Em mais um dia de turbulência no mercado financeiro, a moeda norte-americana fechou praticamente estável, mas voltou a bater recorde. O dólar comercial encerrou a semana vendido a R$ 2,651 com alta de 0,14%. O valor é o mais alto desde 4 de abril de 2005, quando a cotação tinha fechado em R$ 2,659.
A sexta-feira foi marcada pela volatilidade no mercado financeiro. Durante a manhã, a cotação chegou a cair, mas disparou depois das 12h. Na máxima do dia, por volta das 14h, a moeda chegou a atingir R$ 2,675, mas a alta desacelerou nas horas seguintes. O dólar acumula alta de 3,1% em dezembro e de 12,46% no ano.
Desde a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, o dólar tem registrado grande volatilidade. A cotação não caiu mesmo após a confirmação da nova equipe econômica, com Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Ministério do Planejamento e Alexandre Tombini no Banco Central.
A instabilidade é agravada pelo cenário externo, principalmente depois que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, encerrou o programa de injeção de dólares na economia mundial motivado pela recuperação do emprego nos Estados Unidos. Além disso, o preço internacional do petróleo, que está no menor nível em cinco anos, cria temores em relação à desaceleração global da economia.
O dólar não tem caído apesar de o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) ter aumentado a taxa Selic (juros básicos da economia) para 11,75% ao ano. Em tese, os juros domésticos mais altos ajudam a derrubar o dólar porque ampliam a diferença das taxas brasileiras em relação às dos Estados Unidos, tornando o Brasil mais atrativo para os aplicadores internacionais.