Só mesmo um legítimo coração de mãe, amoroso,
cuidadoso e generoso para transformar uma
ciência exata como a medicina numa ciência do amor
Reportagem de Dulcinéia Azevedo | Fotos: Valcemir Mendes e João Renato Jácome
A fala é mansa. O corpo franzino. Mas não se engane, o coração é valente! Daqueles porreta mesmo. Forte e ousado o suficiente para encarar a árdua e difícil missão de cuidar de tantos outros seja necessário.
Corações doentes, corações entristecidos, corações maltratados. Enfim, corações à beira de um colapso. Seja por causas clinicas, seja por dores advindas da alma.
Só mesmo um legítimo coração de mãe, extremamente amoroso, cuidadoso e generoso para transformar uma ciência exata como a medicina numa ciência do amor.
Ela é sensacional! O que tem de disciplinada e exigente tem em dobro de coração mole. Um amor de mulher, um amor de médica, um amor de mãe. E talvez poucos saibam, mas é graças a ousadia e ao empreendedorismo dessa mulher que o Acre não deixa nada a desejar quando o assunto é cardiologia.
O nome de nascimento é Fátima Maria Barreiros da Silva. No Acre, se popularizou Fátima Borges, em virtude da união com o médico pediatra Luiz Carlos Beyruth Borges, atualmente seu ex-marido, com quem gerou quatro filhos: Rafhael (advogado), Leonardo (administrador) e as gêmeas Roberta (bióloga) e Renata (advogada).
A médica é natural de Belém do Pará, mas se declara acreana e já avisou aos filhos: quer que seus ossos sejam enterrados aqui.
‘’ Sou acreana. Vou enterrar meus ossos aqui, não quero enterrar em Belém, digo sempre para os meus filhos. Agora recente me convidaram para fazer parte de um grupo medico em Belém, num hospital que estão inaugurando, um amigo meu me convidou para fazer eco cardiografia, mas pensei muito, acho que eu não casei com um acreano à toa, eu tenho ainda muita contribuição a dar para o Acre’’, confidencia.
Fátima é a terceira filha, de um total de cinco, do auditor militar Hernando Barreiros da Silva e da dona de casa Hilma Barreiros da Silva. São três homens e duas mulheres. Enquanto ela dedica seus dias ao Acre e aos acreanos, a irmã mora no Rio de Janeiro e os três irmãos permanecem em Belém do Pará.
Como toda menina de classe média foi poupada pela mãe dos afazeres domésticos para se dedicar aos estudos e realizar o sonho de ser médica, vocação que despertou em seu coração ainda na infância. ‘’ A medicina sempre foi o meu sonho, desde os doze anos de idade eu queria ser médica’’, assegura.
A seguir confira os principais trechos da entrevista dessa supermãe eleita por ac24horas para homenagear todas as mães nesse dia especial.
Ac24horas: Teve algum motivo especial, algum acontecimento que motivou a sua escolha pela medicina?
Dra. Fátima: ‘’ Não. Era sonho meu mesmo. Eu queria ser alguém para prestar serviço. A nossa medicina era muito humanizada, hoje, infelizmente, a gente não ver quase isso. Eu queria servir, além de ser médica. Batalhei muito. Naquela época eram poucas vagas para ingressar na faculdade de medicina. Andei muito a pé com os meus colegas para fazer curso a noite para passar no vestibular. Passávamos noites acordados e íamos direito fazer prova no colégio, porque a gente fazia o colegial e a noite a gente ia para o cursinho. A noite a gente vinha sozinhos. Eu e mais quatro colegas, nos conhecemos no colegial e foi até a faculdade. A gente queria se formar logo para dormir melhor, mas não é nada disso você se forma vem outras responsabilidades, veem os plantões, vem a responsabilidade da profissão, a gente sempre está estudando. É muito difícil ser médico’’.
Todavia, se por um lado a mãe aliviava, o pai militar apertava do outro e impunha rígida disciplina a filha sonhadora.
