Em seu primeiro pronunciamento após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da eleição presidencial, a candidata do PSB, Marina Silva, afirmou que não se considera uma “derrotada” por ficar fora da etapa decisiva da disputa pelo Palácio do Planalto e que ela e os dirigentes do PSB devem se reunir em breve para definir uma posição para o segundo turno.
“Queremos tomar uma posição conjunta [sobre eventual apoio no segundo turno], baseado naquilo que nos une, que é o nosso programa. Faremos nossas reuniões e dialogaremos internamente”, disse Marina em entrevista coletiva em São Paulo, ressaltando que o encontro deve ocorrer “dentro do sentido de urgência” que o segundo turno exige.
Depois de ter sido apontada em pesquisas eleitorais tecnicamente empatada com a presidenciável do PT, Marina acabou na terceira colocação na corrida presidencial. Com 99,73% da apuração concluída, ela havia obtido 22,1 milhões de votos, correspondentes a 21,31% do total. Já Dilma obteve 43,1 milhões de votos (41,57%) e Aécio, 34,8 milhões (33,58%).
Em meio à entrevista coletiva, Marina criticou a gestão da presidente Dilma Rousseff, destacando que o Brasil votou, em grande parte, contra aquilo que identifica “errado” no atual governo. “E votou em uma mudança qualificada”, ponderou.
Candidato a vice na chapa de Marina, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) afirmou que os partidos que integraram sua coligação devem se reunir nesta semana para avaliar o cenário eleitoral e definir o rumo que irão seguir na corrida eleitoral. Mesmo sem antecipar qual candidato o PSB deve apoiar na reta final da eleição, o parlamentar gaúcho ressaltou que ele, pessoalmente, não deve apoiar a candidata do PT.
“Eu tenho muita dificuldade de votar na Dilma depois de tudo que eu ouvi ela dizer de nossa candidatura. É uma opinião minha, pessoal. O meu partido vai discutir”, declarou Beto.
“Vamos defender que o bloco busque o consenso, mas não sou um cara de esquecer ofensas. Eu e a Marina não fomos para o segundo turno, mas vamos dormir tranquilos. Tem gente que está no segundo turno, mas está com peso na consciência, porque usou expedientes muito ruins, difamatórios para chegar ao segundo turno”, complementou.
O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, afirmou ao final do pronunciamento de Marina que cada legenda que compôs a coligação irá discutir internamente as possibilidades para o segundo turno antes da reunião que tratará do assunto. Segundo o dirigente, sua sigla quer que a decisão sobre a etapa final da eleição seja tomada em conjunto.
“A partir de agora, cada partido estará pronto para estabelecer sua discussão e após a decisão de cada um dos partidos vamos tomar uma decisão. Queremos que seja uma decisão comum”, observou Amaral.
Segundo a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), uma das coordenadoras da campanha de Marina, o encontro que definirá a posição da coligação no segundo turno será realizado nos próximos dias.
“Temos a intenção de tentar construir uma solução unitária, unificada, de todos os partidos. Nos próximos dias, até terça ou quarta-feira, cada um por si, os partidos reunirão suas instâncias partidárias e a partir daí nos reuniremos mais uma vez para saber o que fazer no segundo turno”, disse a deputada federal Luiza Erundina (PSB).
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