica começa no Rio de Janeiro, passa por MG, GO, MT, RO e AC e, de lá, segue para o Peru. À equipe de reportagem do jornal Gazeta em Manchete, da TV Gazeta em Brasília, o senador falou sobre este empreendimento que, segundo ele, talvez seja “uma das melhores notícias deste começo de século para o Acre”.
Abaixo, alguns trechos da entrevista concedida aos jornalistas Mariano Maciel e Samuca Melo:
A história da ferrovia
“Acho que essa história já vem desde o surgimento do Acre e da infraestrutura no Brasil. O erro foi ter abandonado a ideia de ferrovias quando foi feita a opção por rodovias. Um país continental, como o nosso, tinha que ter na base da sua infraestrutura as ferrovias. Tudo bem ter rodovias mas, na Amazônia especialmente, ter ferrovias como alternativa de transporte seria a melhor solução. A ferrovia, inclusive do ponto de vista ambiental, é muito melhor”.
Importância para o Acre e a Amazônia
“Essa decisão que está sendo tomada agora é fruto de um acordo entre o Brasil, a China e o Peru e é algo novo. Talvez seja a melhor notícia deste começo de século para o nosso Acre e para a Amazônia. Será feita uma concessão, que será anunciada brevemente, dessa megaferrovia ligando os dois oceanos: o Atlântico e o Pacífico. Uma parte já está pronta inclusive. Ela sai do Rio de Janeiro, passa por Minas Gerais, depois Goiás, Mato Grosso, Rondônia, depois, no Acre, segue para Rio Branco, Cruzeiro do Sul e chega a Boqueirão da Esperança, rumo ao Oceano Pacífico. É a melhor notícia porque não é uma obra de governo”.
Economia
“É uma concessão que atende ao comércio internacional de alimentos. Uma das regiões mais produtoras de alimentos do mundo é o centro-oeste brasileiro e a China tem interesse, por ter a maior população do mundo, de receber diretamente essa produção, sem passar pelo Canal do Panamá, onde existe uma interferência muito grande dos Estados Unidos”.
Rodovia X Ferrovia
“Construir rodovias na Amazônia é muito difícil, especialmente em regiões como o Acre, onde não se tem pedra. É caro e sempre tem que estar refazendo, a cada um ou dois anos. Se não fizer isso, ela é interditada imediatamente por conta das chuvas, por conta do tipo de solo. Quando se faz uma ferrovia, do ponto de vista ambiental é ótimo, o dano é pequeno. Ela não cria problemas para a passagem de carga pesada, e pode ter uma manutenção mais barata. Essa ferrovia, no caso, vai ficar paralela à BR-364, inclusive no Mato Grosso até Rondônia e depois de Rondônia até Cruzeiro do Sul. E pode ajudar na manutenção permanente dessas rodovias”.
Ferrovia e desenvolvimento sustentável
“Com essa ferrovia, a gente pode ter um meio de transporte muito bom do ponto de vista ambiental, social e, fundamental, do ponto de vista econômico. Isso vai permitir, inclusive, que a gente possa melhorar na perspectiva do desenvolvimento ambiental, que implica em carga muito pesada para fazer o manejo e uso da floresta. As ferrovias, muito mais que as rodovias, têm melhores condições de fazer esse percurso. Toda produção agropecuária do sudeste brasileiro, que tem como principal mercado consumidor a Ásia, vai passar por essa ferrovia e o Acre tem a sorte de estar muito bem localizado, próximo ao Pacífico”.
Estágio da obra
“Uma parte dela está sendo feita, mas ainda de uma maneira muito penosa, e sem muita perspectiva, apesar de estar no planejamento do governo federal. Agora estamos na fase de construção das etapas que são as mais longas e mais complicadas. O desafio é a partir de Goiás, onde a ferrovia já está instalada, e levar a ferrovia até Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, depois Vilhena, já em Rondônia, Porto Velho e seguir passando em Rio Branco, rumo à Cruzeiro do Sul e Boqueirão da Esperança, na fronteira com Pucallpa, para atravessar e chegar até a costa peruana, no Pacífico. Eu diria que agora é pra valer. Essa decisão da presidente Dilma é a melhor notícia para o governador Tião Viana, para os prefeitos e para o povo acreano”.
Concessão e expectativas
“Trata-se de uma concessão internacional e as empresas que ganharem essa concessão vão querer rapidamente recuperar o investimento, por isso que elas vão ter pressa na execução. E, não tenho dúvidas, está em jogo uma geografia internacional. Os Estados Unidos têm influência no Canal do Panamá. Por isso os chineses querem uma saída pelo Pacífico. E a melhor solução é passando pelo Acre. Eu estou muito feliz porque em 2010, antes de ser senador, eu fiz uma entrevista para o jornal A Gazeta e eu falava que essa seria uma coisa muito acertada se o governo do Brasil tivesse consciência. E eu tenho a satisfação de estar aqui, esperando o anúncio em breve, para que a gente possa divulgar, cobrar, tomar conhecimento e ajudar no que puder para que esse grande projeto, fundamental para o Acre e a Amazônia, efetivamente aconteça”.
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