Ac24horas: Por ser oriunda de uma família de classe média, os seus pais patrocinaram tudo ou foi aquele curso suado?
Dra. Fátima: ‘’ Eu tive que batalhar porque o meu pai era militar, então se eu pedisse 10 reais emprestado para ele eu tinha que devolver. Meu pai tinha carro mas eu ia para faculdade a pé. Era muito rígido. No terceiro ano da faculdade eu já trabalhava como plantonista. Tanto que eu me formei e não fiz residência. Porque desde o terceiro ano eu fazia plantão no pronto socorro.’’.
Conduzida pelo amor
E foi meio a essa dura rotina de estudo e de trabalho, que Fátima conheceu o amor que acabou a conduzindo para o Acre. ‘’ Me formei em dezembro de 1976 e em maio de 1977 vim para o Acre. Meu pai queria que eu fosse fazer residência médica em São Paulo, mas como eu estava apaixonada por um acreano meu destino era acompanhá-lo. Quando eu cheguei aqui (Rio Branco) eu fazia apenas clínica médica. Ai comei a trabalhar nos hospitais. Meu primeiro emprego foi no INCRA, na Fassincra e no Estado. Eu não tinha consultório. Em 1978 fiquei grávida, tive meu primeiro filho. Nasceu em Belém, estava com sete meses de gravida e meu irmão foi diagnosticado com câncer, ai eu retornei para dar apoio a família e meu filho acabou nascendo em Belém’’, recorda.
AC24horas: Como foi para você médica, mãe, conciliar a vida profissional, casamento e o nascimento dos filhos?
Dra. Fátima:‘’ Os filhos foram nascendo. Tive um em 1978, outro em 1980 e as gêmeas em 1981. Então durante esse período eu só dava plantão e não atendia consultório porque eu tinha que dá atenção aos meus filhos. Então, como eu já era clínica médica, mas não tinha feito residência médica, eu fiz uma prova de título de especialista de clínica médica, e para a minha alegria, eu fui a única médica do Norte que passou na prova’’, conta.
Fátima é sócia e uma das fundadoras do hospital Pronto Clínica e durante os seus intermináveis plantões se deparou com uma situação angustiante: chegavam muitos pacientes infartados e como ela era apenas clínica médica não tinha muito a fazer, adotava os procedimentos de emergência para salvar a vida do paciente e depois fazia o devido encaminhamento para dar sequência do tratamento.
Ac24horas: Quando foi que a senhora decidiu se tornar medica cardiologista?
Dra. Fátima: ‘’ A gente tinha poucos cardiologistas aqui, o Dr. Edson Chaves, que hoje está no Rio de Janeiro e o Dr. Carlos Ferreira, eram os únicos cardiologistas que existiam. Então quando eu dava plantão na Pronto Clinica eu tinha muita dificuldade porque chegavam muitos infartados e eu não era cardiologista. Foi quando eu senti a necessidade de fazer mais alguma coisa. Meus filhos já estavam grandes, eu tinha uma estrutura boa para cuidar deles, com o incentivo do meu ex-marido eu fui fazer um ano de eco cardiografia no INCOR, e me sinto muito honrada, como uma acreana, de ter obtido aprovação em uma prova de título tão difícil, ficando com duas especialidades, clínica médica e cardiologia’’.
Se engana quem pensa que a ousadia profissional de Fátima terminaria por ai. Autodidata, disciplinada, tendo como foco salvar vidas, ela nunca parou de estudar e além de duas especialidades é mestra em saúde pública, com trabalho publicado sobre cardite na febre reumática.
A febre reumática é uma complicação tardia, inflamatória, não supurativa. É a principal causa de doença cardiovascular adquirida na infância e adolescência. Caracteriza-se pelo acometimento do coração, articulações, sistema nervoso central, pele e tecido celular subcutâneo.
Cerca de 30 milhões de pessoas são acometidas pela doença em todo o mundo. Dada a relevância do tema, o trabalho de Fátima a tornou uma referência no assunto, sendo convidada para ministrar palestras até no exterior.
