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VAI TER SEGUNDO TURNO

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Da redação ac24horas


As eleições gerais no Acre foram marcadas pela apatia e pouca participação dos eleitores, que nos pleitos anteriores disputavam espaço nas ruas próximas aos locais de votação para defender candidaturas majoritárias e proporcionais. O favoritismo do governador Sebastião Viana (PT), atestado pelas pesquisas foi confirmado nas urnas. O petista obteve pouco menos de 50% dos votos válidos, sendo insuficiente para garantir a FPA no poder no primeiro turno.


Numa disputa eleitoral onde os candidatos de oposição, Márcio Bittar (PSDB) e Tião Bocalom (DEM), não conseguiram passar confiança em suas propostas apresentadas e patinaram nas denúncias de supostos atos de corrupção nas administrações petistas, Sebastião Viana não apresentou um novo projeto que se destacasse, pecando em apostar apenas na divulgação dos projetos desenvolvidos ao longo de seu mandato à frente da administração estadual.


Ao longo da campanha, Sebastião Viana foi pouco ameaçado pelas candidaturas de oposição, mas Márcio Bittar sempre acreditou que conseguiria sair vitorioso do duelo particular das chapas de oposição, chegando a um possível segundo turno com o governador petista. Mais um vez, Ibope e Vox Populi erraram os prognósticos no Acre. Mesmo com as dificuldades financeiras e com o apoio de apenas três partidos, Bocalom persistiu e garantiu a disputa do segundo turno.


Sebastião Viana, da coligação Frente Popular (FPA) conquistou 193.253 mil votos, 49,73% dos votos válidos. Márcio Bittar ficou na segunda colocação com 116.948 mil votos, 30,10%. Bocalom, que poderá sair das eleições, como o principal cabo eleitoral de Bittar, no segundo turno, com seus 76.218 mil votos, 19,61% – está sendo apontado nos bastidores, como o responsável por colocar as oposições com condições de desbancar a coligação que está há 16 anos no poder.


Sebastião Viana iniciou a apuração e permaneceu à frente durante todos os momentos, chegando a ter mais de 55% de diferença para o tucano Márcio Bittar, que oscilou entre 28 a 30%, reagindo de forma decisiva quando faltava pouco mais de 5% dos votos para o final da apuração . A realização do segundo turno, coloca Vagner Sales, como um dos principais articuladores do pleito. Sales retirou a esposa Antônia Sales, de uma reeleição certa como deputada estadual, para ocupar a vaga de vice de Bittar.


Os partidos que integram a Frente Popular, que entraram como francos favoritos na campanha eleitoral, podem ter pecado pelo excesso de confiança em fechar a fatura com uma vitória de Sebastião, no primeiro turno. Com os egos inflados, os líderes da FPA, que chegaram a cantar vitória em todos os municípios, podem ter pecado pela falta de humildade dos cardeais petistas. A oposição bateu na trave na disputa de 2010 –e desta vez terá sobrevida numa nova eleição.


Como era comumente percebido,na disputa não prevaleceu a força da máquina pública e a liderança de Sebastião Viana e de seu irmão Jorge Viana, que não conseguiram sobrepujar os partidos de oposição, que souberam administrar a vontade de mudança da população. Márcio Bittar tem a missão de fazer uma aproximação de Bocalom para tentar chegar ao governo. Para a  FPA fica o alerta que ajustes são necessários no projeto político da coligação que se acostumou com o gostinho da vitória nos anos. últimos 16 anos.


Sebastião diz que os 0,56% de Rocha fez a diferença e deseja a Gladson êxito no Senado


Ao lado de sua vice, Sebastião demonstrou serenidade e não partiu para o ataque contra os adversários

Logo após assistir a apuração dos votos em seu escritório de campanha, no bairro do Bosque, acompanhado de aliados, o candidato à reeleição Sebastião Viana, do PT,  que obteve 49,75% no primeiro turno, contra 30,10% de Márcio Bittar, do PSDB, concedeu entrevista coletiva falando sobre o segundo turno e avaliando sua votação no primeiro.


Na matemática de Sebastião, os 0,56% do candidato do Psol ao governo do Acre, Antônio Rocha, fizeram a diferença e levaram as eleições para o segundo turno.


O petista disse ainda que a vontade da maioria deve ser respeita e que acredita na vitória.


“Nós podíamos tê-la encerrada hoje se fosse a decisão da maioria, mas a maioria pelo resultado dos votos deixou o recado dos votos que ainda quer um segundo turno, então vamos a uns 20 dias a mais e vencer no segundo turno se Deus quiser”, disse.


