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Ameron é acusada de negar reembolso a pai que pagou quase R$ 5 mil em serviços médicos particulares

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João Renato Jácome

O empresário José Gonçalves Júnior, de 30 anos, pai de uma criança de apenas um ano de idade, fez sérias denúncias contra o plano de saúde Ameron. Segundo o homem, por pouco a filha não resistiu à problemas no fluxo respiratório, ocorridos no último sábado, dia 18 de abril, quando, por volta das 12h30, se dirigiu até o pronto-atendimento da empresa e encontrou as portas fechadas.


Segundo o pai, ao chegar à sede-administrativa da empresa, que fica localizada na Avenida Getúlio Vargas – onde também aconteciam atendimentos médicos-, nas proximidades da Maternidade Bárbara Heliodora, no Centro, houve surpresa: as portas estavam fechadas e um comunicado informava que os usuários deveriam se dirigir à Pronto Clínica da capital, no bairro Bosque.


Ao conversar com a recepção, Júnior conta que a filha acabou desmaiando devido ao avançado quadro de saúde. Ao questionar uma funcionária sobre o médico plantonista, e informar que era usuário da Ameron, recebeu reposta negativa ao ser informado de que lá, na Proto Clínica, clientes do plano de saúde não eram atendidos.


“Nós nos dirigimos à sede da Ameron, porque ficou como atendimento. Quando chegamos lá estava tudo fechado e não tinha nada nem ninguém para explicar nada. Ligamos no 0800, mas ninguém atendeu também. Chegamos lá [na Pronto Clínica], mas a moça disse que não estavam atendendo como pronto-atendimento infantil da Ameron, porque lá não tinha pediatra de plantão”, denuncia o pai.


Desesperado com o estado da filha, Júnior se dirigiu até a emergência do Hospital Infantil Urgil, que fica no bairro Ipase, a cerca de três quilômetros dali. Lá, para ser atendido e manter a filha internada, foi necessário pagar mais de R$ 4.850,00. Frente à situação, o rapaz conta que ligou para a representação da Ameron na cidade, mas a empresa teria se negado a fazer o reembolso dos valores gastos.


“Aqui [na Urgil], por dia, é 1.200 reais. Eu pretendo acionar a Ameron na Justiça e eu vou procurar os meus direitos. Eles não se colocaram à disposição. Ele mandaram que a gente pagasse.  Eu ameacei ir no Ministério Público”, alega José.


EMPRESA NEGA OMISSÃO


Procurada, a gerente-geral da Ameron no Acre, Lidiane Moura, negou, por telefone, que a empresa tenha se negado a reembolsar os pais da criança. Ele afirmou que informou à família que solicitaria o faturamento para que a empresa fizesse normalmente o pagamento em forma de reembolso ou diretamente ao hospital privado.


Ainda segundo a gestora, o contrato com a Pronto Clínica foi assinado em data bem anterior e, portanto, a funcionaria do hospital teria se enganado na hora de informar que não havia no centro de saúde, serviços destinados aos clientes da Ameron.


Lidiane comentou também que foi realizada uma reunião com os funcionários para informar sobre o novo parceiro do hospital e que talvez a funcionária não teria participado do encontro. Por fim, deixou claro que “jamais iria colocar um comunicado” aos clientes, se não fosse verdadeiro.



INTERDIÇÃO


A gerente-geral da Ameron, Lidiane Moura, durante entrevista, foi questionada sobre o tempo contratual com a Pronto Clínica e se ela teria conhecimento de uma fiscalização feita pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), que colocou fim aos serviços de atendimento de Urgência e Emergência da unidade privada de saúde.


Como a gestora não sou falar sobre a situação do hospital, o ac24horas procurou o CRM. Segundo o órgão, a fiscalização que culminou com a proibição no atendimento da Pronto Clínica foi executada em três etapas: a primeira envolveu a notificação por escrito, ainda em dezembro de 2014. A segunda teria contou com a presença de membros do Ministério Público Estadual (MPE). Já a terceira etapa culminou na proibição oficial dos serviços de pronto-atendimento.


Na época, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM), Marcos Vinicios Yomura, negou qualquer ato de arbitrariedade. Em entrevista ele destacou que órgão possui a prerrogativa de fiscalizar os serviços oferecidos.


Ainda segundo a entidade, o CRM trabalha conforme calendário próprio de atividade, mas que, no caso da Pronto Clínica, houveram inúmeras formalizações de queixas e denúncias, tanto por parte de pacientes, quanto pela direção do Hospital de Urgencia e Emergencia de Rio Branco (Huerb), que, segundo o representante, vinha sofrendo sobrecarga no atendimento em virtude da falta de estrutura da unidade em questão.


“Até um paciente que necessita de um simples radiografia, ultrassom ou tomografia necessita ser removido ao Huerb, isso tumultua o atendimento por lá. A suspensão permanecerá, por tempo indeterminado, até que se cumpra as normas e exigências mínimas”, destacou o representante do CRM.


Em conversa com o CRM, nesta quinta-feira, dia 23 de abril, a informação é de que a suspensão continua, ou seja, a Pronto Clínica não está autorizada a realizar serviços de atendimentos a casos de urgências e emergências, com exceção de internações ambulatoriais.


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João Renato Jácome

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