Ac24horas: Na sua vida profissional a senhora já perdeu muitos pacientes?
Dra. Fátima: ‘’Eu me sinto muito abençoada, sou protegida por Deus, porque eu perco muitos poucos pacientes, na minha vida profissional eu assinei poucos atestados de óbitos. Você precisa de dom para ser médico, você nasce para ser médico, isso é um dom que Deus dá’’.
Ac24horas: E ao longo desses 39 anos de medicina, a senhora destaca algum caso que marcou?
Dra. Fátima: ‘’ Eu tive um paciente clinico, jovem de 23 anos, se chamava João Artur. Ele teve um ataque fulminante, e na época não tinha UTI. Me chamaram, ele ficou em coma por vários dias, ele não tinha reflexo nenhum, nunca vou esquecer disso, dá vontade de chorar. Eu chamei a família e disse que podiam encomendar o caixão porque dali ele não passava mais. Qual a minha surpresa, no outro dia quando eu passei para a visita, eu fiz o reflexo, ele mexeu o pé, saiu do coma e hoje mora em Feijó. Eu acredito que Deus coloca alguns seres nessa terra para que você seja movido pela mão dele para resolver determinadas doenças, foi um presente para mim, até hoje eu lembro. Na parte da clínica medica eu me dedicava muito, salvamos muitos pacientes em coma malárico, não só eu, mas outros colegas’’.
‘’ Outra paciente que eu não posso esquecer é a dona Maria do Carmo da Banca dos Plásticos. Ela foi acometida de uma leptospirose e estava evoluindo para uma insuficiência rena. Sem UTl, a única chance que tínhamos era deslocar ela com urgência para fora do estado. Ai eu me propus a levar ela, nós fomos de avião de carreira para o hospital Albert Ainst, e ela está viva até hoje para contar a história. Foi outro momento de grande felicidade’’.
‘’ Outro caso que me emociona é o da mãe do doutor Wilson Ribeiro. Ela enfartou na pronto clínica, mais uma vez, não tinha UTI, fui de UTI no ar até São Paulo, foi uma das viagens mais angustiante que eu já fiz. Ela chegou com vida, foi atendida e só veio a falecer depois, a minha missão era chegar com vida com ela lá em são Paulo e foi cumprida’’.
Ao relatar episódios angustiantes, em decorrência da ausência de Unidades de Tratamento Intensivo nos hospitais públicos e privados, naquela época, a médica cardiologista relata um fato curioso e digno de reconhecimento. A primeira UTI do Acre foi comprada à base de uma vaquinha de um grupo de médicos que faziam parte do corpo clínico do hospital Santa Juliana, entre eles o atual governador, o médico infectologista Tião Viana.
Ac24horas: Então quer dizer que um grupo de médicos, incluindo a senhora e o governador Tião Viana, fizeram vaquinha para implantar a primeira UTI do Acre?
Dra. Fátima:‘’ Os médicos enfrentavam muitas dificuldades clinicas em virtude da falta de equipamentos. A gente dava diagnostico basicamente clinico, não tinha aparelhagem, a gente mandava muito viajar porque não tinha UTI, então eu fundei, junto com o governador Tião Viana e outros cinco médicos, a primeira unidade de tratamento intensivo do estado, no hospital Santa Juliana. O Tião chegou aqui como infectologista, ele também tinha uma visão de crescimento na área médica. Lembro ainda da Regina, do Marcos Valença e do Flávio. Nos reunimos, cada um deu sete mil reais e instalamos a UTI, depois quando começou a render, o hospital ressarciu a gente. Foram tempos de muito sacrifício, não éramos especialistas, e fizemos um curso aqui mesmo para atender na UTI, hoje, graças a Deus a realidade é outra, tem UTI no Pronto Socorro, na Fundação, praticamente em todas as unidades hospitalares’’.
Ac24horas: A senhora também foi responsável pela implantação do exame de eletrocardiograma em Rio Branco, é verdade?