Ao ser perguntado sobre a derrota da comunista  Perpétua Almeida na disputa pelo Senado, o petista lamentou, porém desejou “êxito” ao seu adversário Gladson Cameli, eleito senador pelo Acre.


“É da democracia. Eu lutei com todas as forças para a Perpétua ser eleita porque ela reunia as melhores qualidades de pessoa, de política, de vida pública. Mas o eleitor tomou sua decisão e nós temos que respeitar. Foi tomada uma decisão pelo outro candidato. Êxito ao trabalho dele no Senado”.


Sebastião Viana não vê erro de estratégia em sua campanha e acrescenta que sua votação é um reconhecimento de um trabalho. “Eu imagino que o nosso trabalho está muito bonito. Quando você olha a nossa candidatura com 49% dos votos e o meu adversário mais próximo com 30% isso mostra uma demonstração de uma grande força e de um reconhecimento da população com um trabalho. Agora todo dia na vida eu procuro entender que quanto mais perto das pessoas, mostrando a boa fé pública, mais apoio nós teremos”, encerra o petista.


A assessoria de Sebastião Viana ainda não definiu sua agenda de campanha de segundo turno para esta segunda-feira.


Gladson é o senador mais jovem do Brasil


O sobrinho do ex-governador Orleir Cameli, Gladson Cameli, é o grande vencedor das eleições deste ano. No começo da apuração, Cameli chegou a ficar atrás da comunista Perpétua Almeida, que chegou à liderar com mais de 55% dos votos apurados, mas aos poucos, ele foi ampliando sua vantagem e confirmou os números das pesquisas de intenção de votos que o colocavam com mais de 50% dos votos válidos nos 22 municípios do Acre.


Massacrado durante toda campanha pelos principais nomes da FPA, Gladson Cameli superou as investidas do senador Jorge Viana (PT), do prefeito de Rio Branco, Marcus Viana (PT) e de sua adversaria direta, Perpétua Almeida (PCdoB) que tentaram de todas as formas desqualifica-lo como. Gladson Cameli obteve 58,37% – Perpétua Almeida, 36,46% – Roberto Duarte (PMN), com 4,57% – Professor Fortunato (PSOL) fechou a apuração com 0,60%.


Em entrevista coletiva, o mais jovem senador eleito pelo Acre, abriu sua fala agradecendo cada eleitor. “Gostaria de abraçar e agradecer cada um dos mais de 200 mil eleitores que me deram seu voto de confiança. Não posso  deixar de agradecer cada um dos milhares de militantes que lutaram incansavelmente na conquista por cada um desses votos e quero também dedicar essa campanha ao meu tio, Orlei Cameli, que foi quem me incentivou a entrar na política”, disse.


Em coletiva, Gladson diz que fez uma campanha limpa

Após encerrar os agradecimentos, Gladson mandou um recado a sua adversária Perpétua Almeida: “desejo a ela um feliz final de mandato”. Ao abrir as perguntas para imprensa, uma criança se manifestou e perguntou por que Gladson nunca respondeu os ataques de Perpétua Almeida. “Eu não faço política suja, o meu compromisso será com a população, isso é o que o povo espera. O acreano não gosta de baixaria, respeito as famílias acreanas. A resposta veio nas urnas a todos que me atacaram  e atacaram a minha família tão covardemente”, ressaltou.


Cameli não deixou de alfinetar o prefeito Marcus Viana. Ele informou que vai procurar o gestor da capital, para discutir além dos R$ 300 mil destinados, outros 800 mil de recursos oriundo do Ministério das Cidades, que irá contemplar a capital acreana. Quanto às criticas da FPA de ‘riquinho de Manaus’, Gladson respondeu que tudo que sua família possui foi fruto de muito trabalho e recordou que seu pai veio de família humilde..


“Quando eu era criança meu pai vendia postes para as companhias elétricas, tudo que ele conquistou foi fruto de muito suor e nunca usou máquina pública para chegar onde está ou até mesmo se favorecer. Ele tem as mãos limpas”, disparou.


Após o encerramento da coletiva, o senador eleito retorna à Cruzeiro do Sul na madrugada de domingo para segunda (6) ao lado da esposa Ana Paula Correa Cameli e da mãe Linda Cameli.


Major Rocha e Jéssica Sales são os destaques da oposição



O deputado estadual Major Rocha (PSDB), apontado como o adversário mais ferrenho do Partido dos Trabalhadores (PT), superou todas as dificuldades de uma campanha cheia de percalços. O tucano conseguiu se eleger deputado federal, apesar de não contar com o apoio dos prefeitos de seu próprio partido. O militar da reserva provou que é bom de votos, além de consolidar seu nome, como uma das lideranças políticas mais expressivas da oposição.


