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Moisés Diniz escreve: Não há saídas pelas extremidades

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O Congresso do Brasil está cada dia mais conservador, porque quem tem condições de ajudar a eleger congressistas populares, age como se não tivesse sido eleito pelas forças populares.


A esquerda no poder no Brasil, há bastante tempo, não faz nenhuma política para fortalecer os partidos populares, as organizações sociais, especialmente aquelas que sempre defenderam, inclusive com a vida de seus membros, os direitos fundamentais do povo.


No poder, a esquerda não fez nenhuma política que dotasse de instrumentos de comunicação de massas aquelas instituições que poderiam enfrentar a poderosa mídia conservadora que, agora, golpeia até a respiração de quem quer avançar.

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A reforma agrária da esquerda não tem o direito de constar nos livros de história. A reforma urbana? Olhem aonde foram erguidas as casas do povo dos programas sociais nas grandes cidades. O povo está cada dia mais distante, geograficamente, dos centros de acesso aos equipamentos sociais e públicos. Há uma exceção no Acre, com o Cidade do Povo, que merece ser estudada pelos urbanistas do Brasil.


A esquerda teve tempo e não fez a sua lição básica: se consolidar, estruturar uma logística de combate sólida, especialmente na área de comunicação de massas, melhorar o coração dos aliados, florescer na simpatia popular.


Esquerda que elege a presidente numa disputa apertada, com congresso conservador mais ainda e metade da sociedade e a mídia toda em pé de guerra, precisa construir caminhos pelo meio. As extremidades agora são letais.


É preciso, primeiro, barrar a sandice reacionária atual, com muito trabalho e firme debate nas redes sociais e toda mídia que se dispuser. Não é hora de radicalização. É tempo de retomar o controle da situação. Gente do tipo Bolsonaro deve voltar para a periferia da política, aonde sempre estiveram.


Por isso, as medidas econômicas que se anunciam, com as pré-indicadas nomeações da área econômica e do desenvolvimento, recolocarão a presidente Dilma no controle da situação, estabilizando a economia, retomando o crescimento econômico, domando a inflação e atraindo setores que haviam sido expulsos durante a campanha.


Até a nomeação da Kátia Abreu, para a agricultura, é um movimento correto, até para inibir gente como Ronaldo Caiado, que ficarão sem voz e sem público e deixar a Veja sem tinta para chamar a Dilma de bolivariana.


Quando acalmar os ânimos e a esquerda retomar o controle da situação, cuide de fazer o dever de casa, que já está atrasado, ou, então, peça ao padre para mudar o nome do menino, porque esquerda não será mais.


*Moisés Diniz é membro da Academia Acreana de Letras e autor do livro O Santo de Deus.


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