Categories: Acre

Democracia não é música que sai de moda com o próximo verão

Published by
Roberto Vaz

Inegável que vivemos uma profunda crise de representatividade política. Inegável que diante do governo do PT coisas assombrosas aconteceram e acontecem. Inegável que a presidenta é tida como incorrigível, dona e construtora de todas as verdades que acredita e que quer passar com seu pouco carisma. Inegável as trapalhadas e vacilações econômicas que agora precisam ser reavaliadas e destruídas.


Mas tenhamos cuidado! Democracia não é uma música que sai de moda com o próximo verão, tampouco um produto com validade vencida. Democracia é um exercício, uma construção diária, um enfretamento aos dilemas sociais sério que escapa a mera noção do voto.


Esses protestos que se espalham pelos novos canais de informação devem ser lidos como movimentos que conseguem expressar a insatisfação de muitos brasileiros. Diante de tantos ventos midiáticos, é preciso filtrar, analisar e mensurar o que é quatro e o que é quadro. Faz bem pôr em relevo a velha metáfora do contém e do está contido. Há muitos interesses neles, muitos que os utilizam sob o manto do exercício democrático o negam em atitudes fascistas corrompidas e miúdas.


Dilma foi eleita em plena e comum vontade de muitos. Para uma boa parte das novas gerações que não brincou de Atari isso parece pouco ou quase nada. Mas para quem soube o que foi a crise democrática, instalada tempos atrás com a emergência dos militares ao poder, aquilo vale muito: conquista que, por mais que a prática imunda de bandidos que se instalaram na política tentem dizer o contrário, é vetor indispensável para consolidar nossa própria sociedade.


Sou a favor do fora Dilma, fora corrupção, fora maus políticos, fora pensão para ex-governadores, fora compra de votos para reeleição, fora pagamentos mensais para afinidade ideológica e fora tudo o que faz de nossa nação uma crista de vergonha e zombaria mundo além.


Mas tudo isso pelas ruas e avenidas da justiça, da Lei e principalmente das urnas. Não existe geração espontânea. Estão lá porque os colocamos. Tiremos então. A sociedade que muda os políticos, não o contrário. A América Latina sempre foi um efervescente laboratório de experiências políticas traumáticas e de nada original. É por isso que acredito cruamente que nossa maior revolução é buscar consolidar nossas instituições, fortalecê-las e acreditá-las.


Toda forma de expressão é legitima e deve se manifestar. Porém se a insatisfação pontual e localizada for a justa causa para romper com o processo democrático, estaremos em perigo e poderemos dar vez e voz a quem usa nossas roupas para nos deixar nus.


Share
Published by
Roberto Vaz

Recent Posts

Confusão em show de Naiara Azevedo termina com mulher ferida

Uma confusão no meio do público do show da cantora Naiara Azevedo, em frente ao…

01/05/2024

Naiara diz que vai fazer um dos melhores shows da carreira e cantar músicas ainda não lançadas

A cantora Naiara Azevedo disse em coletiva pré-show em frente ao Palácio do Governo, em…

01/05/2024

Flamengo bate o Amazonas em noite de vaias ao time e aplausos a Gabigol

O Flamengo venceu o Amazonas por 1 a 0, nesta quarta-feira (1), pelo jogo de…

01/05/2024

Gladson interrompe pré-show de Naiara Azevedo e decreta ponto facultativo até o meio dia da quinta-feira (2)

O governador do Acre, Gladson Cameli, interrompeu a programação do Dia do Trabalhador em Rio…

01/05/2024

Mailza Assis é diagnosticada com pneumonia e vai ficar internada no Pronto-Socorro

Após ser levada para o Pronto-Socorro de Rio Branco na noite desta quarta-feira, 1º, a…

01/05/2024

Gladson diz que suspeita é que Mailza Assis esteja sofrendo de quadro viral

O governador Gladson Cameli chegou ao evento do Dia do Trabalhador, em frente ao Palácio…

01/05/2024