A advogada de Iran Lima, prefeito de Boca do Acre, município localizado a 950 Kms de Manaus, entrou com pedido de liberdade provisória após a prisão dele, efetuada nesta segunda-feira (4), alegando não haver necessidade de sua manutenção. Iran foi preso sob suspeita de que estaria pagando sua empregada doméstica com verba pública.
“Na verdade, a polícia estava na casa do prefeito por conta de uma mandado de busca e apreensão de documentos que estariam lá e, uma vez na casa, eles encontraram uma senhora que disse ser funcionária pública municipal e, por isso, o prenderam”, disse Carla Luz Abreu, que defende Iran.
Segundo Carla, a senhora tem uma relação de amizade com o prefeito por já ter trabalhado pra ele como babá, razão pela qual ela estava na casa quando a polícia chegou. “Ela tem 70 anos, de fato é uma funcionária pública concursada, trabalha como merendeira em uma escola municipal perto da casa do prefeito. Ela cuidou do filho dele até 2001, três anos antes de passar no concurso”, explicou a advogada.
Perguntada sobre o pagamento da senhora, ela disse que o trabalho é não remunerado, sendo baseado na amizade entre as partes. “Ela faz café e, eventualmente, dorme lá quando o prefeito está fora. Ela cumpre o horário dela na escola e depois vai até a casa do prefeito. Ela chegou a falar isso aos policiais, mencionando que não faltou um dia sequer no trabalho esse ano. A polícia, inclusive, obteve acesso aos cartões de ponto da escola, o que deve comprovar isso”, relatou Carla.
Ela concluiu dizendo que deu entrada no pedido de liberdade provisória na quarta-feira (3), um dia depois da prisão de Iran e que, agora, aguarda a decisão do desembargador Mário César Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que deve julgá-lo.
Entenda o caso
Iran Lima foi detido em flagrante na tarde da terça-feira (2) após denúncia do Ministério Público do Amazonas (MP/AM) de prática de peculato. Segundo o promotor Armando Gurgel, ele estava pagando sua empregada doméstica com dinheiro da prefeitura.
Além da prisão por peculato, a Polícia Federal deflagrou, no município, uma operação para investigar a doação de cestas básicas em troca de votos durante as eleições. A casa do prefeito de Boca do Acre, bem como a prefeitura e secretarias da cidade, foram vasculhadas pela Polícia Federal (PF).
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