Jorge Viana: “o PT não está com esta bola toda”
Foi uma conversa franca. A de ontem do senador Jorge Viana (PT) com colunistas políticos. Começou cortando na própria carne: “PT não está com esta bola toda. Tem de dialogar, buscar novos aliados e reconquistar os antigos que foram perdidos. O PT vive a sua pior provação desde a fundação do partido”. A afirmação bate de frente com setores deslumbrados do PT.
Parar com as desculpas esfarrapadas
Para Jorge Viana, os petistas têm de acabar com a desculpa de que o PT vive um momento ruim por causa das chamadas “elites brancas”. “Isso é bobagem, o PT tem de reconhecer seus erros”, dispara.
Continuam andando de salto alto
O problema de alguns dirigentes do PT – pontuou Viana – é que mesmo com o partido em baixa popular continuam de salto alto, quando o momento é do PT andar com os pés descalços.
Aliados destruídos
Sobre a eleição de secretários a deputados estaduais pelo PT foi pragmático: o Zen e o Louro são bons deputados, mas isso custou a derrota de deputados aliados leais, como os do PEN.
O momento é de reconquistas
O momento , disse, não é de perder aliados, mas de somar, não há outro caminho ao PT. Com tudo o que o PT já fez no Acre, temos ganhado as eleições apertadas, alguma coisa tá errada.
Descontentamentos internos
Jorge reconheceu que por erros políticos existem muitos descontentamentos internos e que isso pode ser prejudicial numa eleição, são bases que, segundo ele, precisam ser recompostas.
Corte profundo no governo
Jorge Viana considera a crise econômica gravíssima. Defendeu a redução de secretárias, junções, e diminuição drástica dos cargos de confiança para evitar atropelos econômicos.
Faria isso como governador
Ressaltou que respeita o modo de governar do irmão Tião Viana, mas se fosse governador no atual período econômico grave daria urgente uma grande enxugada na máquina do governo.
Lembrando advertência feita
Lembrou o que disse no início dos mandatos dos atuais prefeitos que quem não diminuísse o tamanho da máquina iria ter uma prefeitura quebrada. “É o que está ocorrendo”, assegurou.
Manuel Urbano como péssimo exemplo
Aproveitou para citar o município de Manuel Urbano como exemplo de quebradeira das prefeituras, com reflexos negativos na população, privada dos seus principais serviços.
Chega de secretários mudinhos
Na sua visão, os secretários erram ao deixar a divulgação de atos do governo só nas costas do governador Tião Viana. Não pode ser assim, está errado, têm que se afinar com a imprensa.
Conversar e divulgar
O secretário tem de chamar os jornalistas, conversar e passar informações da sua pasta. Estamos errando na comunicação. A imprensa é formadora de opinião, enfatizou Viana.
Não pode é ficar reclamando
Não pode, advertiu o senador, é quando se é criticado ficar colocando a culpa na imprensa.
Dando o exemplo
Jorge Viana deu como exemplo para os secretários o seu comportamento: eu converso de 15 em 15 dias com o Marcus Alexandre, porque os secretários não agem assim com a imprensa?.
Hora de afinação
Lembrado que a imprensa escrita é simpática ao governo, disse que isso não basta, acha que o jornalismo impresso cumpriu o seu papel, o momento é de uma maior afinação com a mídia eletrônica.
Reforma política
Jorge Viana se disse pelo fim das coligações proporcionais e do financiamento privado de campanha e defende a adoção do voto distrital misto, o que deixa o político mais comprometido com a sua base.
Se ganha a eleição com aliados fortalecidos
Não quis discutir a eleição municipal. Mas, deixou um recado político de que não se ganha uma eleição apenas com um bom candidato e com obras, mas sim com alianças sólidas.
Recado ao PT
Mandou um recado a setores do PT: “a questão do vice do Marcus Alexandre não são os atores coadjuvantes que vão decidir isso, mas os atores principais, o Tião e o Marcus e ponto final.
