Nesta sexta-feira, 23, comemora-se o Dia do Evangélico no Acre. O feriado foi um projeto do deputado estadual Elder Paiva (PEN) sancionado durante o governo de Binho Marques (PT). Acho justo, que diante de tantos feriados católicos, os evangélicos também tenham o seu Dia. No entanto, a questão religiosa no Acre está ultrapassando os limites das comemorações e das manifestações naturais de fé. Nesses dias um amigo precisava retirar um documento urgente da CCPL (área de licitação) da prefeitura de Rio Branco. Já era horário de expediente, mas teve que aguardar os funcionários que “oravam” fervorosamente. E parece que a prática de “orar” espalhou-se por outros órgãos públicos do Estado. Então fica a pergunta: o lugar de trabalho é adequado para o funcionário manifestar a sua fé, seja ela qual for? Num Estado laico manifestar a religiosidade dentro de uma repartição pública é normal? Pelas redes sociais me enviaram a foto do Pastor Rodson Souza, ligado ao PSDC, que é o diretor do Hospital HUERB, em Rio Branco, num momento de oração com os funcionários. Será que na estrutura da HUERB quem não professar o evangelismo terá as mesmas oportunidades que os que professam? Na minha avaliação pode estar acontecendo uma perigosa mistura entre a religiosidade e a “coisa pública”. Isso pode descambar para preconceitos e perseguições típicas de estados fundamentalistas. A religiosidade de cada um, seja qual for, é sagrada. Mas que ela seja exercida nos templos e dentro do espaço intimo de cada um.
Engraçado
Li muitas críticas nas redes sociais ao deputado federal Sibá Machado (PT) depois de uma entrevista ao Jornal Nacional. Isso porque ele defendeu as “duras medidas” econômicas adotadas pela presidente Dilma Rousseff (PT). Uai, mas o “cara” é o vice-líder do PT, com possibilidades de se tornar o líder. O estranho seria se criticasse a presidente, não é mesmo?
O lugar de cada um
O papel de criticar as medidas “impopulares” tomadas pela presidente Dilma é da oposição. Sei de petistas que estão extremamente incomodados com os rumos do atual Governo. Mas para criticarem publicamente terão que mudar de lado.
Rebelião (silenciosa) comunista
Recebo uma informação de Cruzeiro do Sul de que o PC do B não ocupará nenhum espaço no atual Governo até resolverem a situação do ex-vereador Zequinha Lima (PC do B). Ele era o coordenador da representação da educação estadual no município. Talvez o cargo de Governo mais importante da região.
Surpreso
Segundo a minha fonte, Zequinha, que já foi candidato a vice-prefeito do município e suplente de deputado estadual, não foi comunicado da mudança. Teria sido pego de surpresa pela nomeação do seu sucessor.
Quem vai para o trono
Charles André do PSB ligado ao deputado federal César Messias (PSB) assumirá as funções de coordenador da educação do segundo maior município do Acre. Um cargo que fortalece, sobremaneira, a representação socialista em Cruzeiro do Sul. Quanto a competência do novo coordenador não há dúvidas. A questão é partidária mesmo.
Quadro eleitoral antecipado
Não sei quem será o candidato da FPA à prefeitura de Cruzeiro do Sul. Mas uma coisa é certa, a chapa sairá da dupla partidária PT-PSB. Não vai ter pra ninguém. Os outros partidos serão coadjuvantes. Na realidade, o quadro reflete o resultado eleitoral de 2014 no Juruá. Nada além disso…
Especulações
Uma fonte minha da FPA de Cruzeiro do Sul garantiu que o ex-presidente da Associação Comercial do Alto Juruá, Marco Venício, pode ser candidato a prefeito. Segundo ele, o nome é leve e poderá unir os partidos da FPA.
Articulações
Marco não tem filiação partidária. Poderá ir para a sigla que lhe for determinada. O fato é que a candidatura à prefeitura de Cruzeiro do Sul da FPA terá as digitais de dois “caciques”. Nessa ordem, deputado federal César Messias (PSB) e o ex-prefeito de Marechal Thaumaturgo, Itamar de Sá (PT), recém nomeado assessor especial do governador Tião Viana (PT).
Candidatura avulsa
Parece que o recém eleito deputado estadual Raimundinho da Saúde (PTN) poderá se lançar candidato a primeiro secretário da ALEAC. O regimento interno da Casa permite a disputa do cargo em separado no dia da posse dos deputados.
Favorito
No entanto, tudo indica que o segundo cargo mais importante da ALEAC deverá ficar mesmo para o deputado estadual reeleito Manuel Moraes (PSB). Na realidade, o futuro presidente Ney Amorim (PT), vai articular nos bastidores para eleger com quem quer trabalhar.
A missão do Cacique
Quando fevereiro chegar o deputado Moisés Diniz (PC do B), que ficará sem mandato, será nomeado secretário adjunto da Educação. A missão será erradicar o analfabetismo do Acre, que está na faixa de 13,5%. Trabalho certo para um sujeito de letras.
Escuridão
Um leitor frequente da coluna reclama que o Parque da Maternidade tem trechos que estão completamente escuros. Segundo ele, isso está prejudicando a prática de esportes saudáveis como a corrida, o ciclismo e a caminhada. Obviamente favorecendo os “ilícitos” como assaltos, consumo de drogas e afins.
As lições que o mundo nos dá
Dois acontecimentos internacionais recentes servem de reflexão para quem governa ou exerce função de legislador no Acre. O ataque fundamentalista contra os cartunistas do Charles Hebdo, em Paris e, a execução do brasileiro Marco Archer na Indonésia. Nos dois casos a questão religiosa é marcante. A França vive contradições entre a sua liberal constituição e os 6,5 milhões de islâmicos que vivem no país sob a égide de outras leis religiosas. Na Indonésia, a mesma coisa. O país com 87% da população islâmica está endurecendo as leis de acordo com o Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos. São exemplos claros de como a interferência religiosa nos costumes de uma nação podem gerar conflitos “sangrentos”. O melhor é manter a política e a religião separadas. Cada uma delas tem uma função. Quando se misturam acabam por se tornar o estopim de “guerras irracionais” que provocam muito sofrimento à humanidade.
