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Binho Marques: “Tenho mais diferenças com o Márcio do que com o Tião”

O telespectador que acompanha os programas eleitorais na TV poderá ficar surpreso com a presença, nos próximos dias, do ex-governador Binho Marques (PT) pedindo votos para Tião Viana (PT). Apesar de serem do mesmo partido, Binho, que atualmente é secretario executivo do Ministério da Educação, manteve-se quatro anos silencioso em relação ao seu sucessor. No primeiro turno, só pediu votos para o seu candidato a deputado estadual Nilton Cosson (PT), que foi seu secretário. No resto a sua presença passou desapercebida. Em março deste ano, Binho concedeu uma entrevista exclusiva a está coluna no AC24horas e falou das diferenças da sua visão de gestão com a do atual governador. Mas o ex-governador resolveu quebrar o seu silêncio nas eleições para apoiar publicamente Tião Viana. Conversei com ele por telefone e indaguei por que resolveu entrar na campanha. Veja a resposta:


“Nossas características, minha e do Tião, são muito diferentes, especialmente do ponto de vista dos modelos de gestão. Tenho, no entanto, muito mais diferenças com o Márcio Bittar (PSDB) e as pessoas que o cercam. Eu não posso e não devo lavar as mãos quando o assunto é o futuro do Acre. Minha decisão não pode levar em consideração aspectos pessoais, mas o que é melhor para os acreanos e, especialmente, os acreanos mais vulneráveis. Aqueles onde as políticas públicas podem fazer toda a diferença, como por exemplo, a prioridade para a educação,” explicou Binho Marques.


Adversário do passado
Na eleição de 2006, Binho Marques disputou o Governo do Acre justamente contra Márcio Bittar. Na ocasião, as pesquisas iniciais mostravam uma vantagem considerável ao tucano. Mas no transcorrer da campanha as coisas se inverteram e Binho acabou sendo eleito.


Repondo a verdade
A coluna publicou que o candidato Bittar teria saído no sábado, 18, do aeroporto de Rio Branco para Cruzeiro do Sul. Na verdade, Bittar saiu do aeroporto de Manoel Urbano. Com a visita de Lula (PT) o aeroporto abriu uma janela e ficou aberto durante três dias (quinta, sexta e sábado), mas Bittar preferiu não usá-la.


Disparada de Aécio no Acre
Se os números das três mais recentes pesquisas publicadas no Estado são confusos para a disputa ao Governo, o mesmo não acontece na corrida presidencial. Aécio Neves (PSDB) leva grande vantagem sobre Dilma Rousseff (PT) nas intenções de votos dos acreanos.


Histórico fatal
Mesmo com 16 anos de governos do PT tradicionalmente parte da população tem votado nos tucanos para presidente nas mais recentes eleições. Em 2006, Alckmin(PSDB) ganhou de Lula (PT), no primeiro turno. E no pleito passado, de 2010, Serra (PSDB) venceu Dilma (PT) com 70% dos votos dos acreanos.


Razões insondáveis
Se Lula que talvez tenha sido historicamente o presidente brasileiro que mais ajudou o Acre, perdeu em 2006, no primeiro turno e, venceu, com pequena margem no segundo Alckmin, imagine Dilma que andou ausente.


Passagem meteórica
Dilma só esteve no Acre no momento da tragédia do isolamento do Estado com a subida do Rio Madeira. Ainda assim foram poucas horas em Rio Branco. Por mais que o prefeito Marcus Alexandre (PT) e o atual governador exaltem as ajudas do Governo Federal parece que os eleitores não captaram a mensagem.


A hora da verdade
Numa eleição extremamente disputada no segundo turno os eleitores acreanos terão mais duas oportunidades para decidirem seus votos ao Governo. A TV Gazeta faz o debate entre Tião e Márcio, na próxima quarta, 22 e, a TV Acre na quinta, 23.


Detalhes tão “pequenos”
O desempenho dos dois candidatos nos debates poderá ter influência no resultado eleitoral. Mesmo porque os programas acontecem num intervalo de menos de 24 horas e muito próximos ao pleito. Qualquer vacilo de um dos dois poderá ser fatal nas urnas.


O fator zona rural
Os institutos de pesquisa não fazem sondagens na zona rural do Acre. Mas lá estão 30% dos nossos eleitores. Portanto, numa disputa acirrada o lado que os trabalhadores rurais penderem poderá ser o vitorioso.


Os dois lados da moeda
Evidentemente que o atual Governo tem muitos serviços prestados aos produtores rurais. Mas, por outro lado, o prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB) que apoia Bittar, também tem liderança na zona rural do Juruá. Saber quem terá vantagem só as urnas dirão.


Eternos amigos do poder
O Acre tem pessoas que vivem “escorados” nos governos. Para esses não importa quem está no comando. Não há ideologia, só interesses próprios. Para onde a balança pender lá estarão eles. Alguns desses “interesseiros” já estão com os pés nas duas canoas que avançam na disputa ao Governo. Aquela que ficar pra trás o cidadão tira o pé.


Efeitos colaterais da campanha
Durante uma campanha política é muito difícil um candidato conseguir agradar a todos. Tenho visto alguns “personagens” típicos da oposição acreana declararem votos contra Bittar nas rede sociais. Reflexos de desentendimentos do passado.


A disputa dos adesivos
Se for pelo número de carros adesivados realmente Bittar está bem na Capital. O coordenador da campanha da oposição me disse que os apoios espontâneos estão chegando tão rápidos que foi preciso mandar produzir mais adesivos às pressas.


Concentrado na Capital
Uma fonte me informou que nos próximos dias Tião Viana vai concentrar a sua campanha na Capital. Outros apoiadores estarão no interior. Mas o candidato permanecerá em Rio Branco pedindo votos e fazendo reuniões até o dia da votação.


Prioridade
A mesma fonte me revelou também que a legislação permite a quem ocupa um cargo eletivo, governador e prefeito, se afastarem durante a campanha. Assim, nessa semana final, Tião Viana e Marcus Alexandre vão priorizar a campanha.


Numa eleição disputada quem ataca mais perde
As lições são para todos verem e aprenderem. Na disputa para o Senado a “pancadaria” no horário eleitoral e nas redes sociais contra o senador eleito Gladson Cameli (PP) surtiram efeito contrário ao desejado. Agora, no segundo turno, diante das contradições dos números das pesquisa, a sensação é que a eleição está realmente polarizada. Como me disse um amigo ligado a FPA “quem errar menos vai ganhar”. E nesse errar menos considero que nos últimos programas eleitorais de Tião Viana e Márcio Bittar quem “bater” mais no adversário corre o risco de perder a eleição. Uma outra fonte ligada ao PSDB me garantiu que estão chegando muitas denúncias contra o atual Governo. Mas que a direção da campanha decidiu “ignorar” e concentrar-se em propostas. Mas fica a dica, qualquer um dos lados em que bater o desespero e a tentação pelos ataques fáceis corre o risco de fazer a desesperada viagem à Manacapuru.


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