Quase todos se mostraram muito abismados com asdeclarações do deputado federal Jair Bolsonaro, no episódio deprimente entre ele e a deputada federal Maria do Rosário, por conta da comemoração pelo Dia Internacional dos Direitos Humanos. São 64 anos da Declaração Universal, enfim, uma data que não poderia e nem pode passar em branco, nestes dias e nos que virão.
Atrocidades não têm medida, são atrocidades. Seja em palavras ou em ações. As palavras, já disse nosso Senhor Jesus Cristo, são a expressão do que está guardado no interior do coração. Em havendo ocasião, transborda e nos alcança, sejam elas boas ou más.
Em tempos de tanta hipocrisia, onde se desenham arremedos de passeatas por família, decência, e etecetera, os homens honrados da sociedade, logo ali na esquina, transgridem e humilham guardas municipais no cumprimento da função e do dever. Isto porque nós, por aqui, não temos placas ou orientações de onde não se deva entrar ou não ir, de quem devemos ou não nos aproximar,mas sabe-se muito bem quando não fazê-lo e o pior, as consequências.
Nossa hipocrisia é o que há de mais refinado e o que nos torna, já disse aqui, tão cruéis. Tão solares somos nós e por isso mesmo nossa crueldade é algo que nos dá uma dimensão de maldade e perversidade inigualáveis.
É como a mulher e a sogra de Manuel Pescada do romance de Aluísio Azevedo, “O Mulato”, tão religiosas e extremadas na reza e na devoção , com tanto fervor no amor às coisas do céu e na mesma intensidade, tão desumanas no prazer de supliciar ao extremo os escravos e desprezar com asco os mestiços.
Marcas de um período que se amalgamaram à alma do brasileiro, que ainda precisa se encontrar consigo mesmo. Se reconhecer e abandonar a cada vez mais danosa branquitude, ou seja, supremacia branca está presente,aquela postura em que o sentimento de superioridade pautada pela raça e mais do que isso toda a forma de sociabilidade está orientada por ela, ainda que se negue ou até mesmo nem se perceba.
É a total falta de pudor e de bom senso no que se refere à auto-beneficiamento. Para os cidadãos pobres, miseráveis, que lutem e tratem de vencer, porque com esforço e boa vontade tudo se consegue. Nenhum problema em obter benesses do Estado, pois os que as tem, as tem por merecimento, de nascimento e de conquista.
Aos que supomos inferior (no caso eles), pesamos a tinta e a mão, quando podemos mais, a caneta e a tinta forte da lei e do julgamento. Nenhum problema em uma bolsa de R$ 7.000,00, por filho, para custos de educação, para juízes. Onde está o escândalo, o problema?
O problema está na transferência de renda para quem nunca vai sentir nem o cheiro da escola de sete mil reais do filho do juiz, que certamente será juiz ou médico, formado pela USP.
Declarações de Bolsonaro não só encontram eco em muitas casas de respeito, ela encontra acolhida no coração e na mente de muita gente boa e caridosa, ela se multiplica e produz um ódio aos pobres cada vez maior. O problema não é o deputado, o problema são os 464 mil que o elegeram, pois eles, se feito aquele velho cálculo da multiplicação por 4 e contando que estas não vivem em uma ilha e são capazes de multiplicar o que pensam, temos um triste cenário.
Uma verdadeira tragédia quando os números nos mostram sobre quem recaem as fagulhas destes pensamentos e discursos inflamados e perigosos. Que vão além do funesto discurso.
“A nossa luta é todo dia. Favela é cidade. Não aos Autos de Resistência, à GENTRIFICAÇÃO e ao RACISMO, ao RACISMO INSTITUCIONAL, ao VOTO OBRIGATÓRIO e à REMOÇÃO!”
*Membro da Rede de Instituições do Borel, Coordenadora do Grupo Arteiras e Consultora na ONG ASPLANDE.(Twitter/@ MncaSFrancisco)
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