Dra. Fátima: ‘’ Eu fui a pioneira em fazer eletrocardiograma em Rio Branco, foi mais ou menos em 1998, não tinha mapa holter e ecocardiograma, eu que trouxe, sempre tive vontade de evoluir para contribuir, porque você estudando você contribui para a cura do paciente.’’.
Para se ter uma idéia da importância desse equipamento para o diagnóstico do paciente cardíaco, ele permite ver e analisar o coração em movimento, as válvulas cardíacas e os principais vasos que chegam e saem do coração.
Através do ecocardiograma é possível detectar malformações do coração e alterações de sua função. As imagens em preto e branco definem a forma do coração.
AC24horas: a senhora é cardiogeriatra, certo, então trabalha com idosos?
Dra. Fátima: ‘’ Hoje os meus pacientes são mais idosos. Com o amadurecimento da vida a gente vai se tornando mais paciente com as pessoas idosas. Às vezes o idoso tem a doença, .mas ele também tem a doença da alma, então não é só o coração que adoece, a alma do paciente também adoece. Eu não vejo só a doença clínica, eu vejo o coração como um todo, o psicológico do paciente. Tem muitos pacientes que vem aqui que choram porque são maltratados pelos familiares. Isso a gente tem que ter a sensibilidade para ajudar essa família. Então, isso graças a Deus eu consigo. Quando me chamaram para fazer parte da cardiogeriatria fiquei feliz,porque são milhares de profissionais competentes, e eu aqui no Acre fazendo parte desse projeto nacional’’.
Ac24horas: Como era a capital no final da década de 70, quando a senhora chegou por essas bandas?
Dra. Fátima: ‘’ Quando eu cheguei só tinha uma rua asfaltada que era a da maternidade. A minha rua era só barro, a luz apagava as onze da noite, a novela e o jornal nacional passava com uma semana de atraso, a gente tinha que ir lá na telefônica para telefonar. Quando era época do inverno, a estrada não permitia a chegada da farinha de trigo, das frutas, dos legumes, eu adoro pão, e ficava dias sem pão, o pouco que chegava vinha pelo avião da Força Aérea Brasileira’’.
Ac24horas: e a política, nunca teve vontade de ingressar ou recebeu convite?
Dra. Fátima: ‘’ Meu ex-marido era envolvido com a política, foi deputado. Ajudei muito ele, dizem os amigos na época que eu tinha que ter uma cadeira do lado dele para receber o diploma junto com ele, o pessoal brincava porque eu ajudei muito ele. Na medicina a gente tem oportunidade de fazer muita caridade, mas eu acho que caridade a gente não tem que dizer. Eu faço a minha caridade sem dizer, mas antigamente se pedia voto em troca do que você fazia, infelizmente. Hoje eu tenho outra concepção. Deus me deu o dom de ser médica para eu servir e atender os menos favorecidos. Caridade a gente presta lá em cima dom Deus, não é aqui’’.
Ac24horas: a senhora gostaria que algum dos seus filhos tivesse seguido a carreira médica como a senhora e o pai deles?
Dra. Fátima: ‘’ Eu e o meu ex-marido queríamos muito que um dos nossos filhos fizessem medicina, mas nenhum deles tinha o dom, eu digo hoje, você precisa de dom para ser médico, você nascer para ser médico, isso é um do que Deus dá, mas a esperança ainda não morreu, tenho uma ligação muito forte com o meu neto Artur. Todo final de semana ele vai lá prá casa, a minha vida mudou depois que ele nasceu. Meu neto veio a me trazer uma compreensão melhor, um outro horizonte na vida. Fui casada, fui feliz, agora encontrei a felicidade com meu neto’’.
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é um título conferido a Maria, mãe de Jesus, representada em um ícone de estilo bizantino. Na Igreja Ortodoxa é conhecida como Mãe de Deus da Paixão, ou ainda, a Virgem da Paixão. A santa também e uma forma de representação pelo grande amor que a medica expressa pela família, sobretudo o neto Artur e os quatro filhos, a quem ela faz questão de encher de todos os mimos que foram poupados nos anos de trabalho e estudo.
