Os últimos episódios que aconteceram no Ramal do Havaí, região localizada nas proximidades da cidade de Mâncio Lima, mas que está situada no município de Rodrigues Alves, deixaram os moradores em estado de pânico.
O medo toma conta das famílias que convivem diariamente no meio do fogo cruzado entre grupos de traficantes peruanos e brasileiros que fazem dos ramais, que dão acesso ao Projeto de Assentamento Paraná dos Mouras, um verdadeiro corredor para o tráfico internacional de drogas.
O assassinato de um peruano, no dia 17 do mês de agosto, e a tentativa de homicídio contra dois homens, também de naturalidade peruana, que aconteceu no dia 31 do mesmo mês, provocaram uma sensação de insegurança ainda maior para a população que mora na área de acesso à fronteira com o Peru.
Nos diversos ramais da região, todos os dias os moradores presenciam o trânsito de peruanos que entram no Brasil para entregar drogas aos traficantes brasileiros.
Nas comunidades ninguém quer falar sobre o assunto, temendo represália. Mas, segundo denuncias de alguns moradores que, para passar poucas informações, exigiram que não fossem identificados, os crimes estariam relacionados ao acerto de contas entre os grupos de traficantes. Os brasileiros teriam executado o peruano e tentado contra a vida dos outros dois, para não pagar o valor da entrega de droga que seria feita pelos estrangeiros.
“Vivemos aqui com muito medo, pois, apesar de ser um confronto entre eles, não sabemos o que pode acontecer com nossas famílias. Por isso, temos que ver tudo e ficar calados” – disse uma moradora que pediu para ter o seu nome guardado a sete chaves.
Os moradores reclamam da falta de polícia na região. Segundo um produtor rural que também pediu sigilo absoluto de sua identidade, dificilmente se ver uma ação das forças de segurança para investigar o que está ocorrendo nas comunidades.
“Vem uma vez e passa anos sem ser realizada uma operação policial aqui. Enquanto isso, todos os dias os traficantes estão entrando e saindo pelo ramal” – alertou.
Até agora a polícia ainda não identificou nenhuma pessoa que tivesse envolvimento nos crimes contra os peruanos. As investigações estão sob a responsabilidade da Delegacia de Polícia Civil do município de Rodrigues Alves.