O maior de todos os craques, porém, nascido no dia 18 de julho de 1950, foi batizado oficialmente com o nome de Eduardo Rodrigues da Silva Filho. A mãe o chamava de “Eduardinho”, “Dadinho”… Designação que o irmão mais velho, Elzo Rodrigues, cedo modificou para “Dadão”. Foi esse o nome que o futuro jogador carregou para os campos de futebol.
E Dadão era um jogador tão diferenciado que aos 15 anos, no primeiro semestre de 1966, já estava vestindo a camisa dos titulares do Rio Branco. Na verdade ele deveria ter começado a carreira no Juventus, fundado neste mesmo ano. Acontece que o craque foi considerado muito jovem pela direção juventina. Um erro que seria corrigido no ano seguinte.
Em 1967 Dadão foi para o Juventus, permanecendo no Clube da Águia por três temporadas. No Juventus, o craque levantou o seu primeiro título de campeão acreano, em 1969. “O título de 1968 também era pra ser do Juventus, mas perdemos uma melhor de três para o Atlético, depois de vencermos o primeiro jogo por 6 a 0. Inacreditável”, disse Dadão.
A passagem pelo Fluminense
A bola que Dadão jogava o tornava candidato a brilhar em qualquer lugar do país. Assim, em 1970, a convite de um conselheiro do Vasco da Gama carioca, que veio ao Acre a trabalho, Dadão arrumou as malas e se mandou para o Rio de Janeiro. Fez um treino nos aspirantes do Vasco, mas foi convencido pelo amigo João Carneiro a ir treinar no Fluminense.
No Tricolor das Laranjeiras, bastou uma exibição para Dadão ser incorporado ao time de juniores. Nessa condição, o virtuose acreano permaneceu em 1970 e 1971, sendo que nesse último ano sagrou-se campeão da Taça São Paulo de Juniores. “Foi a primeira vez que o Fluminense disputou a competição e já ficou com o título”, afirmou Dadão.
No ano de 1971, Dadão, além de jogar nos juniores, andou frequentando o banco de reservas do time principal e entrando em alguns jogos no lugar do titular Samarone. “O Fluminense tinha um timaço. O ataque, por exemplo, era formado por Cafuringa, Flávio, Samarone e Lula. E aos poucos eu fui conseguindo jogar junto com eles”, garantiu Dadão.
No início de 1972, Dadão foi convocado para a seleção brasileira de novos, que disputaria um torneio na França. Mas acabou não viajando, a pedido do supervisor do Fluminense, Almir de Almeida, para assinar contrato como profissional. Foi aí que a coisa desandou. Não houve acordo financeiro entre o jogador e o clube. Dadão acabou sendo dispensado.
A aventura no Nordeste e a volta para casa
Depois de sair do Fluminense, Dadão passou, sucessivamente, por Bangu, Madureira, ambos do Rio de Janeiro, e Itabaiana, de Sergipe. No Bangu fez apenas um treino; com o Madureira, passou um mês excursionando pelo Nordeste do país. E no Itabaiana ficou uma temporada, sagrando-se vice-campeão estadual e vice numa competição regional.
Em 1973, a convite do presidente do Juventus, Elias Mansour Simão Filho, Dadão voltou para casa. O craque defendeu o Clube da Águia até 1976. Mas em 1974 ainda poderia ter ido jogar na Espanha. O problema é que a carta que o chamava para o futebol internacional, escrita pelo bicampeão do Mundo Vavá, só lhe foi entregue muito tempo depois.
De 1977 até 1986, quando encerrou a careira, aos 36 anos, Dadão, denominado pela crônica esportiva como “o deus do futebol acreano”, tal a técnica mais do que apurada e a excepcional visão de jogo, vestiu as camisas do Atlético Acreano (1977, 1978, 1979 e 1980), do Rio Branco (1981), do Independência (1982) e novamente do Juventus (1983 a 1986).
O nome de Dadão foi cantado em prosa e verso em toda a Amazônia. Todos os times de fora do Estado que apareciam por aqui traziam sempre um esquema pronto para tentar anulá-lo. Tudo em vão. Ele era simplesmente “imarcável”. Não era possível parar a sua genialidade. Os torcedores que o viram em ação nos anos de 1970 garantem que foi assim.