Mais um exemplo de falha no serviço público de saúde do Acre. Está faltando insulina no Centro de Referência de Medicamentos Especializados (Creme), que fica em Rio Branco (AC). O órgão é mantido pelo governo do estado, através da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). O problema, que persiste em continuar, já se repete pela quarta vez apenas nesse ano. Sem o medicamento, diabéticos podem entrar em coma e até morrer.
A redundante falha já foi denunciada por uma jovem, através de redes sociais. Na época, centenas de curtidas e compartilhamentos às declarações chamaram a atenção do ac24horas que, de pronto, procurou informações junto à Sesacre. Três dias após a denúncia, o problema foi resolvido e o medicamento entregue aos usuários.
Contudo, em menos de um mês, o problema voltou a se repetir. Helen Lima, de 17 anos, procurou o portal novamente para denunciar o caso. Segundo ela, “há dois ou mais meses tem faltado [os medicamentos] no Creme, não somente esses, mas outros medicamentos controlados também. Quem tem condições comprar em drogarias, que aqui em Rio Branco somente dois estabelecimentos vendem, e nem sempre tem, sai em media, para mim, aproximadamente mil reais mensais”, comenta a jovem.
Levantamento do ac24horas mostra que a vantagem destas insulinas de longa duração [como as utilizadas por Helen] é que elas são capazes de manter a glicemia em valores adequados por muito mais tempo do que uma insulina normal. A “detemir” e a “glargina”, por exemplo, têm uma duração total de 20 a 26 horas – uma das mais altas no mercado – e isto permite que um diabético tenha de injetá-las apenas uma vez ao dia.
A manutenção da glicemia em valores ideais traz uma série de benefícios à saúde do paciente diabético e evita boa parte das complicações da doença, incluindo episódios de hipoglicemia ou hiperglicemia, que são mais comuns com o uso de outras insulinas.
A reportagem, após ouvir a jovem, também procurou contato com empresas que comercializam o produto. Em nenhuma das drogarias contatadas foi encontrada a insulina do gênero distribuído pelo governo.
O fato ficou ainda mais grave quando chegou ao portal a informação de que nem mesmo o Hospital de Urgência e Emergência (Huerb), que fica no Bairro Bosque, possui o produto em estoque. A informação foi confirmada pela Sesacre na manhã deste domingo, dia 26 de abril.
Procurada, a Sesacre alegou que iria fazer contato com a usuária para resolver o problema. A reportagem repassou as informações que constam no receituário médico da diabética.
Atualização, às 13h21. A jovem fez contato com o portal novamente e informou que já teriam sido entregues os medicamentos solicitados pelo ac24horas.