‘’Adoro a minha casa e adoro minha família, eu sou louca pelos meus filhos. Meus filhos em primeiro lugar e o meu neto é amor sem medida.
Ac24horas: E como a senhora consegue conciliar vida profissional e família?
Dra. Fátima: ‘’Eu carrego o trabalho na minha cabeça. Eu vivo e respeito medicina e vivo para os meus filhos. No dia que eu tiver que me aposentar vai ser difícil. Amo tudo que faço e faço por amor. Não sabia fazer nada, não cozinhava, não cuidava da casa, minha mãe não deixava, mas hoje eu faço tudo, organizo minha casa, cozinho para os filhos, brinco com o neto, e eles adoram’’.
Ac24horas: a senhora gostaria que algum dos seus filhos tivesse seguido a carreira médica como à senhora e o pai deles?
Dra. Fátima: ‘’ Eu e o meu ex-marido queríamos muito que um dos nossos filhos fizessem medicina, mas nenhum deles tinha o dom, eu digo hoje, você precisa de dom para ser médico, você nascer para ser médico, isso é um do que Deus dá, mas a esperança ainda não morreu, tenho uma ligação muito forte com o meu neto Artur. Todo final de semana ele vai lá prá casa, a minha vida mudou depois que ele nasceu. Meu neto veio a me trazer uma compreensão melhor, um outro horizonte na vida. Fui casada, fui feliz, agora encontrei a felicidade com meu neto’’.
Ac24horas: a senhora tem uma ligação muito forte com o seu pai, se acha parecida com ele?
Dra. Fátima: Meu pai era muito orgulhoso de ter uma filha medica. Ele esteve presente a minha formatura. Eu tinha apenas 24 anos e ele comemorou empolgadíssimo. Quando eu publiquei a minha tese de mestrado ele já havia falecido. Ele teve câncer de próstata. Não queria que ele soubesse, mas ai foi evoluindo e resultou numa insuficiência hepática. Naquele tempo o avião fazia conexão em Manaus, fiz uma viagem cansativa para ir ao seu encontro. Ele estava muito mal. Eu cheguei às 10h da noite, as quatro da madrugada ele faleceu aos 73 anos. Morreu lúcido. Era muito organizado, estava tudo separado em pastas e ele ainda teve tempo de me passar às ultimas instruções. Pediu-me para cuidar da minha mãe e dos meus irmãos. Agradeço a Deus por ter tido a oportunidade de dizer a ele tudo que ele representava para mim e dos ensinamentos que me acompanham ate hoje’’.
Ac24horas: E a sua mãe, como era?
Dra. Fátima: ‘’Minha mãe era dona de casa, não tinha diploma nenhum, mas era uma mulher muito correta, muito trabalhadora e elevava meu pai. Ele cozinhava muito bem. Acho que sai aos dois. Então a minha vida é essa. Eu me chamo trabalho, gosto de passear e de publicar meus trabalhos, estou sempre estudando e acredito que não vou parar nunca, só quando perder as forças’’.
Ac24horas: A senhora realiza algum trabalho voluntário?
Dra. Fátima: ‘’ Eu gosto do meu dinheiro, mas também de servir. Me sinto muito feliz quando eu faço alguma coisa pelo paciente ou por alguma pessoa que não tem condições de pagar. Eu faço as minhas caridades, não precisa ninguém sabe, eu acho que Deus me deu o dom de ser médica, para eu servir, eu ganho o meu dinheiro, mas Deus me deu a sabedoria para eu poder servir e ajudar o próximo. Fiz atendimento voluntário por quatro anos no Educandário Santa Margarida e no Lar dos Vicentinos. Fico Feliz por ter contribuído num momento de grande necessidade’’.
Ac24horas: a senhora se considera uma mulher realizada?
