Acompanhei nesses dois dias as atividades das principais coligações que disputam as eleições do Acre no Juruá. Tanto a FPA quanto a Aliança de oposição encabeçada pelo PSDB deram demonstrações de força na campanha. Muitos carros adesivados, bandeiras, militantes, fogos, palanques e carros de som. Já a campanha ao Governo de Bocalom (DEM) e Henrique Afonso (PV) é diferente. Eles montam tendas nos bairros dos municípios da região. E depois saem de casa em casa conversando com os eleitores. Parece campanha de proporcional. Não tem carros de som e nem militância. É uma campanha frente a frente com os eleitores. No porto de Cruzeiro do Sul enquanto entrevistava o Bocalom chegou um simpatizante que mora num seringal do rio Juruá e pediu material gráfico. Foi entregue ao cidadão somente a quantidade necessária. É uma campanha “franciscana” sem distribuição de combustível, placas e excesso de material gráfico. Se isso vai funcionar é com os eleitores. Mas é uma campanha “silenciosa” em que a conversa direta é o principal ponto de apoio.
O “provável” segundo turno
Os números da pesquisa Delta já apontaram um segundo turno fora da margem de erro. Tião Viana (PT) manteve-se em todas as pesquisas acima de 40%. Por outro lado, Márcio Bittar (PSDB) e Bocalom (DEM) não “desidrataram” e seguem palmo a palmo na disputa pela vaga do segundo turno.
Fatores decisivos
A Delta mostra que ainda existem cerca de 10% de indecisos. Portanto, os programas eleitorais e os debates programados podem definir esses votos nos próximos dias. Campanha na rua também motiva.
Fatores decisivos 2
Um outro aspecto importante para se fazer uma projeção do resultado eleitoral para o Governo é o voto da zona rural. Pelas informações que tenho entre os candidatos de oposição Bocalom é mais forte no Alto Acre. No Juruá, graças a influência do prefeito Vagner Sales (PMDB), a tendência é Bittar abocanhar parte desses votos.
Parte do todo
Mas Tião Viana também tem eleitorado forte na zona rural das duas principais regiões do Acre. Agora será um teste para saber se os vários programas de produção do atual Governo funcionaram ou não a nível de voto na zona rural.
A força das cooperativas
Um encontro entre Tião Viana e as principais lideranças das cooperativas rurais do Juruá reuniu mais de mil produtores. É uma quantidade considerável de eleitores que já escolheram o seu candidato ao Governo.
Mudando de lado
Uma grande surpresa aconteceu no comício da FPA em Rodrigues Alves. Sebastião Correa (PMDB), uma das principais lideranças de oposição da região, subiu no palanque para pedir votos para Tião Viana.
Todos juntos e misturados
Os três candidatos a prefeito, em 2012, de Rodrigues Alves apoiam a FPA. Burica (PT), Dêda (PROS) e Sebastião se digladiaram na disputa municipal. Mas estão braços dados no mesmo palanque me 2014. Um situação muito estranha porque na vida real eles se detestam.
Bola nas costas
A decisão de Sebastião Correa é estranha na medida que a candidatura de Dêda, que ganhou mas não levou por problemas jurídicos, praticamente tirou a sua eleição em 2012. Mesmo assim Sebastião subiu e rasgou elogios aos seus antigos adversários.
O favoritismo do JJJJ
Um assunto que se comenta nas ruas de Cruzeiro do Sul é que será uma eleição dos quatro jotas. Jonas Lima (PT), Junior (PP), Jonathan (PMDB) e Jéssica (PMDB). Os três candidatos a estadual e a candidata a federal estão bem na região.
Plantar para colher
Encontrei com a candidata a deputada federal Regina Lino (PTB). Ela estava acompanhada de importantes lideranças dos movimentos sociais do Juruá. Sempre muito simpática Regina acredita que está no jogo. Mas já se sente vitoriosa por saber que está plantando boas sementes na política do Acre.
Verde com audiência
O candidato a deputado estadual Paulo Amorim (PV) é conhecido em todo Juruá por ter um programa de rádio que presta serviço às comunidades. Se parte da sua audiência se cristalizar em votos tem grande chances de ir para a ALEAC.
Polarização
Na corrida para ter mais votos no Juruá para federal estão Jéssica Sales (PMDB) e César Messias (PSB). Correndo por fora, Ilderlei Cordeiro (PR). Os três devem ter votações expressivas pelo que pude perceber na região.
Dando que se recebe
César me falou que se ganhar não irá discriminar as prefeituras por cores partidárias na hora de colocar as suas emendas. Mas garantiu que pretende ouvir sempre as comunidades para poder destinar os recursos a que terá direito.
Pinga, pinga
Não adianta candidatos a federal com base eleitoral em Rio Branco gastarem “munição” no Juruá. Conseguem apenas votações pífias. Os eleitores acabam votando mesmo em pratas da casa. Não é à toa que na atual bancada federal quatro deputados são originários da região.
Outra realidade
Já o Alto Acre desde o ex-deputado federal Zico Bronzeado (PT) que não consegue emplacar um federal na bancada. Quem tenta “vender” o peixe de candidatura regional é Idésio Franck (PT). Mas a concorrência na região é grande devido a proximidade com Rio Branco.
Os números não mentem
O interessante é que todo o Alto Acre tem o mesmo número de eleitores que o Juruá. Mas parece que os políticos regionais não conseguem se unir para alavancar ao menos uma candidatura à Câmara Federal.
A força dos bairros da Capital
O vereador Raimundo Vaz (PRP) conseguiu montar uma base forte nos principais bairros de Rio Branco. Tem serviços prestados e se tornou um forte candidato a deputado federal. Irá surpreender no maior colégio eleitoral do Acre.
Orleir imortalizado
A praça do Centro Cultural de Cruzeiro do Sul, agora, toda reformado pelo prefeito Vagner Sales passou a se chamar governador Orleir Cameli. Um busto de bronze do Barão do Juruá estará para sempre presente para que as novas gerações não esqueçam do seu pioneirismo. Uma homenagem justa por quem lutou pelas principais bandeiras e anseios da população da região. Como prefeito de Cruzeiro do Sul e governador do Acre, Orleir deu uma nova dimensão para o Juruá. O seu legado será para sempre lembrado, mesmo, que alguns adversários políticos continuem a tentar enlamear a sua memória.