A geografia impõe ao estado do Acre, um preço muito caro quanto o assunto é abastecimento terrestre. Um protesto de moradores do bairro Nacional, em Porto Velho, confirma essa “dependência” do estado vizinho em relação a Rondônia, infelizmente.
Moradores fecharam a Avenida Farquar, uma das vias de acesso ao bairro, onde coincidentemente ficam localizadas as quatro distribuidoras de combustível que abastecem Porto Velho, o Acre e parte do Mato do Grosso.
Desde o inicio da manhã desta terça-feira (13), uma grande fila de caminhões tanques já se forma na estrada de acesso ao bairro, onde moradores atearam fogo em pneus e montaram uma barricada para impedir o tráfego de qualquer veículo.
Com o protesto, os moradores cobram urgência na recuperação da estrada do Belmont, outra via de acesso ao bairro que desmoronou em dezembro, e que até agora não sofreu reparo. Segundo eles, nem a prefeitura nem o governo assumiram a responsabilidade pelo prejuízo.
“ A estrada cedeu e ninguém resolveu nada. Foram lá, interditaram, deixando a gente quase isolados e nada mais. Fomos em todos os lugares em busca de uma solução, como ninguém apareceu, tivemos que recorrer a esse protesto. Até peço aqui desculpas pelo transtorno, mas nós, que moramos aqui, sabemos o quanto é importante a estrada do Belmont pra gente”, desabafou o líder comunitário Manoel Nóbrega.
Com as duas vias de acesso ao bairro, e consequentemente as unidades de distribuição de combustível interditadas, o distribuição e o abastecimento de gasolina, álcool e diesel para o Acre fica totalmente interrompida.
O caminhoneiro Geciel Marques chegou a Porto Velho nesta madrugada com 62 mil litros de álcool que trouxe do interior do Mato Grosso. A programação estabelecida pela empresa para a qual presta serviço era descarregar e retornar com 62 mil litros de diesel, mas sem ter como passar, ele não sabe quando vai concluir mais essa viagem.
Por volta das 9 hs (horário de Porto Velho), uma equipe do Corpo de Bombeiros esteve no local para tentar apagar as chamas provocadas pela queima de pneus, mas foi impedida pelas moradores que exigem a presença de representantes da prefeitura e do governo para uma negociação e uma possível suspensão do manifesto.