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Clima tenso marca último debate entre candidatos a governo do Amazonas

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O último debate entre os candidatos a governo do Amazonas, Eduardo Braga e José Melo, antes das eleições ocorreu nesta quinta-feira (23) e contou com acusações e declarações polêmicas sobre corrupção e acusações pessoais para tentar influenciar os eleitores a mudar de lado. Várias perguntas ficaram sem respostas e foram rebatidas com mais acusações, deixando o eleitor cheio de dúvidas para o segundo turno, que ocorre neste domingo (26).


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O debate, mediado pelo apresentador Carlos Tramontina, teve três blocos: um com perguntas de tema livre, outro com perguntas de tema sorteado, e um última com considerações. Cada candidato teve 30 segundos para formular perguntas, um minuto e meio para responder, um minuto para replicar e um minuto para treplicar. As considerações finais estavam limitadas a dois minutos e meio cada.


 


O senador Eduardo Braga, que foi governador de 2003-2010, deu destaque aos projetos que ele criou em sua gestão, enquanto o atual candidato a reeleição, José Melo, também aproveitou para fazer propaganda do que ele já fez.


Segurança pública


No início, Eduardo Braga resolveu tocar na ferida da atual administração quando tratou do tema segurança pública, perguntando sobre o por que das fugas recordes nos presídios do Amazonas. Melo não respondeu a pergunta de início e disse que a segurança do Amazonas é bem tratada, que problema é fruto da superlotação dos presídios e da eficiência da polícia que tem prendido muitos criminosos. “Não temos como evitar que aqui e acolá aconteça uma fuga por conta da superlotação”, disse Melo.


Braga replicou citando a grande fuga do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e as decapitações ocorridas em presídios nos últimos meses e perguntou a Melo o que estava acontecendo, a que ele respondeu “o que está acontecendo são suas armações.[…] Para ganhar uma eleição a qualquer custo, você está enxovalhando o povo que lhe deu abrigo”.


Na sua vez de fazer a pergunta sobre o tema, Melo questionou a Braga sobre o que achava de um homem que agride uma mulher. Braga desconversou de início falando do problema da insegurança no estado e do suposto acordo entre governo e facções criminosas, que Melo estaria hesitante em comentar, e depois rebateu: “Violência contra a mulher é totalmente reprovável. Sou casado há 33 anos, respeito a minha mulher as minhas filhas”.


Melo disse, então, não ser leviano, e comentou a prisão de suspeitos de roubo que estariam utilizando um veículo da coligação de Braga para cometer os delitos.


Saúde


Quando acusado por Braga de ter gente esperando nas filas dos hospitais, Melo devolveu dizendo que é porque Eduardo deixou o governo devendo a saúde pública, com 300 mil pessoas aguardando cirurgias na fila de espera.

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Como nos outros debates, Braga acusou o atual governador de não construir unidades de saúde especializadas e deixar faltar remédios na Fundação Cecon, citando uma decisão em que a Justiça Federal obrigou a Susam a repassar recursos para a compra de medicamentos na unidade. “Quem vê o José Melo pensa que ele não é governador do estado. Meu amigo, você que usa a rede pública de saúde, não tem medicamento. Falta gestão, investimento, como nós fazíamos. Eles não construíram policlínicas, Caic, Caimes. Eu vou levar saúde especializada para o interior”.


Melo aproveitou para falar que nesta quinta-feira (23) assinou um decreto desapropriando o terreno da antiga Santa Casa de Misericórdia para a construção de um hospital especializado no tratamento de câncer infantil, prometeu ainda construir mais dois andares na FCecon, e atirou: “Falta de remédio é coisa da cabeça do [candidato] Braga”.


Corrupção


Melo perguntou a Braga sobre o que achava de funcionário público envolvido em corrupção, a que ele disse que quando ele foi governador adotou várias medidas para tornar eficiente o funcionalismo público, como a criação do código de ética do servidor estadual, da Controladoria Geral do Estado e do Portal da Transparência.


Melo, então, rebateu: “Tudo isso não foi suficiente para evitasse que a Polícia Federal visitasse sua administração. Tudo isso não foi suficiente para que você sofresse dez processos. Seu governo teve sim problemas muito sérios. Você comprou viaturas em empresas que você era sócio, hoje o Ministério Público Eleitoral (MPE) e Tribunal de Contas da União (TCU) está condenado seu governo a devolver os recursos”.


Braga treplicou dizendo que Melo responde a processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por desvio de verba de merenda escolar e atirou: “Cadê o dinheiro, Zé Merenda?”. Melo solicitou direito de resposta por isso, mas teve o pedido negado.


ZFM e educação


Braga perguntou sobre a Zona Franca de Manaus e disse que ele foi responsável pela prorrogação do modelo como líder de governo. Ele aproveitou para enaltecer o governo Dilma e atacar líderes do PSDB, que apóiam Melo nesse segundo turno das eleições para governador do Estado.


Melo rebateu dizendo que o esforço para que isso ocorresse foi de todos e que: “dizer que vai lutar pela Zona Franca é conversa fiada. Ela está plenamente consolidada, com previsão constitucional”.


Braga ainda perguntou sobre o ranking do Índice de Desenvolvimento de Ensino Básico (Ideb) do Ensino Médio, em que o Amazonas caiu de 11º para 17º lugar durante a gestão de Melo, que respondeu que a queda era porque Braga “não tinha feito o dever de casa”, deixando de implementar medidas importantes para o setor, como o Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos professores. Braga, então, lembrou que Melo foi secretário de educação tanto do Estado quanto de Manaus, e o acusou de promover servidores dentro da pasta de educação em troca de apoio político, o que teria prejudicado o ensino. Melo, então, acusou: “Acho que Braga está vivendo um sonho”.


Considerações finais


Nas considerações finais, Melo desafiou Braga: “Se eu tiver processo [no TCU] e tiver devendo, eu renuncio à minha candidatura, mas se não tiver, ele renuncia à dele”.


Braga corrigiu-o, dizendo que não o acusou de ter processo no TCU, e sim no STJ, e aproveitou para atacar novamente os aliados PSDBistas de Melo, dizendo que eles prejudicarão a Zona Franca.


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