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Os vermes dentro do fruto e a democracia do faz de conta

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Por que nos países considerados ricos o voto não é obrigatório?


Podemos pensar nessa pergunta a partir de duas mentiras propagadas no Brasil: as eleições representam a festa da democracia e nossa sociedade não está preparada para exercer um direito desse.


O primeiro engano só serve pra alimentar oligarquias regionais, poderosos de plantão e grupos que não sabem, não podem e não querem viver longe do poder. Precisam da manifestação eletiva para que a alteração do cenário social não aconteça ou, se proceda dentro de determinados controles ideológicos que impossibilitem uma mudança perigosa.

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Mesmo reprovando a forma como ocorre o processo eleitoral no Brasil, com compras de voto, promessas fraudulentas, projetos mirabolantes, máscaras partidárias e doações de campanha inescrupulosas, que resultam nas vergonhas que vemos constantemente, eu nem preciso dizer que o voto em si é uma conquista cuja importância minhas letras não pretendem negar. A minha ingenuidade tem concavidade para baixo.


A passo contínuo, verifico ser de mais valia saber que, no nosso país, um efeito, uma decorrência, consequência material, torna-se um elemento matricial que parece querer se encerrar em si mesmo, enclausurado na própria expressão da sua ideia: O VOTO.


Ora, deixemos de bobagem. Se reconhecidamente os países ricos são portadores de democracias mais consolidadas e que melhor satisfazem as ânsias dos seus nacionais, não há como negar que votar obrigatoriamente não nos qualifica para sermos um país melhor que ou igual a Holanda, ao Canadá, por exemplo.


Isso porque a noção de democracia, quando situada dentro do imaginário dos países ricos, não se resume a “preencher urnas”. Há uma infinidade de outros elementos porque esperam, exigem e lutam.


Nesse horizonte de buscas, transparece um poder público eficiente, uma justiça eficaz, um governo impessoal, sem os privilégios garantidos aos políticos daqui, e uma organização burocrática não tão aloprada quanto a nossa. Talvez essa imagem nos ajude a responder a pergunta: num país em que pouca coisa funciona corretamente, por que nosso sistema eleitoral é tão eficiente?


A segunda ideia, de que o povo brasileiro não está preparado para o voto facultativo, deixa a primeira em lençóis trágicos e vergonhosos. Então, a festa da democracia é para aqueles que não sabem ouvir a música e dançar os ritmos? É isso? Somos uns incapazes, somos uns desavisados adolescentes que precisam de intimidações paternas para fazer ou deixar de fazer algo?


O curioso disso tudo é que, se acreditarmos nessa nossa inaptidão para exercer o direito de não votar obrigatoriamente, estaremos dizendo que a mesma inaptidão existe na hora de escolher nossos falsos representantes.


Resolvido então! Voto obrigatório para um povo que não tem condição mental de decidir se vota ou não, e que também não tem condição de avaliar, no meio da lama pontual, quem se livra dessa sujeira.


Papo reto! Tá explicado a merda que tá. Mensalão, Petrolão qual será o outro “ão” que manchará mais ainda a política brasileira montada por um eleitor doente?


Somos vermes dentro das frutas?


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