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Empresários do Acre se preparam para evitar crise com possível cheia do Rio Madeira; Transporte será otimizado

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O nível do Rio Madeira, na região da BR-364, entre Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO) já está causando preocupação na área empresarial do estado do Acre. Além dos varejistas temerem crise no abastecimento, atacadistas e transportadores já traçam plano estratégico para minimizar os problemas que uma nova crise no abastecimento pode acarretar.


Na manhã desta sexta-feira, 16, uma tensa reunião entre representantes de setores empresariais marcou o início das ações que devem ser executadas já nos próximos dias. Solicitação de linhas de crédito que ultrapassam os R$ 100 milhões, prazo extenso para pagamento, estocagem de produtos em alta escala e uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) são algumas das exigências que os comerciantes pretender fazer ao governo federal.

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“Nosso objetivo aqui é definir quais serão nossos próximos passos. Vamos cotar tudo que for necessário e colocar em prática nosso plano de contingencia. Isso não quer dizer que teremos uma crise, mas queremos fazer de tudo para que em caso de crise nossa população não sofra com preços altos ou falta de produtos nas prateleiras de nossas empresas”, destacou Jurilande Aragão, presidente da Acisa.


O grande fator para a mobilização da Associação Comercial de Rio Branco (Acisa) é a proximidade do nível do manancial com o nível da rodovia federal que liga o Acre ao restante do país. Em 2014, a estrada apresentou lamina d’água de 1,70m, causando a interdição de um trecho com mais de 30 km, e isolando o Acre por via terrestre.


A presidente do Sindicato dos Transportadores do Acre (Setacre), Nazaré Cunha, que também participou do encontro, afirma que a grande preocupação é de trazer até o início do próximo mês os produtos essências, de caráter mais básico. “Minha preocupação é com os produtos mais básicos, mas também fico preocupada com outros produtos, menos essênciais, mas que a população procura”, comenta a representante.


Segundo a sindicalista, trazendo o quanto antes esses produtos, a população não será prejudicada, nem os empresários, que precisam de dinheiro para custear suas dívidas mensais. “A gente precisa é se planejar e tentar viabilizar o mais rápido possível esse plano de contingencia. Para isso, vamos contar com o apoio do governo”, completa.


Ainda de acordo com Jurilande, “o apoio do governo é essencial. Vamos apresentar nossas exigências a eles, e a partir disso é que vamos ter nossas propostas apresentadas ao pessoal de Brasília, de quem a gente espera muito bom senso e apoio”, explica o presidente da Acisa, ao destacar que “precisamos limitar o pânico e acreditar que tudo dará certo e será resolvido”.


ac24horas teve acesso às medições do rio que corta o vizinho estado de Rondônia e, segundo levantamento, nesta quinta-feira, 15, a medição apontou 1,30m abaixo do nível da rodovia. Mesmo assim, o índice da Agencia Nacional de Águas (ANA) revela um aumento de 20cm nos últimos três dias, portanto, há menos de uma semana, o manancial já marcava 1,10m, colocando em xeque o planejamento contra a crise no abastecimento do departamento.


O inspetor João Bosco Ribeiro, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), esclareceu que o nível do manancial era previsível e que está dentro da normalidade. Mesmo assim, ele informa que o acompanhamento do leito do rio é feito diariamente, nos pontos mais baixos da estrada federal que, no início de 2014, ficou parcialmente alagada pelas águas do Madeira.


Se a crise do ano passado vai acontecer novamente, só o tempo poderá afirmar. Órgãos de climatologia já fazem o balanço diário, com previsão para os próximos 15 dias. A ideia visa identificar qual será a realidade do manancial nas próximas semanas. Ainda não há estudos oficiais sobre a situação prevista.


Para o inspetor “a situação é esperada e está tudo dentro do esperado. Estamos sempre acompanhando o rio. Estamos fazendo medições diariamente nos pontos mais baixos, e mesmo com a subida, a gente já percebeu que 20cm foram para baixo. Estamos preocupados mesmo é com as especulações”, explica o fiscal.


Nesta quinta-feira, o site Mais Rondônia veiculou manchete afirmando que previsão do Sistema de proteção da Amazônia (SIPAM) para este dia chuvoso é de que o volume de chuvas poderá desencadear uma cheia igual ou pior a de 2014. A elevação do nível do rio Madeira, que é comum entre os meses de janeiro e abril, segundo dados colhidos na estação da ANA na cidade de Porto Velho, indica que o fenômeno enchente ocorrerá nos padrões já conhecidos, não devendo causar danos significativos.


RELEMBRE


Em 2014 o nível do Rio Madeira chegou a sua marca histórica de 19,49 metros, deixando mais de cem mil desabrigados em todo o estado. Para 2015 as previsões são bem piores. No último ano o Acre sofreu bastante com a interdição parcial da rodovia federal BR-364, no trecho entre as capitais acreana e rondoniense.


Vale lembrar que em 2014, mais de dez municípios do Estado foram afetados pela enchente histórica, que desabrigou famílias, danificou propriedades públicas e privadas, afetou o sistema de transportes, inclusive fluvial, a ponto de comprometer o abastecimento de combustíveis e alimentos em ambos os estados.

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