O presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado estadual Ney Amorim (PT), acompanhado de uma comitiva de parlamentares e servidores do Poder Legislativo visitou nesta terça-feira (24), as cidades de Xapuri, Brasileia e Epitaciolância, localidades mais castigadas pela cheia do Rio Acre, para entregar os donativos da campanha Aleac Solidária, que arrecadou mais de seis toneladas de alimentos, materiais de limpeza e água mineral.
A primeira parada da comitiva da Aleac foi no município de Xapuri. De acordo com o prefeito Marcinho Miranda (PSDB), mais de 400 famílias foram atingidas e 100 estão desabrigadas. Apesar do apoio do governo do Acre, os desabrigados da terra de Chico Mendes, sofrem com a falta de abrigo e alimentos. “Alguns moradores insistem em permanecer nas área alagadas, dificultando os trabalhos das equipe de resgate”, destaca o prefeito tucano.
O hospital de Xapuri também foi tomados pelas águas. Parte dos equipamentos da unidade de saúde foram deslocados para o prédio do Institui Federal do Acre (IFAC) e os demais equipamentos para um módulo de saúde do município. Os atendimentos de urgência e emergência estão prejudicados. “O rio está subiu 12 centímetros por hora, durante a madrugada. Precisamos evacuar 100% da rua do comércio para evitar prejuízos maiores”, diz Marcinho Miranda.
O deputado Ney Amorim procurou tranquilizar o prefeito de Xapuri, se colocando à disposição para encaminha as demandas que estiverem ao alcance do Poder Legislativo. “Esta não é uma iniciativa de um único deputado, mas dos 24 deputados. Este é um momento que não podemos observar cores partidárias, este é o momento do povo. Estamos preparados para apoiar e ajudar todos os municípios que enfrentam esta crise”, ressalta Amorim.
Segundo o primeiro secretário da Aleac, Manoel Moraes (PSB), os prejuízos dos comerciantes e da população de Xapuri, são incalculáveis. “O povo não esperava uma alagação dessa magnitude. A aflição dos moradores cresce a cada dia. Quatro bairros estão sendo castigados, estamos contando com a solidariedade dos empresários que disponibilizaram seus barcos, caminhões e funcionários para ajudar na retirada dos desabrigados”, enfatiza Moraes.
O município de Brasileia é o mais castigadas pelas águas, praticamente todo o centro da cidade está submerso. Os prejuízos ainda não podem ser contabilizados, mas toda estrutura dos prédios públicos e do centro comercial foi prejudicada. De acordo com o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista, o nível do rio sobre um centímetro por hora. A entrega dos donativos arrecadados pela Aleac foram entregues para Defesa Civil.
Os números do escritório de situação, montando em Brasileia, são assustadores, 2.218 pessoas estão alojadas nos 21 abrigos que estão superlotados. A enchente deste ano, já superou a de 2012, em 90 centímetros. Durante a visita dos deputados estaduais, o prefeito Everaldo Gomes (PMDB) fez um verdadeiro desabafo. Ele afirma que ainda não recebeu nenhum tipo de ajuda concreta, apenas promessas por parte dos representantes do governo do Acre.
“Não adianta vir aqui e não deixar uma solução ou uma ajuda. Toda vez que chega alguém aqui, as pessoas que estão desabrigados correm para me perguntar pela ajuda que chegou, sendo que até o momento, nós só recebemos promessas. As pessoas estão passando sérias dificuldades, mas apenas as promessas se multiplicam. Algumas pessoas ainda espalham boatos que recebemos dinheiro, mas não recebemos nada”, diz Everaldo Gomes.
No município de Epitaciolândia, a situação é menos grave. De acordo com o prefeito André Hassem (PSDB), o município montou sete abrigos que estariam acomodando aproximadamente 500 pessoas. “A preocupação não é apenas com a cheia, mas também com a situação financeira dos municípios que deverá se agravar após este período. Estamos tentando ajudar as pessoas de todas as maneiras, espero que o governo federal faça sua parte”, enfatiza Hassem.
O governador Sebastião Viana (PT), mais uma vez visitou os municípios atingidos pela cheia no Alto Acre. O petista chegou em Brasileia, por volta de 13h, acompanhado de sua equipe, ele entrou em barcos e percorreu as áreas alagadas, voltando cerca de uma hora depois. O chefe do executivo não participou da reunião que os deputados fizeram com o prefeito Everaldo Gomes, no Centro Cultural da cidade mais atingida pelas águas do Rio Acre.
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