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Estudo mostra importância de ramais para Agricultura Familiar

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Cultura do arroz e feião desapareceu no Projeto Humaitá, em Porto Acre. Condições de acesso desfavoráveis em ramais é o maior gargalo enfrentado pelos produtores.


O prefeito do município de Porto Acre, Carlinhos Portela, concluiu sua tese de Pós-Graduação em desenvolvimento regional, analisando políticas públicas e a agricultura familiar, no projeto de assentamento Humaitá. O estudo mostra decadência na Agricultura Familiar da região e o crescimento nascedouro da criação de alevinos. As condições de acesso desfavoráveis em ramais é o maior gargalo enfrentado pelos produtores.


Segundo o estudo, a condição básica para o crescimento globalizado – o encontro do consumidor com o produtor (vendedor) vem sendo em muito prejudicada na região amazônica, por causa da precarização das vias de transportes, como estradas, rodagens e ramais.

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“As atividades econômicas do setor primário sofrem prejuízos, visto que as produções em boa parte das safras não conseguem chegar até os mercados” analisa Portela.


A queda entre os anos de 2006 e 2009 na produção de grãos nos projetos de assentamentos do município de Porto Acre chegou a 50%, na mesma narrativa, os produtores dessa região, cobraram melhores condições de escoamento da produção. Após três décadas de implantação do Projeto Humaitá, percebe-se que a produção de grãos, hortifrutigranjeiros e mesmo o extrativismo, diminuiu, ao passo que cresceu consideravelmente a pecuária. A análise histórica observada é do sistema de Produção Familiar Rural do Estado entre 1995 e 2013.


“O desenvolvimento econômico regional de uma região dependerá em muito da sintonia entre todos os fatores que envolvem e tecem a região como um sistema interativo, dinâmico e complexo que determina as peculiaridades de cada região”, acrescenta Portela.


Para o graduando, O Projeto Humaitá é uma região importante para o desenvolvimento da economia do próprio Estado do Acre, visto que mesmo com o passar dos tempos, a área continua sendo estratégica, possuiu acesso fluvial e terrestre, tornando a área atrativa para determinadas atividades econômicas.


“Os produtores rurais comemoram a chegada do período de seca quando se abre a possibilidade de uma recuperação das vias de acesso ao menos pelo período mínimo de seis meses ou enquanto perdurar a seca”, segue narrando.


RAMAL


O estudo ainda fala da importância da acessibilidade para o desenvolvimento econômico e social de uma região, afirma ser fundamental, principalmente, quando a principal atividade econômica é a agricultura familiar.


Dos 4.995 km de ramais em todo o Estado (dados da SEPLAND-2005), apenas 1.027 km encontram-se pavimentados. Desse total, somente no município de Porto Acre, existem 1.300 quilômetros de ramais.


“De uma forma geral, a agricultura familiar praticada no Humaitá pode ser vista como um recorte da situação atual da maioria dos assentamentos rurais em uma Amazônia que foi ocupada para atender aos interesses do grande capital internacional, sendo também fruto de um reforma agrária que até os dias atuais sequer consegue cumprir o que preceitua a própria legislação vigente no país”, conclui Portela.


 


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