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ARTIGO – A juventude de hoje é o espelho do Acre de amanhã

Por
Roberto Vaz

Vivemos atualmente um cenário onde a abundância e o livre acesso à informação transformaram o mundo em uma pequena comunidade. Os cidadãos têm participação intensa na realidade do outro, e, mesmo que haja grandes distâncias, mesmo assim, isso se torna apenas um detalhe. Foi-se o tempo em que ninguém tinha amigos em outros estados, e quando os tinha, a comunicação era difícil. Os milhares de quilômetros que separavam amigos, agora, são reduzidos a menos de um segundo, tempo necessário para uma mensagem de texto ser enviada.


O assunto juventude deveria variar de acordo com a cultura, com os conceitos do lugar onde vive, ou do ambiente cotidiano. Acontece que hoje, o que se vê é o cotidiano mundial tornando-se o cotidiano da juventude, seja ela de onde for. E no Acre também é assim. Sim. No Acre. Por quê? Ande pelas ruas e veja a realidade. Olhe em sua volta e perceba as transformações de nossos jovens.



Não é novidade que o povo do Acre é politizado (e “bote” politizado nisso), mas o grande diferencial é que os adolescentes e jovens já buscam a politização. E não adianta dizer que sempre foi assim, porque não foi. Claro, alguns até buscavam isso, e aí estão eles, mas que a grande maioria queria tal conhecimento, não. Isso não acontecia. Agora, o que pode ter sido uma boa sacada para barganhar votos, é permitir que os jovens com 16 anos possam votar. Mas o que pode ter soado ruim aos políticos do Brasil, após a primeira eleição em que valeu a regra, é que o voto não foi para qualquer um. E o Acre está assim. Você já percebeu? Pois é…


É bom dizer que a mesma lei que permite que o voto, proporciona a argumentação acerca das participações políticas da própria juventude. Se o processo eleitoral era algo chato, agora, parece não ser mais. Os jovens querem ouvir, debater e participar, oficialmente, das grandes discussões sobre o fator juventude.


Claro, claro… Nem todos são assim. Obviamente, alguns ainda caminham devagar, rumo a um futuro incerto e cheio de dúvidas. Se esses ficarão frustrados, não há como dizer. Mas que as chances estão aí, não dá para negar. Estou mentindo? Mesmo assim, aqueles que não querem saber de política, são os mesmo que falam mal dos políticos, abominam a corrupção e criticam a educação das nossas escolas. Tudo é perfeito? Não. Nem nunca será. Mas dá para melhorar? Sim. Dá para elevar a qualidade e conseguir favoráveis resultados.


É como sempre digo: “a educação converte o homem em cidadão”. Aliás, é ele próprio que conhece os seus direitos e por eles luta, por eles briga, por eles levanta a mão e pede um aparte. O cidadão de verdade, não se abstém de cobrar, não se cala quando é preciso. O verdadeiro cidadão é aquele que não se faz ausente, no momento que precisa estar presente. O verdadeiro cidadão é aquele que vive a verdade e por ela é guiado.


Ei, Jovem! Você sabe como o Brasil e o Acre vão mudar? Com a sua participação. E isso se comprova pelo fato de as decisões de políticas públicas, (aquelas que melhoram sua rua, sua escola, faculdade ou bairro) serem mais dependentes de sua cobraça do que, simplesmente, do desejo dos representantes. Só cobra quem é cidadão, pois esse individuo capaz de cobrar é o mesmo que vota; ele é o mesmo ser capaz de mudar, capaz fazer tudo ser diferente. Ouvi uma vez que os fins justificam os meios, então, se o fim for “mudar”, os meios serão as suas ações para fazer mudança. Tenho aprendido que o analfabeto político não quer saber e não se adverte que tudo que o cerca tem a ver com a política.


Agora, se levarmos em conta que mudar e fazer valer a cidadania são atos extremamente relevantes e que precisam ser praticados, necessitamos, realmente, tornarmo-nos um cidadãos e cobrar políticas públicas que efetivamente alcancem a juventude, porque aliás, os jovens de hoje se tornarão o espelho de amanhã e é o jovem de hoje que construirá o próprio amanhã.


E se todo esse raciocínio estiver caminhando no rumo certo, não há como hesitar. Os mais de 100 mil jovens que vivem no Acre serão um grande desafio para a gestão do governo estadual. Implantar políticas públicas convincentes, que causem desenvolvimento e melhorias a esta faixa-etária da população acreana, será uma das causas mais interessantes de se acompanhar nos próximos meses. Pelo menos nesses 100 primeiros dias, metas devem ser estipuladas e alcançadas por aqueles que, mesmo politicamente indicados, acabam representando o que se chama “juventude”.


Então, que fique claro: nossos jovens precisam se tornar um cidadão hoje, por que amanhã, poderá ser tarde demais para mudar de ideia.


*João Renato Jácome é acadêmico de Jornalismo, membro do Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Acre, membro do Programa Internacional de Voluntariado das Nações Unidas e participa de Redes internacionais pela Democracia, Esporte, Meio Ambiente e Direitos Humanos.
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Roberto Vaz

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