Representantes de diversas categorias que dependem da cadeia produtiva da madeira, se reuniram na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), na manhã desta quinta-feira (19), para pedir apoio para revogar a Portaria 443/14, do Ministério do Meio Ambiente, que trata da proibição de exploração do manejo florestal em espécies que apresentem risco de extinção, inviabilizando a atividade no Estado.
Segundo os participantes da reunião com os deputados estaduais, a decisão vale para todo o Brasil e não está claro como e onde foram realizados os estudos que serviram de base para a deliberação. Eles reclamam ainda da falta de esclarecimento das regras. Mesmo não estando regulamentada pelo Governo Federal, a portaria, poderá ocorrer a apreensão de cargas de madeira.
Os empresários da área de construção civil temem fazer demissões, caso a portaria seja colocada em prática no Acre. A medida estaria afetando produtores rurais que trabalham com o manejo de madeira, moveleiros, engenheiros florestais, cooperativas de florestais, empresários do setor florestal e até mesmo os adeptos da doutrina do Santo Daime nas diversas comunidades.
De acordo com a presidente da Associação das Indústrias de Madeira de Manejo do Estado do Acre (Asimmanejo), Adelaide de Fátima, se a Portaria 443/14 for regulamentada, acarretará em prejuízos em toda cadeia produtiva da madeira. Ela destaca que a proibição da extração de cerejeira, cedro e angelim, espécies mais utilizadas no Acre, poderá causar desemprego em massa no Acre.
Após ouvir o relato dos representantes do setor madeireiro, o presidente da Aleac, deputado Ney Amorim (PT) decidiu criar uma comissão para elaborar um estudo sobre a exploração de madeira no Estado e tentar uma audiência no Ministério do Meio Ambiente, onde serão debatidos os impactos da Portaria, a economia do Acre. Os deputados vão pedir ainda o apoio da bancada federal.