A gasolina, o diesel e o etanol estão mais caros em postos de gasolina de todo o Acre e mais de 10 estados do país. O aumento médio de R$ 0,10 por litro da gasolina, que começou a valer na última segunda-feira, 16, já chegou ao bolso do consumidor acreano. O valor que em alguns postos chegou a ser R$ 3,65, agora, passa a custar R$ 3,76.
Documento disponibilizado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) revelou, na semana passada, que o preço médio da gasolina que será praticado Rio Branco é R$ 3,74. O etanol ficou em R$ 3,01 e o diesel em R$ 3,31.
André Oliveira, pedreiro, conta que ficou surpreso com o novo aumento. “Eu pensei que estivesse errado. Não abasteci o carro esses dias, e quando cheguei aqui no posto hoje, já tem outro aumento. Não tem mais pra onde eu corre não”, comenta o cidadão.
A prática é consequência do aumento das alíquotas de Pis/Cofins e das Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), autorizado pelo Governo Federal, a partir de fevereiro. No último aumento, no Acre, a elevação, que poderia chegar aos R$ 0,22, não ultrapassou R$ 0,18.
Um levantamento da Associação Nacional do Petróleo (ANP) mostrou que mesmo com o aumento da gasolina, abastecer com álcool só é vantajoso nas capitais de São Paulo, de Minas Gerais, de Goiás, de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul. No Acre, portanto, é mais interessante completar o tanque do carro com gasolina, que, apesar de mais cara, tem maior durabilidade.
Andréia Nascimento, funcionária pública municipal, conta que veio de Cruzeiro do Sul (AC), cidade distante cerca de 600 quilômetros da capital. Segundo ela, “se aqui em Rio Branco está caro, imagina lá em Cruzeiro. O pessoal tá dizendo que lá vai custar quatro e quinze um litro de gasolina. Isso é um absurdo. A gente paga tanto imposto e não vê resultado em nada”, reclama a consumidora.
Reportagem do O Globo, mostrou que até quem prefere a gasolina, de uma certa forma também está abastecendo com álcool. É simples. Hoje, cada litro de gasolina como o que sai da bomba tem 25% de etanol, ou seja, 250 mililitros de álcool. Em 16 de fevereiro essa mistura vai aumentar um pouco, para 27%, o equivalente a 270 mililitros. Parece pouca coisa a mais. Só que acredite: não é.
“Você ter uma demanda cativa de 27% do consumo de combustível pelo menos. Porque digamos que não houvesse mais o hidratado, só houvesse a gasolina de fato e fosse 27%, isso é um volume gigantesco de etanol para ser vendido. É um mercado bastante interessante”, analisa Amaryllis Romano, economista da Tendências Consultoria.