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Criação de CPI virou caso de Polícia em Acrelândia

Por
Jairo Carioca

A Policia Civil investiga desde a última quinta-feira (19), quem jogou correntes na rede de alta tensão provocando queda no sistema de transmissão na noite da última segunda-feira, dia 13, na cidade de Acrelândia, município localizado cerca de 100 km da capital. O que isso tem a ver com a Câmara Municipal? A falta de energia ocasionada com as correntes jogadas na rede de alta tensão suspendeu a votação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os desmandos administrativos do prefeito Jonas Dales e a primeira dama do município, Renata Martins.


O defeito, segundo representação da Eletrobras no município, foi detectado somente às 23h50, praticamente quatro horas após o apagão, na rede da AC 475. “Foi encontrado correntes sobre a rede o que caracteriza a ação de vândalos”, diz o boletim de ocorrência.



Os vereadores do bloco de oposição suspeitam de que a ação tenha sido comandada pelo prefeito Jonas Dales que vem a todo custo barrando a criação de uma CPI em sua gestão. Jonas e a esposa, Renata Martins, primeira dama e secretária de ação social, respondem três processos por improbidade administrativa. O casal teve os bens bloqueados pela Justiça.


TRAMA CRIMINOSA – A acusação mais forte contra o casal foi investigada pelo promotor do Ministério Público Estadual, Teotônio Rodrigues Soares Júnior. Dales e Renata são acusados de uma “trama criminosa” que lesou o erário público em R$ 112 mil através de um procedimento de dispensa de licitação que segundo o MPE foi fraudulento, mentiroso e “faz de conta”.


Além de pedir a indisponibilidade dos bens do casal – procedimento aceito pela Justiça – o Ministério Público quer a perda da função pública do prefeito e da primeira dama. Usando de sua influência política e com apoio da maioria dos vereadores de sua base de sustentação, Jonas vem conseguindo adiar a investigação.


INFLUÊNCIA POLÍTICA – Aliado do atual governador Sebastião Viana, Jonas se sustenta no poder sem nenhuma fiscalização por parte da Câmara de Vereadores, com forte adesão de vereadores do PROS – seu partido – e do PT, partido do Palácio Rio Branco.


Na Câmara Municipal a conspiração para manter Jonas livre de investigação é comandada pelo presidente do Poder Legislativo, o vereador Claudemir Albuquerque (PROS). Além de Claudemir, a vereadora Rosinha (ex-PMN) e Josué (ex-PP) fortalecem a base do executivo. A ordem é empurrar com a barriga o processo para não influenciar na votação do próximo domingo que decidirá a eleição do governo do estado.


Do Palácio Rio Branco, Jonas vem conseguindo blindagem com apoio dos vereadores Professor Hamilton e Nericil, ambos do PT, partido dos irmãos Viana.


O vereador Dão (Solidariedade) também tem votado junto com a bancada de sustentação do prefeito Jonas.


NOVA TENTATIVA – O clima promete esquentar amanhã (20) quando o pedido de CPI deverá ser colocado em votação novamente. Protocolado pelo vereador Ariston (DEM), o documento tem como base os processos por improbidade administrativa investigados pelo Ministério Público, e o pedido feito pelo Conselho Municipal de Educação, este último, pede apuração nos recursos do Fundeb com base em uma auditoria que aponta para o desvio de finalidade com a verba destinada ao fortalecimento da educação.


ENROLADO ATÉ O PESCOÇO – Essa semana, além de vigiar os vereadores de sua base de sustentação com reuniões que se prolongaram até a madrugada, Jonas Dales ainda passou toda a sexta-feira (17) em oitiva realizada pela Comarca de Acrelândia, por conta de sua suposta participação crime por tortura e cárcere privado, praticado no final do ano de 2011. O caso envolve o menor M. S. B acusado de participar de furto à Drogaria Brasil e uma Loja de Confecções, de propriedade do prefeito.


O processo corre em segredo de Justiça, mas segundo informações da época, pesa contra Jonas a acusação de tortura durante a tentativa de elucidação dos fatos. O depoimento que tenta incriminar o prefeito é o de Marcia Assaline de Lima, esposa do menor M. S. B. Ela conta que à época, o prefeito era empresário e parou a caminhonete em frente a sua casa, levou o seu marido para um local no ramal Bengala onde o mesmo teria sido espancado.


O OUTRO LADO:


Procurado pela reportagem, Jonas Dales não atendeu ao seu telefone celular desde a última sexta-feira (17). A esposa e primeira dama, Renata Martins, não foi encontrada em seu gabinete, na sede da Ação Social.


 


 


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Jairo Carioca

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