Fim dos penduricalhos
Jorge enfatizou ser preciso reduzir o número de partidos, a maioria formada só para os dirigentes terem acesso ao Fundo Partidário, o País precisa de partidos fortes e não de quantidade.
Balcão de negócio
Com partidos fracos teremos governos fracos. Tem gente que vive no Acre do dinheiro do Fundo Partidário, disparou Jorge Viana.
Minha opinião sobre a entrevista
Ora, se foi o senador Jorge Viana (PT), uma das maiores lideranças do PT, artífice da formação da FPA, que fez os comentários acima, quem é que vai contestá-lo? Não foi um Zé Mané!
100 milhões
É o cálculo feito ontem pelo prefeito Marcus Alexandre dos prejuízos causados pela enchente do rio Acre nas áreas urbana e rural do município.
Recursos garantidos
Para aplicar nas áreas da Saúde e Educação, na recuperação de escolas e Postos de Saúde, já tem recursos garantidos. Ontem, foi à Brasília em busca de mais recursos para outras áreas.
Com a palavra, a justiça!
O caso do prefeito de Manuel Urbano, Ale Araújo, esclarece o Antonio Jefferson, não é um pedido de Intervenção Estadual, mas de intervenção judicial, tendo em vista que o prefeito não cumpriu decisão da justiça de repassar os 25% para a Educação, como estabelece o artigo 35 da Constituição Federal. Quer dizer, pela explicação, o problema é muito mais grave do que se pensava e neste caso o afastamento do cargo se justifica, por não se tratar de um ato político. Quem não cumpre a lei não pode ficar à frente de uma Prefeitura, é o óbvio.
Podem estar entrando numa furada
Se as empresas de transporte coletivo compraram ônibus em outubro de 2014 e só os colocaram para circular agora são novos. Não há nem o que discutir. Os vereadores podem estar embarcando numa fria ao querer atingir o prefeito Marcus Alexandre indo por este caminho.
Terceiro turno?
A eleição já para o governo acabou, o Tião Viana já ganhou, já assumiu e aparecem dirigentes do PSDB com cara de paisagem, com conversa furada de auditagem das urnas? A eleição foi apenas de dois turnos
Insistem na mesmice
Insistir nas velharias (e quando falo em velharia na política não falo em idade, falo em candidatos com velhas idéias) em todas as eleições no Acre é o grande mal da oposição. Não se renova, o que colabora para que sempre seja derrotada. O povo pode até querer mudar, mas quando olha para as figuras surradas e manjadas prefere não arriscar uma mudança para o pior.
Não há muito que cobrar
Com uma alagação emendando atrás da outra, não há muito que cobrar do prefeito de Tarauacá, Rodrigo Damasceno (PT). Governar um município pobre já é difícil dentro da normalidade, é quase impossível governar com alagações rotineiras da cidade.
Nada de espetacular
Não vejo nada de espetacular, nada de anormal no fato do deputado Jenilson Lopes (PCdoB), na hora de folga fazer atendimento às pessoas carentes. Até porque se elegeu cumprindo este ritual.
Recado político ao PT
Dirigentes do PRB, PSDC, PDT, PPL, PTN, PRP passaram boa parte da noite ontem reunidos na residência do secretário-geral do PSDC, ex-deputado federal Osmir Lima, e deliberaram pela a formação de uma frente para não serem usados na eleição municipal e depois descartados, pelo lançamento de candidatos a prefeitos em municípios onde a chance for viável e de antemão descartar que o vice na chapa do prefeito Marcus Alexandre seja alguém do PT ou do PCdoB, que já estão aquinhoados no Governo e PMRB. Devem divulgar esta semana um manifesto com o título: “Unidos pelo Acre.” No PT, isso é chamado comicamente de “Revolta dos Anões”. Como já ameaçaram este tipo de rebelião e voltaram atrás, vejo com ceticismo.