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Pacientes da UPA do 2º Distrito denunciam superlotação e agressão verbal de servidores

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Suelen Maria de Oliveira, de 31 anos, apresentou uma série de denúncias contra a Upa

A servidora pública estadual Suelen Maria de Oliveira, de 31 anos, apresentou uma série de denúncias contra a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no 2º Distrito de Rio Branco (AC). O centro de saúde é referencia em atendimentos de urgência e emergências, mas, segundo a paciente, que está internada desde o último sábado, dia 17, faltam leitos, profissionais, comida e até lençóis para os leitos.

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Logo que a reportagem chegou à UPA, foi possível perceber o grande número de pessoas que estava aguardando atendimento no hall de entrada da unidade pública de saúde. Em média, 75 pessoas estava na recepção do hospital, aguardando chamada. Em grande parte, acompanhantes. Os doentes, em sua maioria, eram crianças.


Imagens da parte interna do hospital mostram a Enfermaria 1 totalmente lotada. Uma idosa estava sentada numa cadeira plástica de cor branca desde o período da manhã, segundo informou uma familiar. No extremo da enfermaria, outro problema: uma mulher, mesmo sendo medicada, estava comendo salgados e bebendo sucos, ambos comprados na parte externa do hospital.20150421173035 (3)


Segundo a equipe de profissionais do espaço, a prática de levar alimentos para as enfermarias é proibida pela administração. Não bastasse isso, a mesma mulher, como comprovado na foto, estava deitada num banco de ferro. A espera naquela situação durou cerca de cinco horas, tempo em que a reportagem foi informada sobre o caso e visitou a unidade.


“Aqui os funcionários e os médicos não estão nem aí para a gente. Eu to aqui desde sábado e nem me pediram exames. Hoje, quando o médico apareceu aqui, eu pedi para ele me passar pelo menos algum exame, e só por isso ele pediu um exame de sangue. Eu não tinha feito nenhum exame aqui. Isso é um absurdo!”, reclama Suelen Maria.


Suelen também contou que está desde a manhã sem comer. “Hoje eu não comi nada. Eu não posso comer sal e a minha comida veio extremamente salgada. Eu estou mal aqui sem comer. A comida que vem para cá é péssima. E outra, a nutricionista nem veio aqui conversar comigo. Na verdade, não veio ninguém falar comigo sobre comida”, afirma.


Outra reclamação partiu da mãe de um menino de 13 anos. O garoto está internado desde a segunda-feira, 20. Lidiane Silva, moradora do bairro Taquari, disse que não têm sido distribuídas as marmitas para os acompanhantes. Segundo ela, no último dia 20 isso aconteceu normalmente, mas nesta terça-feira, nada foi disponibilizado.


“Olha, eu estou até agora sem comer nada, porque meu filho está bem doente e eu não posso sair daqui. Eu não tenho quem fique também. Hoje eles nem passaram a comida da gente e quando eu perguntei a funcionária do carrinho [que distribui a comida] mandou que eu olhasse o carrinho e disse: ‘tá vendo alguma comida aqui?’”, conta a mulher.


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Ainda na enfermaria, quando Suelen era entrevistada, outros pacientes começaram a gritar inúmeras reclamações. Numa delas, Antonia Silva, que acompanhava a irmã, mostrou três leitos que estavam sem lençóis, segundo ela, há algumas horas. Funcionários afirmaram que não há falta desse tipo de material e que, como a lavanderia funciona no Pronto Socorro, pode ter havido um pouco de demora na entrega dos lençóis limpos.


A falta de profissionais, segundo funcionários da UPA, é um dos grandes problemas enfrentados pelos usuários. Com três ambientes vazios, uma servidora afirmou que as demais enfermarias acabam ficando lotadas. “Se aqui tivesse técnicos e médicos suficientes nós não teríamos esse tipo de problema. Aqui o problema é a falta de funcionários. A gente fica muito sobrecarregado e o fluxo acaba sendo retardado”, argumentou a servidora.

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Procurada, a gerente da unidade, Ana Carla Clementino, não foi encontrada no hospital. Contudo, por telefone, ela conversou com o ac24horas. Sobre as denúncias, ela afirmou que seria necessário um relatório de todos os problemas ali percebidos. Ana destacou que deixou a unidade após as 12h30 desta terça-feira, dia 21, e que, até aquele horário, tudo estava fluindo normalmente.unnamed


A gestora, de pronto, fez contato com todos os profissionais responsáveis por setores do centro de saúde. Quanto à comida, Ana solicitou que de forma imediata fosse disponibilizada a alimentação de Suelen e que, todos os alimentos que estavam nas dependências do hospital, tivessem o consumo proibido.


Sobre os profissionais que estariam “destratando” os pacientes, Carla explica que esse tipo de denúncia é séria e que todos os pacientes que se sentirem lesados devem, assim que possível, procurar a administração e denunciar as indagações dos profissionais.


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