Dra. Fátima: ‘’Sempre fui muito correta. Eu tento ser justa. Herdei do meu pai. Tenho muita coisa dele, mas não eduquei meu filho como ele me educou, até porque eu trabalhava e eles ficavam muito com babá. Mas, fiz eles se formarem, eu estudava, mas quando chegava em casa eu perguntava das tarefas e ajudava. Finais de semana e a semana santa eu adorava para ficar com os meus filhos. Depois que o meu neto nasceu, tiramos férias todos juntos, não existe realização maior do que fazer o que se ama e esta na companhia dos filhos’’.
Agradecimento especial a ac24horas
‘’Eu acho muito bom o Roberto está fazendo isso, eu me sinto muito emocionada por isso, porque as pessoas não dão valor para o trabalho, e a gente ter a oportunidade de retratar a nossa vida profissional dessa forma e maravilhoso. ac24horas esta de parabéns pelo trabalho’’.
Um curriculum invejável e que não para de crescer. Foi necessário fazer uma encadernação para juntar as 100 paginas onde estão descritos com riqueza de detalhes e documentos, os passos de Fatima Maria Barreiros da Silva, desde o nascimento ate ontem.
São dados pessoais, escolares, universitários, títulos de especialização, pós-graduação, atividades exercidas durante o curso universitário, cursos realizados na universidade, estágios, trabalhos científicos, comissões que integrou, congressos que participou, concursos públicos que realizou, cargos que exerceu na função publica, enfim, a vida num livro aberto.
Atualmente ela e medica em Cardiologia da Fundação Hospital do Acre; Preceptora em Cardiologia Clinica dos residentes da Fundhacre; medica atuando em Ecorcadiologia da Secretaria de Saude; Preceptora em Cardiologia Pediátrica da Fundhacre; professora colaboradora do Departamento de Ciências da Saúde do Curso de Medicina da UFAC; e medica em Cardiologia do Hospital Santa Juliana. Abaixo, um resumo do extenso curriculum.
– 1951: No dia 24 de dezembro nascia em Belém/PA Fátima Maria Barreiros da Silva, filha de Hernando e Hilma Barreiros da Silva;
– 1958 a 1963: cursou o primário;
– 1964 a 1967: cursou o ginasial;
– 1968 a 1970: cursou o cientifico;
– 1971 a 1976: se formou em Medicina pela Universidade de Medicina da Universidade Federal do Para;
– 1977: Casa-se com o medico pediatra Luiz Carlos Beyruth Borges e se muda para o Acre;
– Medica da Secretaria de Saúde do Estado do Acre, ate hoje (aposentada);
– 1978: Nasce o primogênito Raphael da Silva Beyruth Borges;
– Medica da FASSINCRA – Fundação Assistencial do INCRA ate 1988;
– 1979: Curso de Pós-Graduação em Administração Hospitala, conferido pela Faculdade de Ciências da Saúde São Camilo;
– 1980: Nasce o segundo filho Leonardo da Silva Beyruth Borges;
– 1981: Nascem às gêmeas Roberta e Renata da Silva Beyruth Borges;
– 1985: Medica concursada do INANPS;
– 1989: Diretora Clinica do Hospital de Base;
– 1990: Medica Especialista em Cardiologia da Fundhacre, ate a presente data;
– 1991: Titulo de Especialista em Clinica Medica, conferido pela Sociedade Brasileira de Clinica Medica e Associação Medica Brasileira;
– 1992: Presidente do Conselho Deliberativo da Fundação Hospitalar do Acre;
– 1994: Junto com os médicos Tião Viana, Flavio, Marcus Valença e Regina Jarude, participam de uma vaquinha e ajuda a fundar a 1ª UTI do Acre, no hospital Santa Juliana;
– 2003: Diretora Clinica Interina da Fundhacre;
– 2008: Titulo de Especialistas em Cardiologia, conferido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia;
– Mestre em Medicina e Saúde, conferido pela Faculdade de Medicina da Universidade da Bahia;
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