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Custo da energia para a indústria subirá quase 90% em três anos, diz Firjan

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Da redação ac24horas

Com base em quatro cenários que incluíram a recuperação dos níveis dos reservatórios somente em 2017 e a continuidade do acionamento de termelétricas em 2015 e 2016, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) estimou que o custo da energia elétrica para a indústria brasileira poderá atingir, no final do ano que vem, R$ 459,20 por megawatt-hora (MWh), elevando-se a até R$ 493,50 por MWh ao final de 2016.


Divulgado hoje (15), o estudo Quanto custará a energia elétrica para a indústria no Brasil? levou em conta também a inserção de fontes mais baratas na matriz, conforme definido no Plano Decenal de Expansão de Energia, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE); e a bandeira tarifária vermelha durante os dois próximos anos, em função do alto despacho térmico.


Segundo o gerente de Competitividade Industrial e Investimentos da Firjan, Cristiano Prado, foram levados em consideração no estudo os pagamentos já efetuados para diminuir a exposição do setor elétrico. E “nós não estamos considerando nenhum novo empréstimo que possa eventualmente ser feito ao setor”, disse ele.


O estudo mostra que, se neste ano o custo da energia elétrica já subiu 23%, o aumento poderá ser ainda maior em 2015, atingindo 27,3%. “E, para 2016, com o que já se consegue enxergar, estão contratados mais 7,5% de aumento [do custo]. Pode vir até mais do que isso.”


Cristiano Prado disse que a elevação do custo de energia é uma preocupação para a indústria, já que esse é um “insumo essencial para a atividade e está em uma escalada de subida de preço”. Ele acrescentou que, em relação ao preço de R$ 263 por MWh, registrado em janeiro do ano passado, o custo de energia elétrica para a indústria chegará a 2016 acumulando aumento de quase 90%.


“Em três anos, a energia terá subido quase 90%. Isso, em qualquer lugar do mundo, acende uma luz vermelha para indicar que alguma coisa precisa ser feita. Pelo menos, a discussão sobre como retomar uma trajetória de crescimento mais ameno e uma diminuição mais estrutural do preço de energia no Brasil”, ressaltou Prado.


Para ele, não há intenção de desestruturar o setor elétrico nacional, que passa por dificuldades hoje. Defendeu, porém, que a discussão seja feita junto com a sociedade para encontrar um caminho que garanta, de um lado, a capacidade, investimento e crescimento do setor e, de outro lado, uma tarifa justa e compatível para toda a sociedade.


Considerando os empréstimos feitos recentemente ao setor, a Firjan propõe que toda a sociedade seja desonerada da cobrança dos impostos que incidem sobre esses empréstimos. “A partir do ano que vem, todo mundo vai ter um pedacinho da conta destinado a pagar os empréstimos feitos. Só que, sobre isso, incidem Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que são um valor alto porque os impostos no Brasil são muito altos” diz o dirigente da Firjan.


Dentro desse contexto, Prado acha que ajudaria a aliviar um pouco a subida do custo de energia no Brasil se não fossem cobrados impostos do pagamento dos empréstimos a partir do ano que vem. A isenção da indústria da cobrança de tributos sobre o aditivo tarifário trazido pelos aportes fará cair de 36,8% para 32,3% o aumento do custo de energia previsto para a atividade industrial. Dessa forma, o custo médio da energia para a indústria ficaria em R$ 447,60 o MWh em 2015, e R$ 477,30 por MWh, em 2016. “Ele [custo] continua subindo, mas sobe menos. Ainda é um valor enorme, mas, em vez de subir 27,3%, ele sobe 24,1%”. Prado sustentou que essa ação prática, de curto prazo, não afetaria o setor elétrico.


Ele admitiu que, se essa medida vier a ser adotada, funcionará como um alívio apenas. Prado defende a ampliação do debate sobre o custo da energia com a sociedade, para detectar as ações que mantenham a estrutura, o potencial de crescimento e os investimentos do setor elétrico, ao mesmo tempo em que são analisadas as mudanças que devem ser adotadas no médio e longo prazos. “É importante que a sociedade brasileira volte a discutir questões que, atualmente, são um tabu”. Entre elas, as usinas com grandes reservatórios, em contraposição às usinas a fio d’água, e a expansão das usinas nucleares, que fornecem energia limpa e mais barata.


“Temos que trazer essas questões para discussão novamente, se o Brasil quiser entrar em uma rota de competitividade. Se não fizermos isso, vamos estar nos obrigando a conviver com preços mais altos, com uma indústria que cresce menos e que cada vez vai ver seu espaço no mundo diminuir por falta de competitividade”, disse Cristiano do Prado.


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