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Acreanos terão ceia de natal mais magra e preços mais gordos neste fim de ano

Por
Ray Melo, da editoria de política do ac24horas
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Faltam exatos nove dias para o natal, mas as luzes coloridas já brilham por todo o estado do Acre. A ceia de natal deve ficar menos farta este ano, devido ao aumento da inflação. Com o Natal na porta, muitos consumidores têm pensado duas vezes antes de comprar ingredientes que fizeram parte das festividades no ano passado.


Geralmente a cesta natalina é formada foi mais de 30 produtos, mas o ac24horas fez um levantamento e constatou a média de gastos que o acreano terá neste fim de ano, só para se reunir com a família e amigos, e degustar pratos típicos do período natalino. Pesquisas institucionais apontam que apenas 25% dos consumidores acreanos vão gastar com compras para a ceia.

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Se as previsões se confirmarem, o Natal de 2014 vai ser 7,5% mais generoso com o setor do que o do ano passado. A estimativa de crescimento real nas vendas é da Associação Brasileira de Supermercados. A conta tomou como base as encomendas para os estoques de fim de ano.



Outra constatação da pesquisa é que, além dos reajustes, os produtos apresentam uma variação muito grande de acordo com as marcas e pontos de vendas. Por isso, a recomendação dos economistas é que o consumidor pesquise antes de comprar.


O ac24horas levantou preços do Chester de natal. Em um dos supermercados visitados, o quilo do produto chega a custa R$ 14,39, enquanto, numa outra loja supermercadista, o mesmo produto pode custar R$ 7,99. A diferença é de R$ 6,40. Contudo, a mesma marca pode ficar ainda mais cara em lojas recém-inauguradas, cobrando do consumidor o valor de R$ 16,99 por cada quilo do produto.


Outro item que apresenta alta nos preços é o pernil desossado e temperado. Numa grande rede de supermercados do estado, o preço da peça do pernil é de R$ 64,00. O quilo, contudo, custa R$ 26,50. A peças apresentadas pesam, em média, 2,5kg.


Um dos funcionários da empresa que cobra mais caro alega que essas são as médias reais. Para ele, os custos devem aumentar ainda mais nos próximos dias. “Esses preços são normais, e isso vai aumentar devido a grande procura, principalmente nos últimos dias. Ainda que estejam um pouco caros, nossos produtos são de qualidade”, afirma Roberto Gomes, gerente de setor.


O consumidor que prepare o bolso! Nos últimos doze meses alguns reajustes ficaram bem acima da inflação. Cerveja e refrigerante, por exemplo, subiram mais de 11%. Já o reajuste do bacalhau foi de quase 15% em apenas seis meses. O aumento foi sentido em todo o país.


Jheniffer Gonçalves, autônoma, conta que já está pesquisando, desde o início do mês, os produtos para a ceia de natal. Segundo ela, os valores só têm aumentado nos últimos dias. A representante comercial resolveu comprar todos os itens da cesta e economizar às vésperas do natal.



“Já faz vários dias que estou analisando os preços. Acho que desde os primeiros dias do mês, olha, mas só vou comprar agora porque senão vai aumentar novamente e eu gasto muito mais”, explica.


Mesmo com itens tendo relevante alta nos preços, o panetone, símbolo da ceia de natal, deve permanecer na lista dos produtos mais baratos. Com aumento bastante pequeno, girando em torno de 5%, o produto pode ser comprado sob preços que variam entre R$ 9,00 e 18,80, nas principais redes supermercadistas da capital acreana.


Para o presidente da Associação dos Supermercados do Acre, Luiz Deliberato, o aumento deve mesmo variar em torno de 5%, se comparado ao ano passado. O representante afirma que a economia nacional parada e o aumento no dólar são os grandes inimigos dos preços baixos.

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“Temos uma economia parada. O dólar está subindo e isso impulsiona o aumento nos preços, principalmente dos produtos importados, que sofrem forte impacto”, justifica o presidente.


O Departamento Estadual de Defasa do Consumidor do Acre (Procon/AC) também foi procurado. Segundo a chefe de Fiscalização do órgão, Francisca Brito, é importante fazer a análise de preços antes de comprar os produtos supermercadistas. A gestora aponta que a lei de livre concorrência não estipula margem máxima de lucro, mas cabe ao consumidor pressionar o empresário.


“A lei é omissa quando o assunto é margem de lucro, aliás, ela não estipula nenhum teto. O importante é que o consumidor, antes de tudo, avalie os preços e somente depois de pesquisar, compre”, orienta a agente.


Ainda segundo Francisca, é mais interessante que o consumidor deixe de comprar nas redes de supermercados em que já se acostumou a adquirir os produtos na hora da feira doméstica. “É bom até pressionar o empresário e boicotar as vendas de algumas lojas, assim eles terão que alterar a margem de lucro, para mais ou para menos”, orienta servidora.



Ainda de acordo com a chefe, somente em 2014, o Departamento de Fiscalização já realizou três operações in loco, ou seja, de loja em loja, para avaliar se há cobrança abusiva de preços. A Operação Boas Festas, em execução atualmente, já visitou mais de 50 estabelecimentos comerciais, apenas nas últimas semanas.


Ao finalizar a entrevista, a gestora lembra as sanções que podem ser impostas sobre os empresários que subirem os preços de produtos sem justificativa plausível. Francisca esclarece que gastos como transporte e armazenamento próprios não servem como justificativa de aumento.


“O empresário que não respeitar as regras, pode receber multa mínima de R$ 2 mil, acrescido de variação, conforme lucro da empresa nos últimos três meses, imediatamente anteriores ao da autuação do Procon. E outra, toda justificativa é aceita, mas tem que ser com transporte e armazenamento, em que foi pago tributos, porque se a logística for do empresário, não há encargos e não se pode justificar”, destaca.


O ac24horas levantou preços médios para os acreanos que querem comprar os produtos da ceia de natalina, num formato de cesta supermercadista. Numa análise prática, em que foram escolhidos produtos nacionais e mais baratos, substituindo itens tradicionais por produtos mais práticos, como o pernil e peru, pelo frango, por exemplo, e o azeite importando comum, pelo azeite português- com custo mais baixo-, os valores ficaram divididos da seguinte forma:



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Ray Melo, da editoria de política do ac24horas

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