Tenho conversado com militantes de todos os lados políticos que estão na campanha. A maioria tem me dito algo parecido: que a maioria dos eleitores ainda não escolheu seus candidatos a deputado federal para votarem. Nesse caso, os maiores beneficiados são os mais conhecidos e presentes na mídia. Por exemplo, Flaviano Melo (PMDB), Antônia Lúcia (PSC), Angelim (PT) e César Messias (PSB). O cidadão chega na urna sem saber pra quem vai dar o voto e escolhe o nome mais familiar. Tem ainda aqueles que pegam um papelzinho qualquer no chão que tenha um número de federal para “tascar” o voto. Sem falar nos que ligam pra um amigo e perguntam em quem devem votar. Poucos eleitores têm a consciência da importância de um deputado federal para um Estado que tem uma bancada pequena como o Acre.
Surpresas sempre acontecem
Entre os marinheiros de primeira viagem na eleição a federal alguns nomes que podem surpreender. Raimundo Vaz (PRP), Jéssica Sales (PMDB), Vanda Milani (PP), Neto Ribeiro (PP), Gringo (PHS) e Alan Rick (PRB). Todos com campanhas bem estruturadas.
Para estadual é ainda pior
Existem mais de 500 candidaturas registradas para estadual no Acre. A maioria sonha em melhorar de vida. Pensam numa cadeira da ALEAC como uma loteria. Raciocinam que se forem eleitos ganharão um prêmio na Mega Sena.
Com razão
A atuação e a produtividade parlamentar da ALEAC na última legislatura é vergonhosa. A maioria dos 24 deputados estaduais se limitaram a votar em projetos de interesse do Executivo e fazer viagens para receber diárias.
Medo da sombra
Os mais ousados que apresentaram projetos “enfiaram os rabos entre as pernas” no primeiro grito vindo da Casa Rosada. Ou conseguiram aprovar leis ridículas que nunca vão entrar em vigor. Uma vergonha que custa mais de R$ 120 milhões por ano aos cofres públicos acreanos.
Pesquisa Delta indica segundo turno
Segundo a sondagem do Instituto acreano Tião Viana tem 40% das intenções de votos. Mas a soma dos adversários Márcio Bittar (PSDB) 24%, Bocalom (DEM) 16% e Antônio Rocha (PSOL) 1% ultrapassa a de Viana. Mas o indicativo do segundo turno ainda está dentro da margem de erro que é de 2%.
Quem pode decidir
Um número que chama a atenção na pesquisa Delta/AC24horas é o grande número de indecisos para o Governo. Praticamente três semanas antes do pleito ainda 15% dos eleitores não escolheram seu candidato ao Governo.
A força do Leão do Juruá
A entrada mais incisiva do prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB), na campanha ajudou Bittar. Os números do Juruá, segundo o Delta, colocam o tucano em boa situação. Vagner comprova ter liderança política na região.
Artistas revoltados
Algumas figuras com cargos de confiança do Governo no Juruá se revoltaram com a divulgação da Delta que coloca Bittar e Viana empatados tecnicamente. O medo de perder a “boquinha” deve estar causando pesadelos. Esse pessoal é conhecido como moradores da Casa dos Artistas, na região.
Quem vai para o trono?
Se tiver segundo turno uma questão ainda não está definida. Será Bittar ou Bocalom? Apesar da liderança do tucano, Bocalom tem tradicionalmente boas votações na zona rural do Alto Acre que não são medidas pelas pesquisas.
Análise dos números
Tião Viana mantém o seu favoritismo porque em nenhuma das pesquisas, até agora, desceu do patamar de 40%. Por outro lado, os dois principais candidatos da oposição têm se mantido em níveis competitivos. Ou seja, nenhum virou “nanico”. Esse fator poderá forçar o segundo turno.
Sem Ibope
Ao contrário do que foi divulgado pesquisa Ibope/Rede Amazônica para Governo e Senado no Acre só na próxima sexta, dia 19. Não vai fazer muita falta porque na realidade as pesquisas eleitorais andam muito desacreditadas no Acre.
Resultados para todos os gostos
Sendo realista. A pesquisa do Vox Populi é acusada de ter o dedo do PT. A do Delta do PSDB e a Phoenix do DEM. O Ibope, infelizmente, não acertou nenhuma pesquisa nas mais recentes eleições do Acre. A cada divulgação de números é gritaria para todo lado.
A fumaça e o fogo
A ex-deputada Perpétua de Sá (PT) está realmente apoiando Ney Amorim (PT) para estadual. Perpétua se elegeu para a ALEAC com a força do então marido Itamar de Sá (PT). Uma perda para o candidato local Marcelo Siqueira (PT).
Os tubarões levam tudo
O fato é que alguns candidatos a estadual “endinheirados” chegam no interior e vão comprando todo mundo. Se eleger deputado estadual no Acre virou um negócio que não tem nada que ver com ideologia política.
Queimando o futuro
Marcelo Siqueira é um rapaz ético que sonha em fazer a boa política. Tem potencial para ser uma futura liderança do PT na região. Abandoná-lo durante a campanha seria um erro enorme para futuras eleições do PT no Juruá.
Pela liderança
Jonas Lima (PT) tem chances de ser o mais votado para estadual em Rodrigues Alves e Mâncio Lima. Se isso acontecer, o quadro de lideranças políticas nos dois municípios irá sofrer uma transformação que se refletirá nas eleições municipais de 2016.
Será?
Segundo uma fonte um amigo pessoal da presidenciável Marina Silva (PSB) questionou numa reunião interna da FPA a sua capacidade de gestão. O personagem contou que Marina teve problemas de administração até no seu gabinete de vereadora de Rio Branco.
Azar de uns, sorte de outros
Ninguém tem bola de cristal para prever o resultado das eleições do Acre. Um boato ou um fato pode mudar o rumo das coisas num cenário que tem um eleitorado pequeno. Portanto, não tem nada decidido. Só os votos nas urnas no dia 5 de outubro decretarão quem ganha e quem perde. Mas se as coisas não andarem bem para o PC do B quem irá se beneficiar diretamente é o PSB. O atual vice-governador César Messias (PSB) tem chances de se tornar deputado federal. Além disso, foram oito anos como vice de uma fidelidade inquestionável à FPA. Sem falar que seja qual for o resultado à presidência Marina Silva (PSB) consolidará a sua liderança política no plano nacional. Os socialistas já têm a presidência da Câmara Municipal de Rio Branco e poderão reivindicar ainda muito mais. Mas para isso o próximo governo terá que ser da FPA. De qualquer maneira o jogo só termina quando o juiz apita. E tudo ainda está no plano da especulação natural do jornalismo político.
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