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A Maldição dos Líderes

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Quando assumiu a liderança do governo Sebastião Viana no começo do ano passado o deputado Astério Moreira, do PEN, não sabia que ao mesmo era afetado pela maldição daqueles que defendem o indefensável, assumem responsabilidades que não são suas e para completar esquecem suas bases confiando numa recompensa futura do governo blindado por eles.


Alimentado por um ego que resulta da aproximação bem maior que seus pares com o chefe do Executivo e os encantos naturais do poder, um líder de governo se vê geralmente superior em capacidade de articulação política em relação aos demais parlamentares, naturalmente em função de sua atribuição. Porém, ao mesmo tempo, parece incapaz de enxergar o desgaste à sua volta.

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Astério não conseguiu se eleger com uma superestrutura governamental e evangélica, já que ele era líder de célula. Ele obteve 2.064 votos.


A história mostra que a maldição que acompanha os líderes de governo é antiga.


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Entre 1992 e 1998, o gaúcho Luiz Garcia foi líder dos governos Romildo Magalhães e Orleir Cameli. Com uma boa oratória o ex-parlamentar do PFL defendeu de forma intransigente governos numa época em que a esquerda liderada por petistas disparava uma avalanche de denúncias contra a chamada direita. Resultado: Luiz Garcia não foi reeleito em 98 e caiu no ostracismo político.


“Isso só mostra que eles são líderes inflados que apenas reproduzem o que quer o governo. Não são líderes. São inflados para que exerçam essa liderança manipulados pelo governo. Não possuem autonomia nenhuma, sem capacidade de crítica”, avalia o cientista político Nilson Euclides, da Universidade Federal do Acre.


Os comunistas Edvaldo Magalhães e Moisés Diniz são outro exemplo de líderes que fracassaram nas urnas, após servirem como escudo aos governos da FPA na Assembléia Legislativa do Estado do Acre.


Edvaldo defendeu o governo Jorge Viana durante oito anos, tornou-se presidente da Aleac durante a administração Binho Marques, mas sucumbiu nas urnas em 2010 quando foi candidato ao Senado. O perfil mandão do ex-líder Edvaldo levou-o ao esquecimento.


Moisés Diniz, líder do governo Binho Marques, conseguiu se reeleger arrastado em 2010, após uma operação de salvação do seu mandato no PC do B.


Em 2013 deixou a liderança do governo Sebastião Viana, depois de mais de seis anos, no entanto não conseguiu recuperar a popularidade suficiente para se eleger no último 05 de outubro.


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