O ser humano é egoísta. E como é! Ele sempre quer mais do que já possui, e ainda que já tenha o necessário, continua querendo mais. Há algum tempo, participei de um seminário sobre o consumismo, um ótimo tema que mexe profundamente com nossos anseios econômicos e aquisitivos. Nos dias atuais, para se viver bem, grande parte de nossa sociedade sempre acha que é necessário ter os melhores aparelhos eletrônicos, as melhores roupas, casas e carros. É o chamado capitalismo consumista.
A influência desse conceito sobre nossa sociedade é, definitivamente, um problema sério. Isso porque quanto mais se quer, mais se produz, se consome, e se deseja. É como o planeta Terra, que gira em torno de si mesmo. O que muita gente não observa, nem faz o mínimo de esforço para imaginar, é o constante impacto causado na preservação de nossos rios, igarapés, de nossas nascentes. Isso se torna um problema de saúde pública, uma consequência catastrófica para nosso meio ambiente.
Dentre outros problemas, o capitalismo consumista está destruindo a nossa cobertura vegetal, prejudicado a recarga dos aquíferos subterrâneos. Tem provocado muitas enchentes, diversos assoreamentos e trazido novas doenças para as comunidades que vivem essa dura realidade. E as coisas no Acre estão seguindo nesse rumo. Concorda comigo?
Posso citar nossa mata ciliar. Essa, aliás, desde que o Brasil começou a ser colonizado é destruída. E olha que o homem tem um conhecimento poderoso sobre esse assunto. Aliás, é a nossa mata ciliar que faz nossos rios mais fortes e seguros.
Nossos recursos naturais sempre foram destruídos sem muita reflexão. Isso é um problema de educação. Poucos sabem o que causa realmente o aquecimento global.
Para se ter uma demonstração do que estou falando, basta observar os diversos igarapés do Acre. Melhor ainda é observar nossos rios que já estão transbordando novamente. A própria comunidade já retirou a cobertura vegetal das margens de nossos mananciais. São os sinais da triste degradação ambiental. Diversas são, também, as áreas que correm o risco iminente de desmoronamento, de assoreamento. Mesmo com as ações do Poder Público, a quantidade de lixo que fica às margens de nossos rios é assustadora. Só não vê quem não quer!
E não são poucos os problemas causados pela falta de cuidado com os nossos rios. Um dos pontos mais fortes é a lixiviação dos resíduos e a contaminação da água. A educação ambiental deve estar presente nas escolas. Ela é a grande e mais forte estratégia a ser seguida. Será a grande cartada do Poder Público para com os agentes da sociedade. Será um importante exemplo de respeito e amor ao meio ambiente.
De qualquer forma a obrigação de qualquer individuo, seja ele quem for, é exercer o direito à cidadania lembrando sempre que ele próprio é o formador do meio ambiente. Não adianta apenas criticar o lixo do vizinho, ou “matagal” do terreno baldio. Não vai resolver nada falar o que todo mundo já sabe que está errado! O que tem que se fazer é tomar uma atitude e praticar a diferença.
O que vemos hoje em Rio Branco e boa parte do Acre – rios transbordando e pessoas ficando desabrigadas- é o reflexo do que vem sendo feito há anos pela sociedade: jogar lixo fora da lixeira; jogar o lixo “no mato”.
Seja à beira do rio, seja no quintal baldio, o problema é como descartamos o nosso lixo, e para onde ele vai após ser descartado. Temos de transformar os hábitos malignos em atitudes bondosas. Vamos juntos, num só propósito, mudar nossas ações, e cuidar de nosso ambiente. Eu faço esse convite. Topa?
*João Renato Jácome é acadêmico de Jornalismo, membro do Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Acre, membro do Programa Internacional de Voluntariado das Nações Unidas e participa de redes pela Educação, Democracia, Esporte, Meio Ambiente e Direitos Humanos.
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