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Queda na bolsa reflete falta de credibilidade e incertezas no cenário

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Jairo Carioca

O segmento Bovespa movimentou, em novembro, R$ 130,20 bilhões, ante R$ 250,16 bilhões registrados em outubro. Em novembro do ano passado, mesmo sem a questão das incertezas com o cenário político, o resultado não foi muito diferente: houve uma movimentação de R$ 132,60 bilhões. Uma única empresa, a Apple chegou a atingir um valor de mercado de US$ 700 bi no dia 25 de novembro.


Para analistas, o cenário político brasileiro e as “incertezas” que seriam provocadas por indefinições no governo ajudam a explicar essa queda, mas o cenário externo e a quebra da credibilidade da bolsa brasileira, com casos como o das empresas de Eike Batista, que está sendo julgado por crime contra o mercado financeiro, atrapalham ainda mais.


No final do ano passado, inclusive, a Bovespa já tinha sido apontada como “o patinho feio” das bolsas de valores do mundo pelo analista Jason Vieira, diretor-geral do Portal MoneYou. Para Vieira, que apontou o principal índice como o “pesadelo dos investidores no Brasil e no exterior”, entre os motivos para o mau desempenho estariam o tombo das ações do grupo de Eike Batista e o desempenho do PIB. Naquele ano, de acordo com o ranking, a Bovespa teve o pior desempenho entre bolsas de 48 países, e acumulou queda de 15,82%, enquanto no ano anterior havia crescido 7,4%.


O analista da Socopa, Nicolas Takeo, destaca um momento de cautela de investidores do mundo inteiro, que estariam aguardando anúncios com a nova equipe da presidência do país. Ele ressalta ainda questões internacionais, relacionadas à economia europeia e norte-americana, que contribuem para esse “sentimento de cautela”. “O mercado precisa aguardar para que tenha um cenário mais claro”, explica.


Aurélio Valporto, economista da Associação Nacional de Proteção aos Acionistas Minoritários, acredita que a perda de volume da Bovespa se deve à perda de credibilidade do Brasil como ambiente de negócio. Ele cita o caso das empresas do Grupo X de Eike Batista, que “mostrou ao mundo que o Brasil não é ambiente sério para negócios”. Ele lembra ainda que o Ministério Público Federal iniciou investigação contra o presidente da bolsa Edemir Pinto, por suposta participação em insider trading no caso Eike Batista.


“A Bolsa tem comportamento suspeito”, acredita. Mesmo após o caso de Eike, a Bovespa negou o pedido dos acionistas minoritários da OGX para que a empresa saísse da lista do Novo Mercado. A questão, de acordo com ele, é que se buscou “manter a OGX no Novo Mercado só para proteger o Eike”, como se a empresa atendesse às exigências de governança corporativa. “Nem as taxas de juros elevadas do Brasil estão sendo suficientes para atrair capital. Nem elas serviram para compensar”, completa.


 


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Jairo Carioca

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