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Redes sociais mudaram os perfis dos eleitores brasileiros

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Da redação ac24horas

Nunca se viu na história democrática brasileira uma eleição tão polarizada. O próprio resultado final comprova a tese. Praticamente todo mundo tomou partido e escolheu lado. E a coisa descambou para uma agressividade como nunca tinha se visto. Ao mesmo tempo esse interesse por política era comum anteriormente para pequenos extratos da população. Mas em 2014, como diz o próprio nome da coluna, política se tornou assunto popular. E não só no Acre, mas em todo o país. Qual seria a razão dessa politização inesperada dos eleitores brasileiros? Na minha avaliação a popularização das redes sociais, sobretudo, do Facebook, tornou transparente o que as pessoas pensam sobre tudo e todos. O que ficava escondido veio à tona. Os internautas declaram voto e combateram os que pensavam diferente. Uma enxurrada de agressões entre os candidatos e militantes transformou a eleição de 2014 numa guerra em que a trincheira foi justamente as redes sociais. Agora, o pior é que mesmo depois de terminado o pleito as mágoas ficaram. Amigos se desentenderam entre si por conta de posicionamentos políticos. Desconfianças e caças às bruxas por questões ideológicas continuam a assombrar a vida das pessoas numa insanidade coletiva que se não parar poderá ter consequências desastrosas para o desenvolvimento social do país.


A volta do reacionarismo
No tempo da Ditadura no Brasil os militantes de esquerda costumavam tachar os colaboracionistas de reacionários. Isso voltou. Um simples post que fiz no Face chamando a atenção para os perigos do “golpismo” contra o resultado eleitoral despertou a fúria de alguns internautas dos dois lados da disputa.


Esquecimento precoce
Como o Brasil é um país que tem uma população predominantemente jovem os “Anos de Chumbo” da ditadura foram esquecidos. Virou apenas uma lenda nos livros de história contemporânea brasileira. Mas quem viveu na pele aquele período sabe do perigo que representa para a liberdade e o bem estar da Nação.


A ignorância assombra
Assim algumas pessoas têm se manifestado a favor de movimentos de impeachment da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) e, até mesmo, para volta dos militares ao poder. Uma insanidade gerada pela falta de conhecimento da realidade cruel que significa a cassação dos direitos democráticos de um país.


Esquerda reacionária
Mesmo alguns militantes de uma esquerda mais radical assumem esse tipo de postura ao revés. Querem algo como o stalinismo ou a cubanização do Brasil para manterem privilégios conquistados nos últimos 12 anos sem precisarem passar mais pela prova das urnas. Uma insanidade.


Perigo
Claro que não estou generalizando. Mas existem realmente alguns setores até mesmo dos partidos ditos progressistas que desejam a stalinização. Enquanto setores de direita querem a volta da ditadura militar. Um perigo eminente depois de um resultado eleitoral que mostra o Brasil e o Acre divididos.


Muita calma nessa hora
Chegou o momento das lideranças políticas conversarem com seus militantes. Abrirem as portas do diálogo com a oposição para viabilizar as gestões do Brasil e do Acre. Se esse clima de acirramento permanecer as consequências poderão ser desastrosas.


No olho do furacão
Como analista político fiz críticas durante o processo eleitoral a todos os lados. Também procurei ressaltar aspectos positivos das coligações na disputa. Em outros momentos simplesmente narrei o que estava acontecendo nos bastidores da campanha. Mesmo assim fui tachado por alguns oposicionistas de petistas e, outras vezes, por petistas e comunistas de oposicionista. Não me importo nem com um lado e nem outro porque o meu objetivo não era e não é trabalhar em governos, seja de um lado ou outro. Não vivo de cargo comissionado e não viveria se tivesse mudado o governo. Pretendo continuar o meu trabalho de informar e oferecer uma reflexão aos leitores a partir da minha experiência de quase 40 anos como jornalista. Não sou o dono da verdade. E nessa eleição definitivamente entendi que é impossível agradar a todo mundo. Só não vou seguir aquela linha que alguns jornalistas acreanos apregoam de que na imprensa a gente precisa ter um lado. Mas, para encerrar, vi um lado muito positivo em toda essa tensão e pressão que vivi. Aprendi muito sobre a evolução de uma sociedade e pude contemplar as mudanças que aconteceram no país. Algumas boas e outras ruins. Mas como diria um dos meus mestres do jornalismo, João Saldanha, vida que segue…


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