A jovem médica Jéssica Sales (PMDB), filha do prefeito de Cruzeiro do Sul Vagner Sales (PMDB) e da deputada estadual Antônia Sales (PMDB), que assumiu a candidatura substituindo seu irmão Fagner Sales (PMDB), que teve a candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral também é um dos destaques entre os políticos estreantes na disputa eleitoral deste ano, consolidando a liderança política de Vagner Sales, que conseguiu colocar a filha á frente de Flaviano Melo (PMDB).


Mesmo reclamando da falta de recursos financeiros para sua campanha, Major Rocha obteve mais de 23 mil votos – enquanto Jéssica Sales, impulsionada pelo prestígio dos pais, e pela sua própria simpatia conquistou mais de 20 mil votos – reformulando a formatação da bancada da oposição na Câmara dos Deputados. Os jovens oposicionistas terão a companhia do experiente deputado Flaviano Melo (PMDB), que apesar de reduzir sua votação em quase 50% – conseguiu manter sua cadeira no Congresso.


Ao final da apuração, Major Rocha fez um verdadeiro desabafo. Ele disse que teve que enfrentar até mesmo os membros de seu partido. “Fiz toda minha campanha com uma estrutura de deputado estadual. Muitas promessas de ajuda não se cumpriram, ainda tive que enfrentar pessoas dentro do próprio PSDB. Esta vitória eu dedico aos policiais militares e a todos eleitores que sempre acreditaram que conseguiríamos chegar à Câmara dos Deputados”, enfatiza.


O tucano destacou ainda que não guarda mágoas dos prefeitos do PSDB que viraram as costas para ele. “A disputa eleitoral é uma festa da democracia onde as pessoas podem escolher livremente seus caminhos. Os prefeitos do PSDB optaram apoiar outros projetos, mas isso não vai atrapalhar nossa relação. Permaneço com a determinação de trabalhar para que possamos conquistar espaços na política partidária do Acre”, finaliza Major Rocha.


A FPA conseguiu eleger cinco deputados federais, enquanto a oposição ocupará três cadeiras na Câmara dos deputados. Por muito pouco a divisão não fica em quatro a quatro. Quando a apuração estava em 98% dos votos, a distribuição estava de quatro vagas para cada lado, quando pulou para 99,16% – os números favoreceram a FPA, deixando a esposa do senador Sérgio Petecão, Marfisa Galvão fora dos eleitos por 1%.


Os deputados federais eleitos foram Raimundo Angelim (PT), César Messias (PSB), Major Rocha (PSDB), Leonardo Brito (PT), Jéssica Sales (PMDB), Sibá Machado (PT), Flaviano Melo (PMDB) e Alan Rick (PRB).


Ney Amorim foi o deputado estadual mais bem votado


O deputado estadual Ney Amorim (PT) conseguiu chegar ao seu terceiro mandato, como o mais bem votado na disputa pelas cadeiras do Poder Legislativo Estadual. Amorim fechou a apuração com 10.213 mil votos, passando por cima de todos os boatos e virais criados pelos seus adversários políticos, para desestabilizar a trajetória de sua campanha política.


Ney Amorim abraça eleitor durante a campanha

Outra surpresa do pleito foi a eleição do cruzeirense Josa da Famácia (PTN) que chegará à Aleac credenciado pelos quase sete mil votos que recebeu. O nanico PTN elegeu ainda Raimundinho da Saúde. O PMDB manteve as duas cadeiras no legislativo. Chagas Romão foi o peemedebista mais bem votado. A segunda cadeira do partido ficará com a vereadora Eliane Sinhasique.


O PCdoB foi o grande derrotado das eleições 2014, no Acre. Os comunistas foram derrotados na disputa pela vaga no Senado. O segundo partido na hierarquia da FPA também perdeu a vaga na Câmara dos Deputados, além de um das vagas de deputados estadual. O PCdoB elegeu apenas o médico Jenilson, que superou a votação do também médico Eduardo Farias.


A renovação na Aleac será de mais de 75%. A próxima legislatura não contará com medalhões da política estadual, como Elson Santiago (PEN), dono de sete mandatos, Chico Viga (PTB) e Toinha Vieira (PSDB). A bancada da imprensa foi reduzida, Astério Moreira (PEN) e Edvaldo Souza (PSDC) não conseguiram se reeleger. Eliane Sinhasique será a representante da categoria.


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