Soou como ameaça, mas o Governador tem total razão ao dispor solenemente pelos seus “sustentadores”: “Qualquer ilação que venha atingir a responsabilidade do Governo do Acre ou a honra pessoal do governador, será tratada pelas vias judiciais garantidas pelo Estado democrático de direito”.
A notícia de que Sebastião Vianna recebeu repasses pecuniários do mais novo escândalo do país deriva de um particular depoimento à Justiça de Paulo Roberto Costa, tecnicamente chamado de “delação Premiada”. Portanto não é uma sentença, não elege o Governador como mais um culpado por essa roubalheira nojenta que assola o país.
A honra das pessoas é um patrimônio moral garantido pela Constituição, uma conquista de uma sociedade que, aos trancos e barrancos, busca proteger em primeira e última causa a dignidade da pessoa humana.
Talvez seja por isso que o PT nunca acusou ninguém antes da condenação final nas solenes instâncias que hoje o Governador busca amparo. Nunca lavou, simbolicamente, as escadas do Palácio, o Tribunal de Justiça, nem a Assembleia Legislativas, chamando todo mundo de ladrão, e parlamentares corruptos, antes que um processo justo os definisse com os adjetivos usados nos atos púbicos de outrora.
Essa Justiça que punirá, com toda a razão, quem tentar macular a honra do Governador, só não foi vista com bons olhos, quando condenou os líderes e combinados do PT no escândalo do “mensalão”. Aí o evento ganhou outras visualizações, foi motivo de revolta dos “companheiros”, indignações de parlamentares, choro ardente de comovidos, dizendo: o julgamento foi injusto, uma tentativa de golpe político das elites brancas, uma forma de calar a voz dos libertadores do povo. Genuíno, pateticamente saia com o braço erguido, num gesto metade palermão e metade super herói.
A máxima do “quem não chora não mama” parece pontual e encravada em nossa história. Mas com os novos ventos que lateiam nossa política, com as instituições públicas solidificadas, um judiciário forte e uma sociedade consciente e indignada, podemos reverter essa ótica e termos em fim, na prática o dizer “quem mama deve chorar”.