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Nível do rio Acre sobe para 16,21m na capital e desabriga milhares

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Da redação ac24horas


Um fevereiro que jamais será esquecido. Dias de recordes e muita correria. Reflexo da luta para não perder novamente o que já se havia perdido em 2012, ano em que o rio Acre apresentou os maiores índices de toda a história pluviométrica da região fronteiriça do Acre. Agora, a cena se repete e o manancial marcou, nesta quarta-feira, 25, o nível de 14,83 metros, considerado o mais alto dos últimos anos.


A cena assistida pelos moradores de Brasiléia e Epitaciolândia é também presenciada pelos riobranquenses que, desde a segunda-feira, 24, sofrem com a cheia do Rio Acre, e igarapés que cortam os bairros da maior cidade do estado.


Na zona rural, situação semelhante: plantações se perdendo e os roçados sendo tomados pelas águas do manancial que já desabriga, apenas em Rio Branco, mais de 720, resultando no atingir direto que supera as 2.650 pessoas. Outras 30 mil também sofrem indiretamente com a enchente.


O ac24horas tem noticiado nos últimos dias que centenas de agentes da Defesa Civil do Acre monitoram desde a semana passada os rios Juruá, Acre, Purus, Tarauacá, Rola e Envira. Além disso, equipes do órgão auxiliam os municípios atingidos no atendimento emergencial à população.


Uma dessas cidades é Xapuri. Distante 188 quilômetros de Rio Branco, o município, berço do sindicalista Chico Mendes, grande defensor ambiental, já está tomada pelas águas do Rio Acre. No caminho entre a fronteira e a capital, a cidade teve prédios públicos atingidos, casas tomadas por lixo e praças alagadas. Tudo consequência do nível do manancial que chegou, na noite da quarta-feira, 25, à marcação de 17,60 metros. Mais de 1.180 populares estão em abrigos públicos. A zona rural da cidade também foi atingida e praticamente tudo que era cultivado pelos produtores da cidade, foi-se perdido. A prefeitura da cidade disponibiliza aos cidadãos prejudicados com a cheia mais de 10 abrigos públicos.


Na fronteira com a Bolívia, dois dos municípios mais extremos, Brasiléia e Epitaciolândia, continuam sofrendo com a rápida elevação do nível do Rio Acre. Nesta quarta-feira, o manancial sofreu baixa de marcação, mas ainda assim, atingi mais de 2.600 pessoas em ambas as cidades. O governo do estado tem unido forças com as prefeituras das cidades para minimizar os problemas ocasionados pelo transbordamento.


Segundo a Defesa Civil, o nível do manancial chegou aos 14,83 metros, apontou a medição das 21h, realizada pelo órgão. Houve, portanto, baixa no nível que, às 18h, estava em 14,96.


Distante dali 110 quilômetros, Assis Brasil, na fronteira com o Peru, confirma o nível de 6,15 metros. A diminuição, segundo medição feita também às 21h, representa 24 centímetros a menos, num período de três horas.


Na cidade de Capixaba, que fica a 76 quilômetros da capital, o Rio Acre reapresentou aumento de nível e marcou, segunda o última medição, 14,55 metros, ou seja, seis centímetros a mais na medição feita as 18h desta quarta-feira, 25 de fevereiro.


AJUDA FEDERAL


O ministro da Integração, Gilberto Occhi, chega nesta sexta-feira, 27, ao Acre com a proposta de liberar recursos para o governo e as prefeituras bancarem os prejuízos das enchentes dos rios acreanos, mas também de contribuir para evitar que os períodos de cheias e secas no Acre deixem de ocorrer quase todos os anos.


Occhi traz ao Acre o representante da Defesa Civil Nacional, órgão que deve a reconhecer os estados de calamidade pública no Acre. De pronto, a ideia inicial é construir barragens que podem servir de anteparo para evitar as enchentes e também para armazenar água nos rios na época das secas amazônicas.


“É necessário que a gente pense numa solução definitiva de construirmos algumas barragens, que servirão primeiro para conter essas cheias que sempre ocorrem nesse mesmo período do ano. E depois, quando os rios secam, você pode fazer um represamento de água para a manutenção dela em favor das cidades”, afirmou o ministro, segundo a Agência Acre.


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Da redação ac24horas